Há palavras escritas,
por vezes, ornamentadas de metáforas,
tão frágeis como folhas matizadas de outono,
e voam por aí, em desatino,
sem que olhares sensíveis as admirem,
ou que macias mãos as segurem,
e essas palavras, entristecidas,
levam-se em desânimo pelos ventos
da inquietude!
Há momentos em que pensam
ancorar-se a algum porto
sem tempo de retorno,
talvez, por se sentirem cansadas
de tanto navegar,
e desejarem encontrar a acalmia
que as silencie por tempo indeterminado
ou, quiçá, definitivamente,
embora, certamente,
falte, às palavras, a coragem
para se ausentarem,
por, talvez, sentirem a fraqueza da desistência
ou a dor da frustração.
José Carlos Moutinho
2/1/2020
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