segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Palavras frágeis


Há palavras escritas, 
por vezes, ornamentadas de metáforas, 
tão frágeis como folhas matizadas de outono, 
e voam por aí, em desatino, 
sem que olhares sensíveis as admirem, 
ou que macias mãos as segurem, 
e essas palavras, entristecidas, 
levam-se em desânimo pelos ventos 
da inquietude!

Há momentos em que pensam 
ancorar-se a algum porto 
sem tempo de retorno, 
talvez, por se sentirem cansadas 
de tanto navegar, 
e desejarem encontrar a acalmia 
que as silencie por tempo indeterminado 
ou, quiçá, definitivamente, 

embora, certamente, 
falte, às palavras, a coragem 
para se ausentarem, 
por, talvez, sentirem a fraqueza da desistência 
ou a dor da frustração. 

José Carlos Moutinho 
2/1/2020

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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