Sou do tempo,
em que a água, caprichosamente,
corria por debaixo da ponte,
vinda da imensidão do mar alto
para os braços da majestosa e acolhedora baía!
Sou do tempo,
em que mataram a felicidade
que a água sentia na tal viagem
do mar para a baía,
quando fecharam a sua passagem
por debaixo da velha ponte!
Sou do tempo,
em que a água que antes era límpida
pela constante renovação,
deixou de ser apetecível
e me forçou a deixar de frequentar
a pequena praia
que existia à esquerda
de quem entrava
na maravilhosa ilha do Cabo!
Sou do tempo,
ah que saudoso tempo…
que não quer deixar de me atormentar
com esta pertinente saudade,
em que, do alto da imponente
Fortaleza de S. Miguel,
à sombra de uma Acácia
que me perfumava os sentidos,
eu passei tantos instantes das minhas emoções,
imbuído de uma imensa felicidade,
a contemplar toda a beleza e esplendor
que me era permitido vislumbrar
José Carlos Moutinho
2/2/2020
Também sou desse tempo e deste cujo momento agora decorre. A saudade é doce algumas vezes e amarga muitas outras...
ResponderEliminarAida Viegas