domingo, 2 de fevereiro de 2020

Coisas do tempo

Sou do tempo, 
em que a água, caprichosamente, 
corria por debaixo da ponte, 
vinda da imensidão do mar alto 
para os braços da majestosa e acolhedora baía!

Sou do tempo, 
em que mataram a felicidade 
que a água sentia na tal viagem 
do mar para a baía, 
quando fecharam a sua passagem 
por debaixo da velha ponte! 

Sou do tempo, 
em que a água que antes era límpida 
pela constante renovação, 
deixou de ser apetecível 
e me forçou a deixar de frequentar 
a pequena praia 
que existia à esquerda 
de quem entrava 
na maravilhosa ilha do Cabo!

Sou do tempo, 
ah que saudoso tempo… 
que não quer deixar de me atormentar 
com esta pertinente saudade, 
em que, do alto da imponente 
Fortaleza de S. Miguel, 
à sombra de uma Acácia 
que me perfumava os sentidos, 
eu passei tantos instantes das minhas emoções, 
imbuído de uma imensa felicidade, 
a contemplar toda a beleza e esplendor 
que me era permitido vislumbrar 

José Carlos Moutinho 
2/2/2020

1 comentário:

  1. Também sou desse tempo e deste cujo momento agora decorre. A saudade é doce algumas vezes e amarga muitas outras...
    Aida Viegas

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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