Por vezes, sinto-me levitar,
não...não é o corpo,
esse, pesado, aquieta-se
na cadeira que o sustém,
falo da minha mente que voa
em digressões sem destino,
ondula simplesmente por aí,
em pensamentos, quiçá, perdidos,
em busca de nada,
porque nada lhe ocorre
a não ser que se sente perdida
e viaja, solta, vadia
em toda a sua propriedade única,
de livre pensadora,
então, arvora-se, autoritária,
independente e, até, possessiva,
ignora-me,
recusa-se ao meu chamamento
e percorre o mundo,
eu, impotente e resignado
continuo sentado
na cadeira que suporta
a minha fragilidade humana,
subjugada por uma mente desobediente
José Carlos Moutinho
3/2/2020
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