As margens corriam contra mim,
quando eu, ignorando a sua acalmia,
passava por elas vertiginosamente
numa correria inconsequente
e rebeldia sadia,
ou talvez não…
Não importavam as consequências
se a loucura era prazer,
e as estradas negras de asfalto
ou vermelhas de pó,
livres,
para se gozar a vida,
porque o tempo,
sempre o tempo…
corria mais depressa que eu
e o carro que me gritava,
no roncar do seu motor
mais, mais
levava-me a desejar vencer
a corrida contra aquele tempo,
tempo de juventude,
de exaltadas emoções,
de paixões, amores
e frustrações,
de perdas e ganhos
choros e risos,
abraços e beijos…
era a vertigem vivida
num tempo sem tempo,
era alegria, felicidade
que trouxe a saudade
à memória
José Carlos Moutinho
6/2/2020
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