Quero acariciar com mãos macias
o meu tempo
que se esvai rapidamente,
esquecendo-se, quiçá, que ainda estou aqui,
peço-lhe em murmúrio que fique um pouco mais,
uns meses,
não...será melhor uns bons anos...
o tempo suficiente para que eu tenha tempo
para, num abraço de gratidão,
dizer ao tempo
da minha satisfação e alegria
pela generosidade do tempo
me deixou crescer
e me permitiu que agora,
com as minhas mãos agradecidas o acaricie!
Será sonho, quimera desejada
ou utopia improvável,
mas acredito que este meu tempo,
o de agora,
este que me envolve no meu presente,
estará a ouvir-me
e talvez, sei lá, por compaixão,
demore mais tempo a partir de mim,
até já lhe disse
que gosto de estar com ele
nesta comunhão de profunda amizade!
Abraço-te, tempo meu.
José Carlos Moutinho
24/5/2020
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