quando o abri e remexi nos velhos papéis
soltou pó do tempo que os tinha guardado,
eram belas cartas de amor, confidentes fiéis
O pó obstruía a visão daquelas recordações,
enquanto o sacudia, relia as doces palavras
que me haviam enchido o peito de emoções,
quando longe de mim nas ausências te calavas
Amareleceram as cartas, talvez pela saudade,
mas as letras estavam muito vivas e presentes,
ao relê-las, meu coração sorriu de felicidade
porque nossas ilusões nunca estiveram ausentes
Perante aquele velho baú, lágrimas rolaram
pelo meu rosto cansado, o tempo não perdoou,
fora a emoção que as lágrimas extrapolaram,
mas que o meu coração saudoso, feliz aceitou
Sentado no baú que, entretanto, acabara de fechar,
fechei os olhos, viajei pela lonjura do meu viver,
sorri feliz, na minha vida existira muito “amar”
sentimento que nestes versos acabei por descrever
José Carlos Moutinho
4/10/17
In “Mar de Saudade”
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