sexta-feira, 4 de agosto de 2023

#Ai, o amor

 

Numa tristeza profunda,
da sua varanda, ela observava,
naquele fim de tarde,
a chuva miudinha que caía
sendo fustigada por ventos vadios,
enquanto os seus pensamentos inquietos
perdiam-se num turbilhão de emoções!
 
Havia em si, um perturbante conflito
que a levava em voos ziguezagueantes
em busca de paraísos improváveis
ou brisas acalentadoras!
 
Por muito que se deixasse levar
no seu agitado voo, por galáxias diversas,
não conseguia alcançar a serenidade
que o seu sentir tanto ansiava!
 
Doía-lhe o coração,
numa dor silenciosa,
porém, tão violenta, que a estremecia
pelo frio, certamente, vindo de sua alma!
 
Aquele seu amor, razão do seu viver,
que tantas vezes lhe fora garantido
ser recíproco…acabara afinal,
naquele fim de tarde chuvosa!
 
Entretanto, a tarde chamou a noite,
que se foi vestindo de estrelas e de luar,
a chuva parara. O vento amainara,
e aquela jovem, momentaneamente infeliz,
exausta por tanto pranto,
acabou por se entregar nos braços de Morfeu,
rendendo-se à dor de um amor perdido,
ou, quiçá, tenha encontrado outro amor
no seu viajar pelo sonho.
 
José Carlos Moutinho
4/8/2023
 

 

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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