terça-feira, 16 de julho de 2024

#Angola dos batuques

 Um poema de saudade, com 7 anos...

Angola dos batuques
Angola,
estás tão longe!
Já não ouço o murmurar
das ondas do teu mar
nem sinto o perfume das acácias,
há tanto tempo que não vejo
o teu maravilhoso pôr-do-sol
nem sinto o cheiro de terra molhada!
Ai quanta lonjura nos separa, Angola,
ainda não esqueci o vermelho
dos teus caminhos
nem o verde esperançoso da tua flora
tampouco a tua fauna
dos meus deslumbramentos!
Sabes, Angola,
por vezes…
vejo-me a pensar nostalgicamente
e sinto na minha pele a humidade
das tuas noites de cacimbo,
revejo as gloriosas alvoradas
que transportavam perfumes
vindos das longinquas matas!
Ai, Angola da minha saudade,
gosto tanto de ti
que te levarei comigo para a eternidade!
Gostaria de voltar a abraçar-te
uma vez mais…só uma
para te trazer definitivamente
na minha alma…
Escuta-me Angola, com atenção…
(Ainda me lembro tão bem
das rebitas nos musseques)
Quero que me dedilhes no quissanje
acompanhado pelo reco-reco,
maracas e marimbas e os eternos batuques,
um merengue de despedida
para que eu possa exorcizar esta dor de saudade
e quando eu tiver que partir
não levar comigo esta dor!
José Carlos Moutinho
18/5/17
Portugal.
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor




Sem comentários:

Enviar um comentário

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a