sábado, 10 de agosto de 2024

#Passaredo

 

 
Chegou silente a madrugada
E eu ainda não dormia
Inquieto, não sabia o que sentia
No meu peito a voz embargava
 
Levantei-me cautelosamente
Sem saber a razão de tal gesto
Não ouvia nada, efectivamente
Longe, o mar marulhava protesto
 
As árvores tais estátuas não mexiam
Em absoluta e incrível imobilidade
Só as ondas do mar é que rugiam
Querendo mostrar sua bestialidade
 
Apesar deste panorama natural
Deixei-me pensar na força do mar
Se tudo fosse nos humanos normal
Seria maravilhoso somente amar
 
Saí da janela, deitei-me no sofá
Solidário, com meu desassossego
Fechei os olhos e viajei até…sei lá
Acordei com chilrear do passaredo
 
José Carlos Moutinho 
Portugal



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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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