Instalou-se em mim o desânimo,
perdi o entusiasmo que me iluminava
dando lugar a uma insatisfação premente!
O colorido que eu colocava nas palavras
vai-se ensombrando em inquietude
ofuscando o sentir resiliência!
As palavras incitam-me a usá-las,
a inspiração é um rio de vibrante caudal,
a paixão está viva,
pelos versos que compõem a estrofe,
e esta, alinha-se docemente, no colo do texto!
…Mas aquele amor pelo livro
e a ansiedade que brota do mar da ilusão
para ver navegar por aí, a sua obra…
…sucumbe nas marés da frustração
imergindo, aflitivamente,
nas ondas traiçoeiras da publicação!
Será que a desistência
é a melhor forma para evitar tristezas
ao sentir-se explorado por quem faz o livro?
Ou, pelo contrário,
há que ter a força dos lutadores
e fazer do prejuízo uma vitória?
Francamente, já nada sei
além de que…
sei que sinto uma certa revolta
e que só a mim compete aquietar!
Aturdidos que estão os meus pensamentos,
imbuídos de frustração, por conflito emocional,
pergunto-me:
Será que o livro pretende desistir de mim,
ou
estará esmorecida a minha vontade pelas dificuldades
colocadas no caminho do meu sonho,
desejoso em acarinhar mais um livro?
José Carlos Moutinho
6/9/2024
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