segunda-feira, 26 de maio de 2025

# Despertar de memórias

Quando as memórias despertam
neste tempo louco de agora
trazem-nos uma lufada de fresca brisa
que alimenta a saudade dos corações
e, quiçá, acalme os espíritos cansados
pela panóplia de contrariedades e vícios
transeuntes de uma vivência castigada
dos tempos que se vão vivendo
 
Sentimentos escondidos em becos de breu
a verdade a cair das escancaradas janelas da mentira
o moral obscuro e perturbado pela hipocrisia
 
Há um absoluto desequilíbrio
entre o ser e o ter
as mãos crispam-se descontroladas e agressoras
 
Os braços perderam a capacidade de abraçar
as palavras fáceis de pronunciar pela gentileza
tornaram-se vulcões de impropérios e desatinos
 
Quase tudo se metamorfoseou neste planeta
o mal tomou preponderância perante o bem
o sorriso fechou-se em escárnio e provocação
 
…não está, ainda, muito longe
um outro tempo onde imperava a dignidade
e o de bem querer ao seu semelhante
e de saber respeitar para ser respeitado
de amar para ser, simplesmente, amado
de dar, sem se preocupar em receber
de viver com a consciência serena
e receber a chegada de cada aurora
com a esperança feliz de mais um dia de vida
 
José Carlos Moutinho
26/5/2025 
Portugal



domingo, 25 de maio de 2025

#5 livros

 Os meus mais recentes livros publicados, que tenho em stock,

para quem desejar pedi-los:




#Neste mesmo instante, pensei!

Estou aqui, neste momento,
a pensar que já me preocupei
com o que alguns, de mim diziam,
talvez até, tivessem alguma razão
ou talvez não…
Mas, pensando bem, pergunto-me:
com que direito têm esses tais
de me analisarem ou comentarem
sobre o que sou ou o que faço,
ou se escrevo bem ou não,
se tenho muitos ou poucos livros publicados?

Quem são eles,
(continuo no meu pensamento)
para se arvorarem de juízes
e sabichões, julgando-me,
achando-se mais, do que na verdade são?

…E continuando neste meu pensamento
solitário e sereno,
sorrio à presunção de alguns
donos do saber e da arrogância,
que, quantas vezes,
deturpam o léxico desta nossa difícil língua,
enchem-se de prosápia,
sentam-se na cátedra da ignorância
e disparatam sabedoria pelos ares…

Então, desde há algum tempo
a este meu tempo calmo, de agora,
deixei, em absoluto de me preocupar
com o ruído dessas vozes contrárias
às tranquilas brisas, que sopram, doces,
na minha seara de palavras simples,
que poderão respirar poesia, suspirar prosa
ou serem, simples sentires perdidos
nas utopias do meu pensamento.

José Carlos Moutinho
25/5/2025

quinta-feira, 22 de maio de 2025

#viajando pela memória

VIAJANDO PELA MEMÓRIA
José Carlos Moutinho
Portugal.

Quando os meus dias se acinzentam,
cansados,
sento-me nas escadas do tempo
que por mim passou,
e recuo até onde a lonjura,
minha parceira,
me ofereceu tantos e tantos devaneios
em abraços de felicidade!

Deixo-me levar na leveza dos meus pensamentos,
suspiro lembranças que as horas não esqueceram,
recordo instantes de ilusão,
viajo pelos espaços que foram meus abraços,
penso-me a beijar quem gostaria de ter beijado,
caminho sobre as pedras da minha juventude
que me contam histórias de mim,
já esquecidas…

No jardim onde as acácias vermelhas eram rainhas,
havia um banco, onde eu me sentava
nos momentos de instropecção,
voltei a estar sentado nesse mesmo banco,
e aspirar o perfume doce das belas acácias,
sonhando com as paixões, que eram só minhas,
que se perderam, porém, dentro da minha essência!

Há em mim, agora que me desnudo,
uma emoção simbiótica
de catarse e exorcização
que me encanta, acalma e faz sorrir minha alma,
pois este meu tempo, que agora é o meu,
compensou-me de tudo que não realizei
no outro tempo, que deixou de ser meu.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

#Deleite de um sonho

 DELEITE DE UM SONHO

Deslizavam como sombras na noite
porque o sol dos pensamentos findara,
escondiam-se no medo do afoite,
ainda a alvorada não despertara
As sombras não eram mais do que ilusão
de mentes cansadas por frustrações
que faziam da noite sua ocasião
para libertarem suas emoções
São mistérios que se desconhecem
nesta vida passageira e terrena
de um planeta onde as coisas acontecem…
Não obstante, como tudo tem um fim,
a noitada das sombras acabou,
para deleite do sonho de mim



terça-feira, 20 de maio de 2025

#HÁ UM SILÊNCIO


 

#ASAS DO VENTO EM DESVARIO

 ASAS DO VENTO EM DESVARIO
José Carlos Moutinho
Portugal.

Os ventos agitavam as asas em desvario,

provocando um redemoinhar de sentimentos,
levantavam do chão negro do asfalto
alguns papeis pintados de desabafos,
que descontrolados esvoaçavam
como borboletas desavindas!

E no redemoinho inusitado,
inventaram-se quietudes
tentando serenar os silvos ventosos
que teimavam em perturbar!

Só depois que o sol se fez presente,
trazendo nos seus braços o aconchego
de um fim de tarde matizado de sorrisos,
é que o soprar desatinado
se vestiu com as cores do zéfiro!

Depois na acalmia do entardecer,
quando a tarde cedeu o lugar à noite
e na meditação floresceram abraços
que docemente foram oferecidos
a quem deambulasse pelas ruas dos sonhos
e que trouxesse em si o luar, fez-se festa!

E fez-se festa até à alvorada…
Com os desabafos dos papeis pintados,
coloridos pelos sorrisos do sol
terminando nos braços,
oferecidos em afectuosos abraços
pelo luar, vindo no carinho da noite.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

#Dançavas

 DANÇAVAS
José Carlos Moutinho
Portugal

Vi-te dançar...

deslizavas pela pista de dança
com a graciosidade de uma flor
cujas pétalas bailavam ao vento...

sorrias...
com um sorriso aberto e cintilante
como se tivesses o mundo a teus pés,
e, rodopiavas elegante e segura,
umas vezes com a suavidade da ternura
outras num ritmo de paixão…

e dançavas…alegre e feliz
talvez por que deixasses para trás
um ano velho sem saudades
e quisesses abraçar o novo que chegava
com a felicidade dos teus anseios...

e dançavas...
volteando pela sala iluminada
tal ninfa, sorridente e feliz
sobre as águas dos teus sonhos…

e sorrias
e dançavas
e encantavas.



sábado, 17 de maio de 2025

# Emoções e pensamentos

Do berço das emoções
libertam-se os pensamentos
que sorriem ao mundo, alguns,
outros, que se levam por aí, em desatino,
 
são instantes, tantas vezes
simples hiatos de segundos,
que influem, inexoráveis, nos comportamentos,
 
quando, por acaso, se metamorfoseiam
em atitudes de alguma irracionalidade,
criam situações que podem levar
aos mais inesperados actos!
 
Porém, quando esses mesmos instantes
têm a fragrância do amor,
tudo é diferente, apaixonante
e revelador de que o ser humano
até tem, realmente, o sentir
que da humanidade, dita normal,
é pertença!
 
Sentimentos são pérolas
que das ostras das almas
se mostram ao mundo,
com o brilho da simplicidade
e com a cor vibrante da vida
 
A vida sem emoções
seria, certamente, amorfa,
sem qualquer átomo de felicidade,
talvez fosse como viver na escuridão,
onde o Sol se ausentasse
a cada dia do nosso respirar.
 
José Carlos Moutinho 
Portugal

quinta-feira, 8 de maio de 2025

#SERÁ O PRINCÍPIO DO FIM? (VÍDEO)

#Será o princípio do fim?

Choraram as águas dos rios
gritaram as vozes caladas
emudeceram os ventos
desfaleceram as brisas
calaram-se as aves

As nuvens perderam a alvura
o sol envergonhado esqueceu a luz
o luar escondeu-se por detrás do breu

A mutação é quase total
neste apocalipse terrestre
onde os homens perderam o senso
as vaidades tomaram-se de prepotências
as consciências deturparam-se
as verdades são mentiras
numa paradoxal loucura

O nuclear é o momento

em que se desafiam consequências
em absoluta provocação de poder
dando força à irracionalidade
ignorando a realidade
de que ninguém é ninguém
mesmo que se pense dono
deste transtornado mundo
em que vamos sobrevivendo
em assustadora inquietude
 
José Carlos Moutinho
Portugal 
2025

domingo, 4 de maio de 2025

#A Ti, Querida Mãe

Hoje é o dia das Mães
e tu, minha querida Mãe
estás tão longe, fisicamente,
porém, paradoxalmente, estás pertíssimo
estás em mim,
aconchegada no meu coração
fazes parte do meu sentir
das minhas emoções
és a minha base, a minha raiz!
 
Querida Mãe, a lei da natureza
levou-te, há bastante tempo, de mim
para outro plano,
serás certamente uma Estrela
que, indelevelmente, lá do alto do firmamento
me tem acompanhado!
 
Claro que as saudades estão sempre presentes
mas sei, minha querida velhinha
que um dia, teremos a felicidade de nos encontrarmos
embora numa outra dimensão
é esse o meu anseio que isso seja tão real
como foi o teu amor por mim, aqui na terra!
 
Peço-te perdão, minha doce Mãe,
(eras realmente tão doce, tão carinhosa…)
e peço-te perdão pela minha negligência
tantas vezes displicente em te abraçar
e te dar aquele beijinho
que, gostarias que eu te desse!
 
Hoje, lamento que fossem poucos os abraços
e os beijos que tanto merecias
e que eu, pela pressa da vida,
não tinha tempo para tos dar…
 
Bom, Mãe…
sabes de uma coisa, talvez lamecha?
O teu rosto lindo,
enrugado pelas dificuldades da vida
está, sempre, reflectido no meu pensamento
e na minha Alma!
 
Beijinhos, D. Ana,
minha querida, minha velhota linda
doçura das doçuras de Mãe,
até qualquer dia.
Paz Eterna à Tua Alma
 
José Carlos Moutinho 
4/5/2025



sexta-feira, 2 de maio de 2025

# Momentos de quietude

Do mais alto penhasco dos meus pensamentos
contemplo o horizonte dos meus sonhos
meu olhar vagueia sobre o mar dos meus anseios…
 
Sou invadido por uma paz indelével
transmitida pelo perfume da maresia silenciosa
exalada dos suspiros serenos da ondulação marítima
 
Penso em tudo, sem me deixar envolver por nada
numa profunda exaltação de felicidade
e gratidão à vida
esqueço as mágoas, ofensas e frustrações
sequer penso nas vitórias ou derrotas
nem nas guerras que assolam este mundo de loucos
 
Ali, na doce solidão dos meus sentimentos
sou simplesmente eu, simples ser,
que vive um presente tranquilo
vindo de um passado feliz
que teme um futuro incerto
 
E esse temor pelo futuro
já não é a mim que assusta
mas sim, aos jovens
especialmente meus filhos e netos;
eu já estou na margem deste planeta em desvario
para a viagem final
onde, certamente, tudo será mais sereno
 
Lá, porém, nesse tal lugar sereno,
sentirei falta dos meus filhos e netos
talvez, também, dos bons amigos
deste mar que me fascina
do sol que me aquece e ilumina
e do luar que me faz sonhar
 
José Carlos Moutinho
2/5/2025 
Portugal






quinta-feira, 1 de maio de 2025

#Qual patriotismo, qual quê?!

País meu, em ti não me revejo
perdeste a postura e dignidade
não realizaste um meu desejo
de nos concederes a liberdade

Não é da liberdade da palavra
mas da que interessa ao povo
já nem sequer a humilde lavra
consegue augurar algo de novo

Tens políticos que só enganam
com alguns truques e contas
ao povo as barracas chamam
absoluto desprezo e afrontas 

Portugal meu nem a tua beleza
nos salva desta coisa estranha
uns com tudo, outros pobreza
miséria em tantos se entranha

Talvez, um dia surjam políticos

que pensem nesta triste Nação
não sejam filósofos e raquíticos
que ao povo não ausente pão
 
Demagogia e mentiras já chega
mostrem o vosso patriotismo
condições que a política nega
haja sentimento e altruísmo

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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