segunda-feira, 7 de julho de 2025

# Melancolia

Numa certa tarde de melancolia
perguntei ao passado,
notícias do meu outro tempo,
mas o passado, porque já o era,
calou e não me respondeu
 
Desanimado, recorri à memória
que sei ter guardado instantes do tempo,
que agora desejo relembrar
 
E a minha mente, já cansada
pela longa viagem vivida,
serenamente, foi-me oferecendo
pedacinhos simpáticos daqueles momentos
onde eu tivera a felicidade de ter estado
 
Então, de coração mais calmo,
a melancolia foi esmorecendo
dando espaço à nostalgia,
que me ia recordando muito,
do que me parecia esquecido
 
Curiosamente, revivi a minha adolescência,
quando, inocente, eu imaginava o amor
como algo inatingível,
só acessível aos arrojados
que usavam palavras bonitas
e, quiçá, atrevidas…
mas que as meninas gostavam de escutar
deixando-se conquistar
 
Chegou-me, também, nesta viagem mental
a lembrança das paixões,
dos amigos e das farras de garagem…
 
Recordei ainda, a alegria sentida
nas areias douradas das praias,
pela contemplação dos corpos esbeltos
das raparigas e da sua beleza…
 
Então…
 
…Achei que já bastava o que havia recebido
no retorno ao outro meu tempo,
frustrado, porém, mas presente na realidade de agora,
fechei o baú velho, empoeirado, mas valioso,
para quando acontecer outra tarde melancólica
e saudosa, eu volte a abri-lo,
carinhosamente.
 
José Carlos Moutinho 
6/7/2025



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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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