segunda-feira, 25 de agosto de 2025

#PORQUE PENSO

 

É verdade, também eu penso, logo existo (parafraseando René Descartes)
E penso que a vida é muito estranha, será uma estrada de imensas curvas e contracurvas, ou até um mar, agitado umas vezes, sereno outras, e até assustador.
Sei lá, poderá ser, não uma caixinha de Pandora, mas sim um gigantesco mundo de surpresas, esta vida que tanto prezamos.
Obviamente, que quando me refiro à estranheza dos acontecimentos da vida, quero que se subentenda humanidade.
O comportamento dos seres humanos e a razão para que determinadas atitudes sejam directamente opostas à normalidade das “coisas”.
Questiono-me, no silêncio do meu modesto pensar, o motivo porque os sentimentos humanos sofrem tão drásticas metamorfoses, em relação aos outros, aos seus semelhantes, aos seus pares dos mesmos ofícios, onde se cria uma rivalidade, nada salutar e até preocupante se, por azar, tivermos a ingenuidade de sermos sensíveis.
Vem esta retórica a propósito de eu ter a presunção de, por vezes, levar-me a pensar, coisa que já está em desuso, pois, até existe a IA que ajuda a pensar e mesmo a escrever.
Depois, neste meu conflito pensativo, pergunto-me, insistentemente,
mas não encontro explicação plausível para aqueles casos em que, certas pessoas conseguem sucesso, através das suas capacidades, seja na escrita, música, pintura ou qualquer outro dom, através da demonstração dos imensos apoiantes, que, pelos eventos, se vão reunindo à volta dessas pessoas, homenageando-as, comemorando os seus sucessos, demonstrando, por longos anos, apreciarem os seus trabalhos…
Porém…
Tão de repente, como começaram essas demonstrações de amizade, de satisfação, de comemorações, tudo isso, praticamente, desaparece de maneira inexplicável. Gente que gostava das obras ou das pessoas, que antes tinham valor, estas, terão deixado de o ter, justificação dada pelas ausências aos eventos, ou aquisição dos seus trabalhos, que diminuíram drasticamente.
Então, se anteriormente o “artista” era “fantástico”, ou pelo menos interessante, terá sofrido tamanha mutação que se transformou em nulidade?
Donde se deve concluir:
O que antes era BOM, valoroso e agregador, agora é MAU, despiciente e descartável.
Confesso que não entendo. Talvez, porque não exista nada para entender e seja um fenómeno inexplicável…ou não, e, pelo contrário, seja muito bem explicado pela sociologia ou, quiçá, pela antropologia, porque eu, nego-me a acreditar que seja por alergia, frustração, hipocrisia ou…inveja, “coisas” inexistentes nos tempos que correm…
 
Sinceramente, por mais que eu pense (continuo teimosamente a pensar) não encontro resposta, para além de que, vivemos tempos em decadência pela ausência de emoções e sentimentos na humanidade, dever-se-á isso, penso eu, (mais uma vez) de que o humanismo, deixou de existir, ou então, sofreu tal transformação, que passou a chamar-se irracionalidade!
 
José Carlos Moutinho 
Agosto/2025

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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