quinta-feira, 19 de agosto de 2021

#Quimeras


Quero correr pelas areias molhadas
desta praia, que me aceita como sou,
quero escutar os murmúrios dos búzios
cantando-me canções de amores improváveis,
quero ser salpicado pelo sal da água
que do mar se faz maresia,
quero sorrir às gaivotas
pela alegria do seu grasnar!

Sinto-me flutuar numa felicidade
que desconheço,
afago-me com os raios solares
numa luxúria estranha,

penso-a presente em mim,
acaricio os seus cabelos
na leveza de pétalas de orquídeas,
invento-a no abraço que me dou!

Suspiro no marejar das gotas
que me sulcam os poros,
enlevo-me no canto do mar
que em acordes melodiosos
se espraia a meus pés
em branca espuma de prazer!

Sinto-me livre das mágoas
que os dias me infligiram,
a brisa que me assobia suavemente
traz-me a serenidade
que eu quero em mim, para sempre.

José Carlos Moutinho
In "MAR DE SAUDADE"



#Fantasia

 ...

Imagino uma pétala em cada palavra
com cada uma invento a mais bela rosa
não sou jardineiro nem sequer tenho lavra
mas há em mim uma alma ardorosa

jcm
19/8/2021

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

#Desperto


...
Desperto o sono da memória
num gesto de carinhosa saudade
gosto de reviver a minha história
para sentir em mim a felicidade

jc moutinho
16/8/2021

# Essência de Angola

 

Amigos...acabei de receber o livro que estava esgotado, ALDEIA DO PARAÍSO.

Assim, são 3 os livros que têm nas suas páginas a essência de amor e saudade

de quem nasceu ou viveu em Angola.




sexta-feira, 13 de agosto de 2021

# À Utopia


Em cada sorriso teu
suspiro extasiado eu
em cada abraço
todo eu me desfaço
mas é com o teu beijo
que satisfaço meu desejo

Hoje é dia 13 dia de sorte
vou jogar no euromilhões
e que o destino me exorte
a viver pleno de emoções
antes que chegue a morte,
e acabe com minhas ilusões

jcm
13/8/2021

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

#Recordar


Há quem goste de recordar
o passado, outros há que não,
todavia, é uma forma de estar
reviver memórias com emoção

em algumas a mágoa existe,
mas, também, a vida continua,
não há razão para viver triste
soltar amarras, sorrir apazigua

#Monólogo

 

Ontem monologuei com as estrelas
obviamente que não responderam
todavia, quero dizer: eram tão belas
que luz na minha alma acenderam

jcm
12/8/2021

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

#Quero férias


Quero férias pois então
também as mereço, penso eu
"mas estás sempre de férias, irmão"
dizes tu, meu amigo Abreu,
tenho de admitir que tens razão
mas quero ter férias de férias ó meu

e sem férias vou brincando
porque de férias estou eu sempre
assim, vou escrevendo e cantando
enquanto o meu coração sente

jcm
11/8/2021

terça-feira, 10 de agosto de 2021

#Matam tudo

...
matam o tempo e a natureza
neste mundo louco e inquieto
apocalipse destruição da beleza
pelo poder ganancioso abjecto

jcm
10/8/2021

domingo, 8 de agosto de 2021

#A RAZÃO (Áudio)


 

#4 Recentes livros publicados


Escrevo com verdade e prazer
publico livros com muita emoção
obvio, vendê-los é meu dever
perdoem-me, pois, a divulgação

há quem não goste desta acção
e considere um abuso informar
talvez porque não têm a noção
da alegria que ao autor irá dar
 
José Carlos Moutinho

8/8/2021

 Estes são os mais recentes publicados




#Tenho dito

 

Tantas vezes eu tenho dito
sou por natureza saudosista
é na saudade que eu medito
e jamais me sinto pessimista

Recuo ao passado com prazer
e revivo momentos de alegria
será um modo de saber viver
recordando com muita poesia

José Carlos Moutinho
8/8/2021

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

#Cidade do meu coração


Mudaste tanto,
já não tens a simplicidade de outrora,
cresceste em altura,
no entanto permitiste-te perder
o encanto singelo de que antes te orgulhavas,
a beleza dos jardins,
o perfume das acácias,
o som poético do pregão das quitandeiras,

bem sei que tudo na vida muda
mas tu, ó cidade do meu coração,
mudaste tão radicalmente que me dói
ver-te nessa tua forçada modernidade,

perdeste a serenidade de outros tempos,
tornaste-te tão agitada que assustas
pelo caos do teu trânsito,
pela ausência das quitandeiras
substituídas pelos zungueiros,
que correm entre os carros,
arriscando a vida pelo kwanza
que lhes mate a fome,
numa absoluta anarquia!

Nem te deves lembrar mais
dos velhos e gigantes machimbombos,
(quantas saudades tenho deles),
trocaram-nos pelos candongueiros,
que, vertiginosamente percorrem-te…

Ai, Luanda, Luanda,
cidade que me viu crescer,
estás tão mudada que quase não te reconheço!

Deves saber ó cidade…
que foste a minha felicidade,
a minha alegria de adolescente
e o meu sucesso profissional,
foste tanto do pouco de mim…

desejo-te todo o sucesso
que te tornes a mais bela cidade de África,
que teu povo seja feliz!
Talvez eu não volte mais a ver-te, pessoalmente,
vejo-te, porém, frequentemente
através de vídeos e fotos
com os quais vou mitigando
estas saudades que me apertam o peito

José Carlos Moutinho
6/8/2021

Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

#Viajo

 ...

Viajo em papiros de anseios
por mares perfumados de sol
esquivo-me das ondas de enleios
navego até ao horizonte arrebol

jcm
6/8/2021

#Calo o medo

 
...
Aquieto o meu desassossego
antes que o vento me sufoque
poderei talvez calar algum medo
que me possa levar a reboque
 
jcm 
 6/8/2021

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

#SOBRE O TECLADO


 

#Duas quadras soltas


Solto o poema como um poeta
despreocupado com o seu tema
não corro para atingir uma meta
muito menos para criar esquema

De um sonho improvável faço rio
que corra em caudais de fantasia
juro que pretendo que meu brio
seja a apologia na eventual poesia

José Carlos Moutinho
5/8/2021

terça-feira, 3 de agosto de 2021

"Lá longe

 

Escuto do longe suas vozes
ao ritmo grave do batuque
cala-te ó tempo, não gozes
acaba com esse teu truque

Longe perdido na distância
de todo um mar de saudade
não ficou sequer a bonança
no meu coração maturidade
 
O som chega-me perfumado
do aroma da terra molhada
muxima ouve meu chamado
acalma minha alma cansada
 
Passam dias e meses e anos
tão efémera esta eternidade
de momentos nunca insanos
com presença desta saudade
 
É europeu este meu coração
em África ficou a minha alma
verdade, saudade e emoção
sentir que em mim espalma
 
José Carlos Moutinho
 
3/8/2021

#Planeta em destruição


 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

"Miragens

 

Depois de longas caminhadas
numa súbita rajada de vento
fui levado pelas tardes cansadas,
perdi-me no deserto do tempo
 
Encontrei o oásis desconhecido
entre coqueiros e tamareiras
descansei meu sentido perdido
nas frescas sombras sorrateiras
 
Seriam miragens o que eu via
elegantes, caminhavam até mim
grande emoção, quanta utopia
ao ver tão belos lábios carmim
 
Belas jovens eram as odaliscas
que fizeram sentir-me sultão
minha alegria soltava faíscas
não acreditando em tal ilusão
 
José Carlos Moutinho 
1/8/2021

domingo, 1 de agosto de 2021

#Reflexões

 

Pensamentos vadios
pelos sonhos vagueiam,
serão desejos arredios
que, quiçá, alguns anseiam,
perderam-se em sóis tardios
esses, que jamais norteiam
os que se sentirem fugidios
de emoções, sentimentos vazios
 
José Carlos Moutinho 
 1/8/2021

sexta-feira, 30 de julho de 2021

#INSTANTES

#Instantes

Desnudo os medos,
solto os anseios,
agarro os sonhos...
 
levo-me na espuma do tempo
numa viagem improvável
pelo infinito das horas,
sorrio aos segundos
que pulam perante os minutos,
 
olho o distante horizonte,
perco-me entre as estrelas,
penso-me suspiro
do meu pensamento,
afasto a nuvem que esconde o sol,
calo o vento agitado,
 
faço-me refém da minha alienação
gritando ao luar
estas surreais palavras
 
José Carlos Moutinho
29/7/2021



 


quinta-feira, 29 de julho de 2021

#Acróstico (Haja Paz)

 


H ora de pensar
A mor em primeiro lugar
J á chega de tanta maldade
A vida é única, há que saber vivê-la
 
P ois ela corre tão veloz
A mar é o sentimento principal
Z angas são desnecessárias
 
Jcm 
 29/7/2021

#AMOR e GUERRA

 Um pedacinho do romance AMOR E GUERRA, cuja história estará na memória de quem por lá passou: Angola.


..."O ano de 1965 avançava, veloz, e Paula e Virgílio viviam uma dúvida. Apesar de quererem muito casar−se em Luanda, em termos logísticos não era exequível, dado que a família de ambos se encontrava na metrópole. Em Luanda tinham somente meia dúzia de amigos. Virgílio ainda marcou a data na Igreja da Sagrada Família, como era o desejo de Paula, mas depois pensaram melhor e resolveram comemorar aquela data junto do maior número de familiares e amigos possível, em Portugal."



Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a