sábado, 23 de abril de 2011

Naquela casinha branca




Naquela casinha branca
De janelas castanhas,
Debruçada sobre o mar,
Onde as ondas vinham desfazer-se
Em alva espuma,
Nas areias claras da falésia;
Lembranças de tempos idos
E fascinantes instantes vividos,
Nos olhares que se cruzaram
E nas respirações ofegantes,
Em delírios constantes;
Nas longas noites de luar
Em que a razão se perdia,
Na delicada sensação de esquecer;
Emoções em turbilhão,
Desejos inventados
E levados ao êxtase do prazer;
Abraços que se perdiam
Em movimentos desordenados
Nos caminhos dos nossos corpos;
Murmúrios sibilantes,
Nos arrepios de calor da nossa paixão!
…Naquela casinha branca,
De janelas castanhas…

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Viajamos por outros mares




Chego-me a ti,
Guiado pelo farol dos teus olhos,
Qual porto de abrigo,
Protegendo a nave do meu coração;
Sinto as amarras dos teus braços
No meu corpo, ansioso e carente
Que me transmitem a paz,
Após este navegar por mares bravios,
De desatinos e insanidades,
Cavalgando ondas desesperadas,
De entorpecidas realidades;
E só em ti, tenho o meu mundo
Único, livre e pleno de felicidade;
O gosto salgado do teu beijo,
Salpicado pelas gotas da espuma,
Que se desfaz a nossos pés,
Numa carícia, que nos arrebata!
Permitimo-nos sonhar, acordados
De olhos fechados
E viajamos por outros mares,
Que ainda iremos inventar.

José Carlos Moutinho





quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quisera um mundo mais belo




Quisera ter no meu caminho
A beleza da ilusão imaginária,
Utópica, quimérica, mas sensitiva;
Alhear-me do mundo convulsivo,
Invejoso e vil que me cerca.
Quisera encontrar a paz do meu sentir,
Sem me preocupar com olhares descrentes,
Maldizentes e ignominiosos;
Ignorar quem não pensa, mas ofendem,
Os pervertidos deste mundo com lei,
Mas sem controlo.
Gente que num simples olhar,
Nos cobiça a nossa estrela,
Porque não têm capacidade nem vontade
De serem gente, com sentimentos;
Seres insignificantes na sua condição humana
E carácter desqualificado.
Quisera ver e sentir nos meus semelhantes
A beleza da humanidade
Na sua plenitude
Quisera um mundo mais belo
Mais puro, mais verdadeiro!

José Carlos moutinho

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nós e a palmeira




Debaixo daquela palmeira
De longos braços, que me tocam o rosto
Numa serenidade,
Que me faz recordar-te
Quando me abraçavas
E roçavas o meu rosto,
Com os teus cálidos lábios
E me transformavas num vulcão,
Com o teu beijo escaldante!
Sentia o mundo girar vertiginosamente,
Quando me sussurravas palavras de amor
Profundas, devassas, eróticas e provocantes
Que me provocavam uma sensação idílica
Surreal, de um deslumbramento,
Que me toldava os pensamentos,
Perdia-me em ti!
A sombra da palmeira afaga-me e cobre-me
Como se fosse o teu corpo;
Vislumbro o oásis da minha paixão,
Nas areias escaldantes do meu desejo;
Perco-me nas dunas do meu amor,
E sonho estar em ti,
Só nós e a palmeira,
Infinitamente.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Chegarei ao fim desta viagem




Apetece-me viajar pelo tempo,
Num desencontro com o relógio;
Quero correr campos e vales,
Cruzar rios e subir montanhas,
Quero sentir a maciez das tuas mãos,
No afago do meu sonho;
Desejo sentir o teu beijo,
Na ilusão da minha alma
E ter-te em mim,
Ainda que no eclipse dos minutos;
Anseio por escutar a tua voz,
Na brisa que me toca suavemente;
E viajo ao encontro do teu olhar,
Mergulho no azul dos teus olhos,
E jamais deixarei de te olhar,
Quedo-me hipnotizado pela magia,
Da luz estelar que deles irradia;
E quando te encontrar,
Iremos mergulhar,
Nas águas cálidas da nossa paixão,
Nos rios dos nossos anseios
E voaremos depois,
Nas asas dos devaneios.
Então chegarei ao fim desta viagem.

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a