quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ai, as palavras!




Hoje acordei desejoso de algo novo,
Talvez um belo poema de amor!
Tentei, mas as palavras não surgiam,
Ou se vinham, eram palavras vãs,
Insisti, pensando:
Porque não me visitam as palavras?
Mas nada aparecia,
Desconfiei que fosse da inspiração,
Não, sempre a tive…
São as palavras que teimam,
Sempre me disseram que sou poeta,
Ou será que eu afinal não sou poeta?!
Mas elas terão de ceder à minha vontade,
Nem que sejam palavras ditas à toa,
Embora não seja de bom-tom,
Palavras sem sentido,
Mas nem mesmo essas me acudiam;
Desesperei e supliquei ao deus da escrita:
Ajudai-me
Quero escrever um poema de amor,
Quero que a minha amada
Saiba do meu amor secreto;
E nada!
Afinal as palavras, venciam-me.
Nem belas palavras, nem más palavras
Admiti que nada sou, perante elas
As palavras dominavam-me
E se insistem que não nos hão-de socorrer,
Não aparecem;
Talvez um outro dia,
Eu tenha mais sorte,
Ou as palavras estejam melhores comigo
E com o meu estado de espírito.
Aceito que hoje perdi
E o belo poema de amor,
Ficou por escrever por vontade das palavras!
E a minha amada,
Continua sem saber do meu amor secreto.

José Carlos Moutinho



quarta-feira, 4 de maio de 2011

A vida




A alvorada despertou-me
No cântico das aves;
O meu coração cantava animado
E a minha alma entoava melodias!
Na minha mente surgias tu,
Bela, magnifica num quadro de Monet;
Tudo o que me cercava era de luz,
Brilhavam as folhas das árvores,
Cintilando em partículas de amor!
Despertava de um sonho,
Ou caminhava para uma nova realidade?
Sentia uma alegria intensa,
As lágrimas deslizavam pelo meu rosto,
Em minúsculas gotas de prazer,
Por viver e ser feliz
Não ter nada
E ter tudo,
A Vida!

José Carlos Moutinho

No oásis das minhas ilusões




Deixo os meus pensamentos
Elevarem-se com o fumo,
Que rodopia da espiral do cigarro
E nas caprichosas figuras
Desenhados no ar,
Os meus olhos
Sonham a tua imagem,
Numa mística dança do ventre,
Qual odalisca do pecado;
Rodopio de ancas e braços,
Dedos agitados em coreografia
De total sensualidade,
Numa entrega de total submissão,
Aos meus pés de sultão;
Mistura de cores e cheiros,
Ambiente inventado
No oásis das minhas ilusões;
As dunas de emoções
Contidas no deserto carente
Da minha alma, transcendem-se na euforia
Dos sentidos desvairados pelo prazer
Extasiados pelo entorpecimento
Do fogo que me assola,
Como um vulcão, em explosão.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 3 de maio de 2011

Faria do brilho lunar, um manto




Olhando o sol
Nos seus raios translúcidos,
Imagino-me tecendo-te um véu,
Que te cobrisse de luz
E te tornasse ainda mais bela!
Envolvo-te nos meus braços
Com essa écharpe de carinho
E fios dourados do sol, que te agasalharia
No frio das tempestades de carência,
Nos longos invernos da minha ausência;
Se insuficiente fosse o tecido feito de sol,
Faria do brilho lunar, um manto de seda
E ternura, denso de amor
E assim não sentirias frio,
Porque ele te cobriria para sempre!
Se porventura quiseres olhar o céu
Em busca de mim…
Olha as estrelas e verás o meu olhar
Protegendo-te nos teus momentos
De insegurança, iluminando os teus caminhos!
Nada receies, estás em mim,
Mesmo que eu esteja longe,
Eu quero estar em ti.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Volta, esquece o orgulho




Doem-me os minutos vazios de ti,
Nas longas horas da tua ausência;
Porque teima o tic-tac do relógio,
Causar-me tanto sofrimento?
Quisera voltar a ter-te,
Mesmo nos curtos momentos,
Em que a tua presença,
Fora o sustento para o meu amor
E a nossa entrega,
De total desprendimento,
Fazia-nos revigorar a cada segundo,
Do nosso tempo célere,
Mas voraz de paixão!
Sei que o teu orgulho te faz sofrer,
Por te negares a ceder ao teu desejo,
De vires a mim!
Volta, sem ressentimentos,
Perde essa vaidade fútil,
Vive este amor ausente
Junto de mim, no presente.
Vivamos cada minuto com carinho
E que as longas horas, antes vazias,
Sejam preenchidas de constante paixão.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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