domingo, 29 de março de 2015

E se...





O meu dia chegará!
E quando esse dia chegar…
…e eu despir-me deste meu efémero tronco
e vestir-me  folha seca, caduca
caída no chão…
depois erguida pelo vento
no alvoroço do momento,
esvoaçando pelo espaço indefinido
em voo delirante pelo desconhecido…
…Talvez, então, me sinta liberto
das contrariedades e das quezílias
mundanas que se colam em mim!
E se conseguir o desapego ansiado,
sorrirei na minha serenidade,
mas nada, nem ninguém verá meu sorriso
por que só eu terei o privilégio
de ver quem me sorri
ou me olha com desdém…
Poderei também, se essa benesse me for concedida
descobrir onde se esconde a hipocrisia
e se desnuda a sinceridade!

E se…
Se… eu, folha seca, me metamorfosear em pó
e de mim nada restar,
além da eventual e ténue lembrança
da árvore que fui
e só por que deixei raízes
que se perpetuarão pelo tempo…

…Se tudo isto fizer história de mim,
pela minha passagem
por esta feira de vaidades e arrogâncias,
espero sincera e humildemente
que lá da minha etérea morada
possa olhar o espaço onde estive plantado
e sinta o murmurar poético da minha alma
a cantar-me melodiosas saudades
e dizer-me que, apesar de tudo…
Apesar de tudo valeu a pena viver
por que fui feliz.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 26 de março de 2015

Estes versos, meu amor




Escrevo-te estes versos
Meu amor, com alegria,
Sentimentos dispersos
Que sinto todo o dia.

Teu sorriso é o meu sol
Que aquece a minha alma,
na solidão és o meu farol
que nas noites me acalma.

Meu amor, amor meu és a flor
Mais bela do meu jardim,
Quando me falas d’amor
Entras docemente em mim.

Canto esta canção d’amor
com melodia de paixão,
gravada em ti com fulgor
e escrita no teu coração.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 25 de março de 2015

Ó Mar




Fala-me, ó mar dos teus mistérios
que em ti, escondes ciosamente,
terás certamente tesouros sérios
guardados no baú do teu ventre.

Quero de ti, ó mar, somente serenidade
aspirar em deleite o teu perfume maresia
navegar-me nas tuas ondas com facilidade
ouvir teu marulhar como se fosse poesia.

Sentado na falésia dos meus pensamentos,
exorciso mágoas, traumas e desilusões,
penso-me timoneiro em vaga de lamentos,
capitão de sonhos em espuma de emoções.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 23 de março de 2015

Força e coragem




Cavalguei núvens floridas de sonhos
abracei estrelas nas noites inquietas,
voei sobre precipícios medonhos
consegui tenazmente atingir metas.

Tenho em mim a força que me faz vencer
repudiei o vento da contrariedade,
ignorei instantes adversos do perder
colhi o fruto da árvore da verdade.

Suportei afrontas e palavras negras
lutei com determinação e coragem…
autodidacta, cumpri sempre as regras;

Considero-me um vencedor com sorte
jamais me deixei levar por miragem…
nas desilusões nunca perdi o norte.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 20 de março de 2015

Caminhos tortuosos





Os caminhos da vida são tortuosos,
existem escombros negros de hipocrisia,
nos sorrisos da mentira…
…e flores perfumadas por belos sentimentos
de quem conosco se cruza,
no quotidiano das nossas vivências!

Pelos atalhos, crescem suspiros
de angústia ou felicidade,
e pelas suas margens,
transbordam sorrisos de enfeitiçar
e algumas gargalhadas de duvidar!

Do pó desses caminhos secos pelas infâmias,
soltam-se gritos de dores abafadas
pelas vicissitudes que o vento sopra…
…e do chão ensopado pelas lágrimas
das saudades, nascem rios de memórias!

E pelos caminhos tortuosos da vida,
caminhamos serena ou velozmente
por vales deslumbrantes,
galgando montes de desânimos,
ou descendo escarpas de ilusões,
umas vezes iluminados pelo sol da alegria,
outras, pelos luares da nostalgia,
mas sempre de coração pleno de amor
e alma solta à felicidade,
porque o futuro implacavelmente célere
já nos observa...
e o presente…
sim, este nosso presente já se esfumou.

José Carlos Moutinho.

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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