sábado, 7 de março de 2020

Quadras soltas

levo-me no tempo que me sorri
caminhando sob o sol cintilante,
se acaso eu não estivesse aqui
certamente estaria bem distante

pode ser um disparate tal coisa
mas é a confirmação da razão,
pois onde o pensamento poisa
não há motivo para discussão

José Carlos Moutinho
7/3/2020

sexta-feira, 6 de março de 2020

Plantadores de vaidades



Perco-me no labirinto 
da seara de vaidades, 
cujos frutos, parecem deteriorados, 
não sei se pelo tempo 
que lhes secou as propriedades, 
se pela inexperiência dos plantadores! 

Por onde passo, 
vejo caules ressequidos 
vergados ao peso da sua fragilidade 
e carcomidos por insuficiente adubo, 
talvez por ignorância do lavrador 
que se achava sabedor de tudo, 
e não aceitou conselhos de outros 
para que evitasse a perda da colheita 
e a sua depreciação! 

Agora com quase toda a seara perdida, 
resta-lhe vestir o traje da humildade, 
olhar as searas dos vizinhos, 
aconselhar-se do melhor processo de plantação 
e claro, da sua qualidade, 
obterá, certamente, melhores resultados 
e terá, claramente, aceitação favorável 
aos seus produtos. 

José Carlos Moutinho 
1/3/2020

quinta-feira, 5 de março de 2020

...

Nos intervalos do tempo
o horizonte eu contemplo,
pela linha entre o céu e o mar
sei que por cá, não vou ficar

jcm

Se o poeta morrer

603 SOBRALINHO (V. F. Xira) 4k de José Carlos Moutinho-Coletânea António...

Se o poeta morrer

Se um dia o poeta morrer
certamente o mundo muito perderá,
deixará de ter o encanto da utopia,
não mais será perfumado 
pelos oásis da fantasia
nem navegará nas ondas do luar,

ai, se o poeta morrer,
jamais terá o prazer 
das marés dos inóspitos desertos,
nem das areias douradas do sol,
jamais sentirá a visão do improvável
nem poderá abraçar as ilusões,

se o poeta morrer,
ai, se o poeta morrer...
talvez uma parte do mundo 
morra com ele
de tanta saudade.

José Carlos Moutinho
5/3/2020

quarta-feira, 4 de março de 2020

Sou a acalmia

Estou aqui, serenamente
porque já estive ali, inquietamente,
agora já não corro tanto
porque já corri demasiadamente depressa,
sou a acalmia das palavras que escrevo
porque já as escrevi com exacerbada emoção,
resta-me a alegria de saber-me lido
e o prazer de ter um amigo/a em cada leitor, 
pois, as minhas palavras contêm um pouco de mim,
onde a minha humildade se expõe 
e a minha verdade não se esconde

José Carlos Moutinho
4/3/2020

terça-feira, 3 de março de 2020

Diz-me

Fala-me tu, amiga, da poesia,
o que sabes para me ensinar,
diz-me das palavras vadias
que se fazem sentimentos,
e das marés agitadas pelas emoções
e dos luares apaziguadores
e dos entardeceres de acalmia,
fala-me de tudo, amiga
mostra-me como escrever um poema
e eu deixar-me-ei embalar 
nas tuas palavras

José Carlos Moutinho
3/3/2020

Não...

...
Por favor não apagues o sol

no espreguiçar da tarde
nem ofusques o luar
quando a noite chegar,
só tu sairás perdedora
deixando de te beneficiares 
dos privilégios dessas luzes

jcm
3.3.2020

Já não sei

Longa viagem

Dança no Tempo

Não são minhas

Sei que todas as palavras 
não são minhas, 
mas sei, também, que estas, 
que aqui apresento, 
são absolutamente de mais ninguém 
ao se tornarem submissas à minha vontade 
transformando-se em servas obedientes 
perante este texto, 
que se soltou da minha inspiração 
e se aliou à beleza das suas cores!

Então, as tais palavras 
que não eram minhas 
tornaram-se com toda a propriedade 
da sua importância 
companheiras das minhas ilusões 
e divulgadoras do meu sentir 
através dos versos e das prosas, 
que juntos, vamos plantando 
no jardim das utopias 
e que deverão, quiçá, 
perpetuarem-se 
através das flores coloridas 
do porvir.

José Carlos Moutinho 
28/2/2020 

segunda-feira, 2 de março de 2020

Corona

Já tem ares de paranóia

tanto se falar do corona
será que precisamos de bóia
p'ra acudir a gente chorona?

São tantas as partilhas
para que se lave as mãos,
parecem verdadeiras cartilhas
para assustarem os cristãos

A gripe que por cá passou
foi certamente bem pior
pois com tantas vidas acabou,
não tenhamos, pois, tanto temor

Quem ganha com tudo isto
são os meios de comunicação,
valha-nos Senhor Jesus Cristo,
que nos livre de tanta informação

Não aguento mais ver Televisão
só falam de futebol e do covid-19,
sinto-me confuso, com emoção
pelo pânico que tudo isto promove

2/3/2020

domingo, 1 de março de 2020

Sentimentos

Divagar

Se o meu olhar chegasse lá
onde se esconde o horizonte,
talvez eu descobrisse por cá
para onde vai a água da fonte,
ouviria, quiçá, cantar o sabiá
saber de tudo o que desponte
nos longos caminhos do oxalá
depois, serenar no topo do monte


José Carlos Moutinho
1/3/2020

Hoje


Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que me apetece gritar bem alto
palavras de amor, em forma de pétalas,
levadas pelo vento dos meus sorrisos,
por caminhos a descobrir
Talvez encontrem a musa dos meus sonhos
inebriada pelo perfume das pétalas
que do meu coração se fizeram palavras!

Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que a minha alma canta alegria
na ânsia de encontrar a minha amada,
Elevo o pensamento pelo infinito do meu sentir,
ouço murmúrios suaves em aromas de maresia
voz doce, quente e melodiosa,
talvez de sereia ou da musa que me inspira,
Deleito-me acariciado pela ilusão
da imagem de mulher ou talvez sereia
que me envia o seu amor, pelo mar
abraçado a cristais do sol,
que beija as águas do meu desejo!

E hoje... não sei porquê hoje!
Só sei que as saudades da minha amada
apertam-me tanto o coração,
que me fazem viajar por quimeras
em metáforas de paixão.

In "Calmas Margens"

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bela brisa

Quero sentir a brisa
que por mim passa silenciosa
talvez me faça uma cantiga
para oferecer à Preciosa,

Pode ser que ela nem aprecie
mas fica em mim, satisfação
que pelo menos não deprecie
a oferta desta linda canção

José Carlos Moutinho
27/2/2020

Escrevo

Escrevo porque sei
e gosto de escrever,

escrevo porque sinto as palavras
e gosto de construir sentimentos,

escrevo porque me sinto bem
ao ver o resultado da escrita,

escrevo porque, simplesmente, escrevo
satisfazendo meus anseios
soltando minhas emoções

escrevo...porque,
obviamente, escrevo!

José Carlos Moutinho
27/2/2020

Sonhador

...
Deixo-me levar pela vereda
que da minha alma floriu,
e, cautelosamente,
vou pisando o chão perfumado,
enquanto absorvo o sorriso das flores
que me fazem sonhador,
para, ingenuamente, escrever 
este pequeno e lírico poema

José Carlos Moutinho
27/2/2020

Vento teimoso

Porque teimas tu, ó vento
a soprar em searas vazias,
passas o tempo ao relento
e não obténs o que querias

Concentra-te na realidade
nada é como antigamente,
até o sol perdeu qualidade
como queres tu sentimento

José Carlos Moutinho
27/2/2020

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Sou o instante

Sou o instante que me sinto
em cada momento da minha viagem
sou o suspiro efémero
do meu tempo

Flashes de memória

Um tempo de horas fugidias, 
minutos corridos em segundos, 
anseios que voavam na voracidade 
cruel dos momentos passageiros,

foi um tempo de sonhos 
alimentado pelos olhares femininos, 
que se faziam raízes de paixões improváveis, 
amores platónicos, delicadamente, 
ancorados em juvenis corações,

foi um tempo que deixou marcas 
indeléveis nas margens da vida, 
onde, serenas, correm 
as águas da saudade

José Carlos Moutinho 
23/2/2020 

Proibido o plágio 
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Estou no Rio

Se perguntarem por mim
digam que estou no Rio,
sambódromo, em grande festim
à espera de ver o corropio

É só imaginação, obviamente
pois, nem que me pagassem
fujo das multidões, temente
receando que me raptassem

José Carlos Moutinho
23/2/2020

Cuida-te

Tu carnavalesco da vida
que te sentes feliz nestes dias

não deixes que te preguem partidas
entrando loucamente nestas folias

Vai com cuidado, não abuses
não te agarres às mulheres alheias
ainda que depois te escuses
dizendo que elas eram ateias

José Carlos Moutinho
24/2/2020

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a