quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Pergunto ao vento

Pergunto ao vento
...
Pergunto ao vento que passa
para onde ele se dirige
e o vento que já passou
nada me respondeu

Então, olho para o tempo que não vejo
e pergunto para onde vou eu
e o tempo que não me responde,
deixa-me a pensar
como tudo é tão...
simplesmente passageiro

José Carlos Moutinho
19/8/2020

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Utopias

 Utopias

Ai esta suave brisa que me afaga
e cala as palavras vazias
que dizem que a vida acaba
não passam de simples utopias

Vivo emoções esqueço tristezas
há neste meu abençoado viver
um jardim de imensas belezas
que cultivo com alegre prazer

José Carlos Moutinho
18/8/2020

VENTOS AUSENTES

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Voltar

Voltar

Quero voltar ao tempo
das amoras silvestres do meu caminho,
pisar o chão calejado por pés empedernidos,
chutar as pedras como se fossem bolas...
quero voltar a ouvir os melros cantarem
nos campos esverdeados de sonhos,
fascinar-me com o girar
das velas dos moinhos de vento...
quero voltar a aspirar os cheiros
da terra que me viu nascer...
quero voltar a ser menino,
sonhar que o tempo não passou por mim,
quero simplesmente...
voltar

José Carlos Moutinho
17/8/2020

sábado, 15 de agosto de 2020

É tempo

...

É tempo de pensar...
para que valha a pena viver
é tempo de reflectir...
que a futilidade é inútil
é tempo de actuar...
fazendo da dignidade caminho
é tempo de viver...
com fraternidade,
humildade,
sinceridade
e...amizade
é tempo de entender a pandemia
para se saber usar o tempo

José Carlos Moutinho
15/8/2020

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Em jeito de reflexão

Em jeito de reflexão

Só quero falar de coisas
das mais simples da vida,
que gosto da luz do luar
e que sem sol sou tristeza,
que a brisa é como caricia
que traz o perfume da natureza!

Também quero falar das tais coisas
que de tão simples,
são difíceis de encontrar...
paradoxo, talvez seja,
porque a vida também o é,
falo da amizade e da verdade
da sinceridade e frontalidade
e falo do amor que anda em desvario!

Só quis falar das poucas grandes coisas
que podem fazer de nós, seres diferentes

José Carlos Moutinho
13/8/2020


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Sentires

Sentires

Ainda que o dia se faça noite
nos caminhos por onde passo
levo comigo a luz do sol afoite
que me tira de qualquer embaraço

Mas se a noite se vestir de luar
sereno, contemplarei as estrelas
descanso do meu longo caminhar
enquanto penso em coisas belas

José Carlos Moutinho
12/8/2020 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Não finjo!


Não, não finjo mais
que o tempo se eternizará em mim
nem mesmo as histórias que invento
e plasmo nos livros
terão a possibilidade de me enganar...

quando muito, o que as histórias podem,
e isso já é um anseio meu,
é de que me permitam pensar-me eterno
enquanto essa eternidade for possível,
pelas palavras que ficam,
livres, independentes
de qualquer ancora do tempo

31/7/2020

quarta-feira, 22 de julho de 2020

poemas

...
Os meus poemas
são simples palavras
que eu, aleatoriamente,
solto nas mãos da brisa das emoções
de quem as lê,
e, se forem do agrado,
talvez se fixem nas páginas do tempo

José Carlos Moutinho

AFECTOS DOS AVÓS

terça-feira, 21 de julho de 2020

Em jeito de improviso

Eram murmúrios o que se ouvia
nas tardes quentes de verão,
talvez fossem cantos ou poesia
pois havia sempre muita emoção

O ar perfumava-se de maresia
quando junto do mar se namorava,
a paixão era tanta que não cabia
no peito, se a paixão estonteava

Olhando a lonjura do horizonte
levados no vulcão das emoções,
nem toda a água vinda da fonte
apagava aquelas loucas paixões

21/7/2020

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Passagem

... 
Pelos caminhos do tempo 
do tempo que se faz passagem 
vive-se com alegria ou tristeza cada momento 
porque a vida é, também, no tempo, uma paragem 

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Exorcizo

Nas tardes solitárias do meu viver
vagueio entre ruelas escondidas
desviando-me das desilusões...
E, teimosamente, busco
as esquinas das fantasias,
onde exorcizo meus pensamentos

sábado, 11 de julho de 2020

Palavras, pétalas perfumadas

As palavras, pétalas perfumadas
adormecidas sobre o papel branco
ansiavam que mentes inspiradas
fizessem delas um poema franco

Eis que, mãos trémulas iniciaram
este simples soneto de ilusões,
versos começados que não acabavam,
pois, eram tremendas, as confusões

Todavia, sem pensar em desistir
lá foi surgindo inquieto o poema,
que aqui, vos é apresentado a sorrir…

Pode não ter muita graça, acredito,
mas pensando que não causa problema,
devemos considerá-lo inaudito!

José Carlos Moutinho
24/10/19

ANGOLA SAUDOSA

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Não era hora

Dois rios marcaram minha vida
em Portugal no maravilhoso Tejo,
Angola no Kwanza, sorte atrevida,
sustos com o tempo de um beijo

Minha hora não era chegada
no primeiro a aflição foi imensa,
com o segundo mais controlada
a morte não marcara presença

José Carlos Moutinho
9/7/2020

SOLTO OS VENTOS

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Recordo-te, mãe




Estás sempre presente em mim, mãe! 
teus olhos eram lagos cintilantes 
onde eu mergulhava a minha inocência: 
luz do meu caminho, 
ternura da minha segurança, 
teus braços tuas mãos eu fazia leito da minha acalmia 
e a tua voz melodiosa, doce, fazia sentir-me sempre criança! 

Tenho saudades de ti, mãe. 
Bem sei que lá do alto, 
uma estrela maior continua a brilhar, 
não a distingo dos milhares que lá no céu cintilam, 
mas sinto-a, mãe, 
sinto-a no ardor dos meus desatinos 
dessa luz de ti, 
recebo a força para continuar a navegar 
ainda que enfrente marés de inquietude 
sei que tenho em ti, o meu porto de abrigo. 

Tenho saudades de ti, mãe. 

Não te dei o carinho que merecias… 
pois de ti recebi tanto amor, tanta compreensão 
o teu coração era feito de bondade e amor, mãe! 
Foste benevolente e tolerante, 
mesmo nos instantes em que a revolta podia ter mais força... 

estende-me os teus braços mãe, 
e deixa-me neles repousar 
quero adormecer com o murmurar da tua voz, 
estou cansado, 
cansado desta estrada sem rumo, 
deste deserto de mim 
e da bruma perdida na miragem do meu tempo. 

Estou cansado mãe! 
Cansado deste tempo que me domina, 
embora o tempo seja nada, que o próprio tempo ignora, 
tenho saudades e estou cansado, mãe!

José Carlos Moutinho
In "Calemas"
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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