quinta-feira, 24 de março de 2011

Devaneio




Sinto o teu beijo flutuar nos teus lábios
Qual libélula, sobre as açucenas.
Sorris-me nos raios de sol,
Espelhados no lago dos teus olhos.
Refrescamos nossos ímpetos, nas águas
Frescas, coloridas pelas mais diversas flores.
Deixamos embalar as nossas almas,
Pelo cântico melódico dos pássaros,
Sentimo-nos seres iluminados,
Esquecidos das coisas materiais,
Mas com muita paz e amor,
Vivemos um momento encantado.
O nosso abraço longo,
Sem tempo concebido,
Dá-nos o tempo,
De sentir que o tempo é todo nosso.
Fechamos os olhos,
E entramos num outro mundo,
Onde só cabemos nós dois
E o nosso amor.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 22 de março de 2011

E agarro o mundo…




Assusto os medos que me rodeiam,
Expulso os ventos que me oprimem,
Repudio o pó da falsidade,
Que se cola ao corpo,
Na invasão da mentira.
Permito os raios solares,
Que brilham na luz da verdade.
Aspiro sôfrego, o ar puro
Da bondade.
Abraço as árvores da amizade.
Acaricio as flores da ternura.
Perfumo-me
Com os cheiros da justiça.
Deixo-me navegar nos rios
Da felicidade.
Envolvo-me no manto da lua
E do amor.
Agarro o mundo, com a força
Da esperança.

José Carlos Moutinho





domingo, 20 de março de 2011

Alameda das azáleas




Perdido nos meus pensamentos,
Caminho pela alameda de azáleas multicolores,
Voam minhas ilusões inventadas,
Nos percursos da vida, percorridos,
Em momentos de imensa alegria,
Em outros, de alguma tristeza,
Mas sempre belos de recordar,
Porque recordar é viver.
As saudades que se juntam aos pensamentos
E que nos deixam alguma ternura na alma,
Embala-nos o coração, para emoções futuras.
A saudade é como o elixir que inebria a alma,
E nos faz recuar no tempo,
Relembrar os instantes.

E continuo, de mãos nos bolsos;
Assobio, tentando imitar as aves que povoam o jardim.
A minha mente entra num estado de paz,
Uma serenidade que me encanta,
Enfeitiça-me o aroma vindo das belas flores
E deixo-me levar pelos prazeres que a natureza oferece.
Esqueço o mundo, esqueço quem sou eu.
E caminho, pela alameda de belas azáleas multicolores.

José Carlos Moutinho

sábado, 19 de março de 2011

A madrugada




Recordo, como se hoje fosse
Aquele dia, em que surgiste
Envolta nos raios da aurora,
Que fascinavam, pelo seu brilho
Ainda suave, mas cintilante.
Acompanhava-te o murmúrio,
Das ondas do mar,
Que vinham suavemente beijar,
As areias douradas da praia.
Foi como um deslumbramento
Algo irreal, como um sonho.
As gaivotas, como tuas guardiãs,
Esvoaçavam à tua volta,
Transmitindo paz;
Seriam elas as próprias mensageiras.
Era um quadro de encantamento,
Num cenário de profundas emoções.
Lá longe, no horizonte vislumbrava o paraíso,
Sereno, azul, ponteado de espuma branca,
Na carícia do vento sobre as águas,
Como se fosse uma tela Divina,
Pintada com cores surreais.
Mas tudo é fugaz, nesta vida
E tu rapidamente desapareceste,
Tornaste-te adulta,
Deixaste de ser madrugada.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 18 de março de 2011

A lágrima que desliza




A lágrima que desliza pelo seu rosto
Qual gota de chuva,
Com brilho de cristal,
Contem nela, a paixão.
No amor também se chora
E a felicidade é por vezes a lágrima,
Que suavemente se deixa cair,
Sem que signifique tristeza,
Ou talvez sim.
Chora-se pelo ciúme, que o amor causa;
Caem lágrimas por desconfiança,
Mas sempre por amor.
O amor e o ódio andam juntos
Transformam a mente e o comportamento.
É através das gotas lacrimejantes,
Que se manifesta a dor ou a alegria.
A lágrima é a seiva,
Que brota da fonte da alma,
Na alegria e na tristeza,
No amor e no ódio.
É a lágrima, no seu caudal
Que carrega todo o tipo de emoções.
Lágrima que nos sensibiliza,
Lágrima que nos dilacera,
Ver cair do rosto de quem sofre,
Lágrima de alegria, pelo amor;
E essa, sim,
Faz-nos sorrir, através da lágrima
Que desliza suave pelo rosto,
De Felicidade.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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