domingo, 2 de janeiro de 2011

Cavalo



Do alto da sua postura,
Bela e elegante,
A sua personalidade forte, altiva,
Cabeça erguida em pose arrogante,
Mas que na verdade é de total doçura,
Seus olhos cativam pela sua nobreza,
Esbelto corpo, de várias cores,
Lindo sendo branco, maravilhoso preto,
Castanho deslumbrante,
Mais ainda se for malhado,
É sempre uma figura que fascina,
Narinas arfando, aspirando o ar,
Na sua corrida pelos campos,
Em galope veloz, como um raio
Crinas soltas, ondulando ao vento,
Olhar em frente,
Numa velocidade alucinante,
Em equilíbrio desafiador da física,
Seu tropel ritmado, soa como melodia,
Som provocado pelos seus cascos,
É sem dúvida o animal mais belo
Deste nosso mundo, de proeminentes belezas,
O cavalo é símbolo do poder, da beleza, do fascínio,
Da parceria e docilidade,
O Cavalo é absolutamente nobre.

J.C.Moutinho

Fascinio


Na penumbra da sala, sentados no sofá
Relembramos momentos de nossas vidas,
Partilhando sentimentos
Abraçados, num aconchego delicioso
Acariciamo-nos num enlevo de apaixonados
Apertamo-nos ainda mais,
Querendo formar um só corpo
De paixão e desejo contido
Numa loucura de sensações reprimidas
Sentimo-nos deslizar
Numa tremura de exacerbado de calor
Mistura de prazer, inconsciência
E bem estar…
Lá de fora,
Vem o som melodioso de um bolero,
Tocado num piano,
Que nos embala
Para uma louca vontade de amar….
Levantamo-nos e apertados
Dançamos, voluptuosamente
Em lânguida entrega de emoções
Pensamentos em desalinho
Dançamos….
Controlamos a nossa ânsia
Beijamo-nos…longamente

J.C.Moutinho

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Recuar no Tempo




Tempo que corres louco
Fica aqui comigo,
Vamos dialogar

Faz com que as folhas do teu tempo,
Retrocedam a um mundo melhor
E transporta-me à minha juventude
Deixa-me voar nas asas do vento,
E mergulhar na alvorada dos sonhos,
Nunca sonhados;
Traz-me a namorada dos meus encantos,
Devolve-me a inocência daqueles anos;
Quero as cores da vida de outrora
E não as pálidas cores de agora;
Devolve-me à loucura inconsequente das aventuras,
Dos mergulhos perigosos, nas praias
Daquelas águas cálidas,
Que nos aqueciam o corpo e a vaidade;
Oh tempo…traz-me os bailes de garagem
Dos nossos momentos de glória,
Como dançarinos;

Faz isso….é fácil para ti, tempo
Traz-me a brisa suave das paixões;
Aquele sol quente das emoções
Deixa-me dançar nos pensamentos
Da ilusão;

Faz-me sonhar oh tempo,
Leva-me a ser feliz, outra vez
Que te custa, tempo...
Levar-me àquele meu tempo?

E pára este rodopio vertiginoso
Deste teu tempo
Pára, por favor!

J.C.Moutinho

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desvarios




Porque insistes
Em atormentar-me
Nas noites longas, escuras,
Nada mais representas para mim,
És passado…triste, sem história,
Tornaste-te uma sombra,
Que me atormenta em sonhos
E que eu não desejo,
Gelaste meus sentimentos,
Fizeste-me perder o rumo do meu caminho,
Vaguear como sonâmbulo,
Em tantas noites perdidas,
Ensombraste a beleza da minha alma,
Tornaste-a triste e desiludida,
Vai, Segue por outras paisagens
Onde os teus sentimentos frios
Sejam consentidos,
Foste o vulcão do meu desvario,
Hoje, não passas de lava arrefecida,
Verdade que foste a essência
Do meu sentir,
A sombra que me refrescou
No calor das emoções,
Os braços ternos que me abraçaram
Em tantos momentos,
Mas quiseste que tudo mudasse,
Agora aceita a dureza da secura,
Do teu desprazer de viver,
Só tu és culpada,
Perdeste-me!

J.C.Moutinho

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Coração errante



Vai coração vagabundo, irrequieto, louco,
Leva-te por ruelas e caminhos por aí fora,
Deixa-te envolver em tudo, um pouco
Não deixes que teu espírito indomável vá embora.

Segue o teu trilho de desvarios,
Mas acautela-te nos perigos da falsidade,
Porque tua alma calorosa, sensível, sofre;
Faz com que o mundo se torne mais belo,
Mas conserva tua maneira de ser;
Solta-te, sem preconceitos,
Nem complexos;
Deixa que falem,
Não importa o que dizem,
Não estás fazendo nada…
Somente queres amar e ser amado;
Liberta-te da escuridão dos descrentes                                 
E vem conversar ao luar desta vida bela,
Aquece-te com o calor revigorante
Do sol, luz da vida;
Olvida os maldizentes, de alma congelada
E solta esse teu grito apaixonado.

Ah…coração errante,
Quando encontrarás um porto de abrigo
Que acolha esse teu ansioso e incontrolável
Modo de viver e sentir?

Acho que jamais,
Porque és vagabundo,
Insatisfeito,
Insaciável
E errante.

J.C.Moutinho

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sonhar...sempre



Ventos sopram, insubmissos
Sons, que soam como cânticos
De desejos sonhados;

Por este caminho sinuoso, sem fim,
Busco o calor do seu abraço,
Antes sentido,
Agora perdido;

Quero voltar a sentir o veludo
Da carícia das suas mãos;

A ternura dos momentos belos
De aconchego;

Quero que os seus olhos
Voltem a iluminar os meus dias;

Inebriar-me com a música celestial
Dos seus murmúrios;

Recordar coisas vividas, sentados
Ao luar;

Que os ventos levem a minha voz
Bem longe,
Gritando que é possível
Ser-se feliz;

Correr como criança, pelos prados
Verdes da esperança;

Absorver os cheiros da vida
E voltar a sonhar.

J.C.Moutinho

domingo, 26 de dezembro de 2010

Página rasgada




Não me venhas com essa atitude,
Nada mais rectifica
O mal que me fizeste,
Foste agressiva, sem sentimentos,
Foste sonho, pesadelo
Talvez nunca sonhado
Ou inventado
És agora lágrima, sufocada,
Não passas de folha
Voada com o vento,
Fonte seca de paixões imaginadas,
És a flor que murchou,
Nuvem que ofuscou o meu sol,
Nem sequer és mais a ténue luz,
De um luar de inverno,
O teu brilho é penumbra
Nas minhas emoções,
És página rasgada
Do meu livro de ilusões,
Agora, segue a tua vida,
Tenta encontrar
Em outro alguém,
Que acredite em mentiras,
Tudo o que tu perdeste de mim,
Foste um engano,
Uma fraude,
Foste desilusão.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a