sexta-feira, 25 de março de 2011

Como eu gostaria de ser poeta




Eu gostaria de ser poeta…
Mas como, se as palavras
Não me obedecem ao pensamento?
Se sinto alguma emoção,
As palavras falam de sentimento!
- Como eu gostaria de ser poeta…
Mas se eu penso no amor,
As palavras falam de ilusão.
Trocam-me as ideias e as vontades,
As palavras
- Como eu gostaria de ser poeta…
Mas a minha luta com as palavras,
É titânica.
Quero algo que fale de ti,
As palavras recusam-se,
E falam de mim.
Se quero dizer às palavras
Que quem manda sou eu,
As palavras negam-se a escrever,
O que eu ordenei.
Será que as palavras,
Não se enamoram de mim,
Porque acham que eu nunca serei poeta?
Vou desistir de lutar com as palavras
E deixarei de pensar em sê-lo.
- Ah, como eu gostaria de ser poeta….

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 24 de março de 2011

Penso-te, quero-te...





Penso-te no beijo que me desperta os sentidos
E me leva a sonhos irreprimíveis.
Sinto-te no abraço do querer desejado,
De um sentir inimaginado.
Quero-te ma seiva do fruto amadurecido,
Que me extasia os estímulos.
Amo-te no leito do rio de águas cálidas,
Que deslizam pelas margens da vida.
Sonho-te na vastidão dos verdes prados,
Numa entrega total, lasciva.
Fazes de mim o ser que te respira.
Sou a luz que te ilumina nas escuras noites
E que te delicia nos teus momentos carentes.
Sou o lençol que te descobre no calor do teu desatino.
Eu e tu seremos a sublimação,
Dos desejos incontidos e desassossegados.
Nós somos a emoção e o sentir,
De sonhos sonhados.

José Carlos Moutinho

Devaneio




Sinto o teu beijo flutuar nos teus lábios
Qual libélula, sobre as açucenas.
Sorris-me nos raios de sol,
Espelhados no lago dos teus olhos.
Refrescamos nossos ímpetos, nas águas
Frescas, coloridas pelas mais diversas flores.
Deixamos embalar as nossas almas,
Pelo cântico melódico dos pássaros,
Sentimo-nos seres iluminados,
Esquecidos das coisas materiais,
Mas com muita paz e amor,
Vivemos um momento encantado.
O nosso abraço longo,
Sem tempo concebido,
Dá-nos o tempo,
De sentir que o tempo é todo nosso.
Fechamos os olhos,
E entramos num outro mundo,
Onde só cabemos nós dois
E o nosso amor.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 22 de março de 2011

E agarro o mundo…




Assusto os medos que me rodeiam,
Expulso os ventos que me oprimem,
Repudio o pó da falsidade,
Que se cola ao corpo,
Na invasão da mentira.
Permito os raios solares,
Que brilham na luz da verdade.
Aspiro sôfrego, o ar puro
Da bondade.
Abraço as árvores da amizade.
Acaricio as flores da ternura.
Perfumo-me
Com os cheiros da justiça.
Deixo-me navegar nos rios
Da felicidade.
Envolvo-me no manto da lua
E do amor.
Agarro o mundo, com a força
Da esperança.

José Carlos Moutinho





domingo, 20 de março de 2011

Alameda das azáleas




Perdido nos meus pensamentos,
Caminho pela alameda de azáleas multicolores,
Voam minhas ilusões inventadas,
Nos percursos da vida, percorridos,
Em momentos de imensa alegria,
Em outros, de alguma tristeza,
Mas sempre belos de recordar,
Porque recordar é viver.
As saudades que se juntam aos pensamentos
E que nos deixam alguma ternura na alma,
Embala-nos o coração, para emoções futuras.
A saudade é como o elixir que inebria a alma,
E nos faz recuar no tempo,
Relembrar os instantes.

E continuo, de mãos nos bolsos;
Assobio, tentando imitar as aves que povoam o jardim.
A minha mente entra num estado de paz,
Uma serenidade que me encanta,
Enfeitiça-me o aroma vindo das belas flores
E deixo-me levar pelos prazeres que a natureza oferece.
Esqueço o mundo, esqueço quem sou eu.
E caminho, pela alameda de belas azáleas multicolores.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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