terça-feira, 28 de junho de 2011

Lágrimas de felicidade




Molhas-me o rosto com as tuas lágrimas,
Como chuva fria, no inverno sem esperança;
Encostas a tua cabeça no meu peito
E choras suavemente,
É de alegria ou tristeza?
Será certamente de felicidade,
Pois até a noite está do nosso lado!
Amor, sossega e repara no luar
Que nos quer abraçar;
Sente o toque da sua luz, nos teus lábios
Como se fosse o meu beijo;
Deixa-te envolver no brilho das estrelas,
Funde o teu corpo no meu
E vamos em êxtase, voar
Num galope desenfreado,
No dorso de um cavalo alado
E vaguemos no infinito,
Agarrados, num abraço de paixão;
Descansemos no horizonte dos sonhos                                          
E sonhemos,
Que vivemos um grande amor.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Neste mar do teu querer em mim




Sob a cúpula celeste, sinto-me sereno
Neste teu mar do querer em mim;
Lanço a âncora do meu coração
E sonho nas estrelas em ti,
Cujo cintilar, me chega num beijo
E sinto a tua presença no afago do luar,
Que me envolve num abraço de ternura;
Nas suaves vagas do teu desejo,
Sou salpicado pelas gotas do teu amor,
Que tentam acalmar-me na ansiedade,
Da tua presença física que tarda;
Quero-te antes da alvorada,
Para te acariciar os teus sedosos cabelos
E mergulhar na luz dos teus olhos,
Sob a bênção iluminada da lua misteriosa;
Sinto falta do som do teu murmurar
Nascido dos teus lábios, pétalas de rosa
 Que me deixa em total êxtase;
Vem, não te demores,
Porque se a lua se esconde
Como te vou encontrar,
Neste mar que era do teu querer em mim?

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quimera por inventar




Na escuridão dos momentos
De tristeza, sem a luz dos instantes,
Percorro galáxias estelares, com a mente
E o breu tolda-me a visão;
As estrelas apagaram-se,
Escureceram as ilusões sonhadas,
Em noites perdidas por desejos
Insatisfeitos e desatinados,
Nas vontades inventadas,
Por paixões mal sentidas
E de amores desencontrados,
Em telúricos movimentos,
De volúpias delirantes,
Sopradas pelo vento,
Perdidas nas densas nuvens,
Dos sentidos adormecidos
Pelo desencanto das frias carícias,
Da brisa gelada da falta de alguém,
Ou de alguma quimera,
Ainda por inventar.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Corpos em desassossego




Crepita-me como fogo
O sangue do meu desejo,
Nas veias da minha paixão
Quando sinto a brisa da tua passagem,
Que me envolve no fogo do meu querer
E cresce célere o anseio de te abraçar!

Sentir-te em meus braços,
Faz-me voar por mundos surreais!

Se me beijas, esqueço tudo,
Menos o gosto do teu beijo
Que é de mel, com sabor a essência de rosas,
Numa mistura que me perturba
E me deixa alucinado,
Levando os sentidos à exaltação
E perda da noção do tempo e do espaço
Numa doce e inconsciente volúpia,
De sensações esmorecidas das vontades,
A um desfalecimento de prazer intenso;

E assim, num abraço intemporal,
Corpos em desassossego,
Perdemo-nos no fôlego ardente dos nossos beijos.

José Carlos Moutinho

domingo, 19 de junho de 2011

As ideias não surgiam




Sentei-me de frente do computador,
Abri o Word, tentei escrever algo
Mas nada de ideias!
Por mais que tentasse, nada surgia
Pensei em coisas dantescas;
Tenebrosas até e comecei a escrita;
Não gostei, apaguei e recomecei
Mas na verdade nada fluía do pensamento!
Insisti, porque não sou de desistir
Assim logo à primeira
E fui jogando palavras, para que o meu cérebro
As passasse para os meus dedos
E estes por sua vez, batendo no teclado
Enviava-as docemente para o computador,
Que se alegrava, com o que ia nascendo;
Afinal, já acreditávamos que alguma coisa viria,
Acreditávamos, eu e o computador
Porque ele também estava descrente;
E ficámos imaginando o amor, vagueando
Por aí, sem rumo, mas sempre em paixão;
Inventámos brisas que acariciassem os desprotegidos;
Criámos sóis, para que aquecessem os esfarrapados;
Moldámos luares, para que iluminassem
Os namorados, que pelos parques se escondiam
E que se deixavam extasiar em seus beijos
Até nos lembrámos de criar um novo Universo,
Em que todos fossem iguais e felizes.
Conseguimos escrever, não foi difícil!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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