terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Renasce a esperança
Os ventos desfalecem nos caminhos da desconfiança,
Onde se fazem presentes,
Sorrisos de perturbante falsidade;
Palavras belas e fascinantes por detrás da inveja,
Amizades inventadas que nos tocam a alma,
Mas bem rapidamente se desnudam
E nos infligem, bem lá no fundo do nosso sentir,
Profunda dor pela mentira!
Porém a cada dia, a alvorada cintila,
E renasce a esperança,
Das boas intenções da humanidade,
Porque o querer das vontades,
Consegue sobrepor-se às perturbadas mentes,
Da maldade e da ignomínia!
A terra gira sem parar
E a cada rotação, o sol acalenta corações frios
E o luar ilumina a alma do desatino;
As aves chilreiam melodias de advires
Pelo altruísmo, raro, mas sentido,
No carinho do abraço aos desafortunados,
Deste mundo louco de contradições,
Em simbiose de amores e desencantos.
E as nuvens brancas aconchegam-nos,
Na sua majestosa alvura,
Iluminadas pelo brilho das estrelas
De prenúncio de um novo sentir
E nessa doce ilusão...
“Renasce a esperança”.
José Carlos Moutinho
sábado, 17 de dezembro de 2011
Eras tu
No silêncio das horas que voam,
Dispo-me das tristezas,
Entro nas minhas memórias
E sinto as tuas carícias,
Em noites enluaradas do nosso querer!
Sorrio-me no prazer dos teus beijos sentidos,
Naqueles momentos de doce ilusão;
Abraçados numa entrega de deslumbrante prazer,
Acompanhados pela luz estelar,
Que nos iluminava a alma,
Despertada da sua acalmia
E nos fazia delirantemente vibrar!
O calor irradiado das tuas palavras,
Que aos meus ouvidos
Os teus lábios murmuravam!
O tempo esquecia-se na nossa indiferença,
Pelo nosso tempo assumido em nós;
Os teus braços envolviam-me
Em elos de emoções;
Mergulhava em teus olhos
E perdia-me no fascínio do azul celeste;
Tu eras a sensação do paraíso
E a louca perdição do meu viver;
Tu...
Eras tu, a minha amada amante.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Sensações
Permito levar-me por esses verdes campos
Ornamentados pelo matizado de belas flores silvestres,
Oscilantes na caricia do beijo da brisa, que as afaga
E se aconchega aos pés das árvores altaneiras,
Guardiãs de tanto e efusivo colorido!
O Sol completa a beleza desta tela,
Iluminando a paleta das cores que a natureza inventou!
Lá longe, avisto os cumes de duas montanhas,
Lembram-me os seios de uma mulher em lasciva pose;
Este silêncio que me envolve,
Transforma-me...Deixo de pensar!
Aquieto-me no murmurar melódico das aves,
No desafio de melhor sinfonia;
As flores libertam as suas fragrâncias,
Que me invadem no sentir da minha alma;
Os ramos das árvores agitam-se num bailar
De fascinante encanto!
Sinto-me na ilusão de doce quimera,
Semicerro os olhos...
Quero guardar esta visão singular para sempre.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Ms é Natal...
Dezembro, mês frio especial,
Porque é de festa,
Dizem que é o mês do Natal...
E este, significa amor, partilha e união;
Paradoxo...
Se afinal, tantos têm fome,
Sem uma côdea de pão para comer;
Quem se lembra desses seres de Deus,
Em corpos que se enregelam,
Embrulhados em mantos de morte,
Pela carência de abrigo e alimento?
Gente enjaulada por ideias humanitárias,
Injustiças criadas em nome de Deus,
Por este mundo... De Deus!
Mas é Natal...
Nasceu o Menino-Salvador,
Enviado pelo Divino,
Para que servisse de exemplo.
Exemplo de quê?
Da ignorância, da maldade e do egoísmo?
E são estes, que festejam esta data, com fervor,
Assim as suas consciências,
Acham que não têm culpa
E se livram desse estigma;
Ai, Mundo este, de gente estranha!
Mas é Natal....
Mas é Natal....
Que importa os que morrem de frio e fome,
Se houver abundância e fogueira acesa,
Aquecendo os lares dos privilegiados?
Importa sim, consumir desmesuradamente...
E bastava a dádiva,
De uma mísera moeda em cada presente,
Para que milhões sentissem calor,
No estômago e na alma,
Pelo menos nesta data festiva!
Mas é Natal...
Aleluia!
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Céu azul
Contemplo o céu, fascinado
Pelo azul imensamente belo;
Deslumbra-me a imensidão do infinito espaço
E me reduz a uma infinita expressão do nada!
As nuvens movimentam-se em bailados
De fantástica coreografia;
Brancas, pombas alvas da paz,
Na quietude do tempo que sorri,
Acariciadas pelo brilho do astro rei!
E é nesta visão, serena, que me acalma,
Ao mesmo tempo que me alerta,
Para as nuvens negras, tenebrosas e ameaçadoras
De tempestades de forças diluvianas...
Mas agora, aqui, neste momento,
Só quero sentir a ilusão do belo eterno
Que me é oferecido,
Neste quadro de singular perfeição,
Onde as cores são distintas
Das inventadas pelos homens;
Aquelas têm um brilho irreal, esotérico,
Que nos atraem e nos elevam espiritualmente,
Para um outro espaço extasiante de emoções.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Momentos pensados
As ondas beijam as areias douradas,
Acariciam os canaviais agitados,
Murmuram poemas encantados,
Às gaivotas que voam alvoradas.
O sol alegra-se com tal movimento,
Da vida pujante de cada dia,
São emoções em doce sentimento,
Esquecidas tristezas, com alegria.
O vento rejubila a consciência
Que a suave brisa vai afagando,
Nos puros valores da essência.
Com esta harmonia da natureza,
Gritemos alto e vamos amando,
Porque vida é a grande riqueza.
José Carlos Moutinho
domingo, 4 de dezembro de 2011
Desatinos da razão
Desassossego-me na escuridão dos meus medos,
Aperta-se-me o peito na ansiedade do nada,
Pensamentos que se endurecem como rochedos,
As noites carregam lembranças da amada,
Dos carinhos passados, sussurrados em segredos
E das mágoas que renasciam pela alvorada.
E os gritos soltos nas dores do entardecer,
Recordam momentos de tortura e desencanto
Que se agitavam nos desencontros do querer
E onde devia sorrir o amor, acontecia o pranto,
As emoções turvavam-se a cada amanhecer,
A paixão e o amor perderam o seu encanto.
Perdem-se nas trevas do discernimento,
A beleza de um viver pleno de alegria,
Prefere-se o abraço duro do sofrimento,
À razão afagada na doçura da acalmia,
Desatinos da humanidade inconsequente,
Que seria mais feliz, na ilusão da utopia.
José Carlos Moutinho
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
Ver esta publicação no InstagramUma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a