domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ama-te




Porque teimas em não olhar as flores do campo
E não absorver o ar perfumado das suas pétalas?
Porque insistes em não querer sentir o prazer,
Deste sol que te inunda a alma de luz
E te fechas na obscuridade da tristeza?

Quando caminhas,
O teu olhar de aço,
Fere o chão duro que pisas!
Olha em tua volta,
Repara nos sorrisos
Que te querem beijar,
Abre o coração,
Deixa fluir o amor que te partilham!

Não permitas que as noites de melancolia,
Te transformem num ser amorfo,
Recebe carinhosamente
O Luar que te abraça!

Aspira o ar que te dará forças,
Com o carinho do sentir,
Pelas emoções da vida,
Verás como serás outra pessoa,
Se gostares mais de ti;
Ama-te, que amarás os outros,
Não percas mais tempo,
Neste tempo que se esvai.

José Carlos Moutinho

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Angola saudosa





Angola...
Terra quente, de chão vermelho
Como o sangue da vida,
Onde proliferam cores candentes,
De corações alegres
E almas ardentes!
Flora de deslumbrantes miragens,
Fauna de pujante riqueza!
Ah...Angola de tantos encantos,
Que se perdem nas planícies do tempo
E se reencontram nas montanhas,
Sob mantos de luar!
Angola...
Terra que vibra a cada instante,
No nascer da alvorada,
De sol escaldante...
Que nos sorri, em cada momento do nosso sentir!
Angola, país de tantos dialetos e contrastes,
De um povo forte, de místicas crenças!
Angola, filha da Mãe África,
Transbordante de saberes e feitiços,
De extensões que se perdem no infinito,
Das ilusões que se inventam misteriosas,
Nas noites de batuques,
Despertadas nas madrugadas,
De Acácias em flor,
Inebriadas pelos cheiros raros,
Desta Angola amada,
Incrustada, paradoxalmente
Numa África bela e sacrificada.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Tempo perdido




Sinto falta dos teus sorrisos apagados,
Dos teus abraços reprimidos,
Das tuas palavras surdas!

Será que consegues hoje,
Compensar-me...
Com o que não me deste antes?

Poderás fazer com que na tua boca,
Se acenda o sorriso apagado;
Poderás soltar os abraços antes contidos
E dizeres o que ficou sufocado
Na tua garganta!

Já pensaste que os momentos perdidos,
Jamais retornam...
Nem sequer são substituídos pelos presentes?

Liberta essa tua postura fria,
Mostra-me a tua sensibilidade,
Que se esconde por trás da tua feminilidade!

Os seres humanos estão neste Cosmos
Para serem felizes,
Tudo passa vertiginosamente
E o desperdício da felicidade,
É de uma atroz falta de discernimento!

Vem...
Vamos viver o tempo presente
Duplamente...
Para que o tempo perdido
Seja esquecido!


José Carlos Moutinho

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Miragem de Flores de Lótus





Sufoca-me a garganta,
Pelas palavras mudas, contidas
Na revolta do meu grito estrangulado,
Em nuvens negras que nos pairam
E pelos desalinhos das consciências,
Que turvam o céu azulado da verdade!

Quero ignorar os ventos frios,
Que tentam enregelar
A minha alegria e o meu sorriso;

Quero ser a urze que se finca
No chão da serenidade;

Serei mensageiro da palavra amiga
E atravessarei desertos de falsidade,
Até que o oásis da fraternidade
Se estenda a meus pés
E na sombra fresca das palmeiras,
Sob o sol flamejante da esperança
Beberei água milagrosa, elixir da vida,
E verei finalmente
Os humanos mais felizes,
Ainda que seja uma utopia,
Superarei as dificuldades,
Na miragem doce e serena
Das flores de Lótus!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Raiar do sol




Contemplo o raiar do sol
Esplendoroso, que mansamente
Desponta lá no horizonte!
Sinto-me pequeno perante esta grandeza,
Emudeço nas palavras que quero dizer,
Para descrever a beleza
Desta estrela que me fascina
E me prende o olhar que se enamora
Por esta luz da vida!
A emoção que me entra pela alma,
Leva-me por voos de fantasia,
Nas asas da suave brisa
E viajo por Olimpo, na magia,
De encantamento e admiração
Por esta tela que se me oferece,
Plena de cor emoção,
Em tons jamais imitados,
Porque a paleta que produziu esta graça,
Nem o pintor mais inspirado,
Conseguiu criar
E muito menos imitar.

José Carlos Moutinho

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Solidão serena




Quando me penso no vazio do sentir,
Levo-me vagueante por entre vales
De sonhos perdidos,
Em noites de insónias,
Quando as palavras se faziam ocas,
Nos sons da garganta oprimida,
Pela desilusão daqueles instantes
De esmorecida paixão,
Que se afogara em pântanos de mentiras
E nem os nenúfares valeram!

Agora no abraço que me dou,
No aconchego das magnólias que me rodeiam
E nos aromas que me envolvem,
Vejo-me na solidão serena,
Da paz almejada!

E a minha mente deixa-se levar
No secreto desejo,
De palavras feitas amor,
Pela transparência cristalina,
Da luz que brota do âmago
Infinito da minha alma.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Êxtase



Navego-me em águas quentes de paixão,
Corro-me por rios de mansidão lânguida,
Com a frescura das suas carícias
E no murmurar da correnteza,
Que entoa melodias de delírio apaixonante!

Deslizo-me pelo seu corpo,
Em afagos de movimentos arrítmicos,
Animo-me ao toque das plantas,
Que marginam este leito de prazer,
Sinto-as como as tuas mãos, amor,
Beijo-te no borbulhar delicado das águas,
Que me roçam os lábios;
Os teus braços no oscilar das ondas,
Apertam-me contra o teu peito;
Os meus cabelos molhados,
Pelos teus dedos húmidos de sensações,
Fazem-me relaxar no fascínio
Dos reflexos solares,
Sobre o espelho aquático,
Deste meu deslumbramento
E pelo chilrear sinfónico,
Das aves empoleiradas
Nas árvores que me cobrem.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Luar que me canta




Nestes dias que se tingem de cinzento,
Pela exaustão do sol esvaído,
Levo-me nesta estrada de nuvens,
Na demanda de novos horizontes,
De mundos onde a luz seja constante,
A fraternidade uma palavra assertiva,
Os sorrisos brotem da alma
E os abraços sejam o calor da vida!

Ainda que seja uma vã busca,
Irei sem destino,
Construindo ilusões,
Cruzando emoções,
Abrigando sentimentos,
Inventando arco-íris
Nos mares de esperança!

Certamente que encontrarei
Flores que me sorriam,
Aves que me cantem,
Gente que se afague
Na singeleza da seda,
De mãos abertas e acolhedoras!
Os dias voltarão a pintar-se
De alegres e vivas cores,
Matizadas de paixões despertadas;
O sol virá com todo o seu vigor
E eu sentirei a felicidade
Do meu sonho realizado;
Quando o crepúsculo chegar,
Descansarei finalmente,
Sob o manto do luar que me canta!

José Carlos Moutinho

sábado, 28 de janeiro de 2012

Enquanto há vida...



Desesperam-se as vontades,
Perdem-se as razões,
O mundo tumultua-se,
Revolta-se, intriga-se e conspira!
As pessoas sofrem por carências várias,
A fome assola continentes,
Flagela injustamente inocentes,
O frio penetra em corpos nus,
E mata congelando almas!
Crianças partem prematuramente,
Combalidas pelos males que não pediram!
E a terra gira em torno do seu eixo,
Nas vinte e quatro horas de um dia,
Sem parar de nos surpreender,
Nas suas belezas e destruições!

Interrogamo-nos, porque se morre,
Tantas vezes em sofrimento,
Outras repentinamente
E teimamos em fazer as mesmas asneiras,
Enfrentando os perigos,
Desafiando as gravidades
E cometendo loucuras,
Provocando a morte!

Resguardamo-nos na carapaça
Do milagroso e velho ditado,
Há esperança,
Enquanto há vida...

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Imaginário



Ancorado no promontório do presente,
Levo-me em pensamento,
Pelas falésias do passado,
Até às areias roliças dos prazeres vividos,
Pela saudade que se torna latente,
Nas memórias que o tempo teima em esquecer!

Os meus pés são acariciados pela espuma,
Das emoções
De ondas feitas instantes,
No marulhar de fascinante melodia,
Que me hipnotiza os sentidos!

Navego na serenidade que me transcende,
Pelo reflexo do sol,
Sobre o dorso deste mar imenso!

Sou transportado por indizível mágica,
Ao futuro,
Que se faz delirantemente belo,
Pelas nuances iluminadas!

Chego ao horizonte,
Onde o céu beija o mar
E as estrelas abraçam golfinhos,
Ao som do cântico das sereias.

Estou no futuro, do imaginário.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Frémitos



Pela janela entreaberta,
Sorrateiro, espreita o sol,
Carinhosamente abraçado pelo vento,
Que ao som das baladas das ondas,
Daquele mar azul de lembranças,
Traz doces instantes
De tempos vividos,
Em cabanas de quimeras!
Dos seus raios cintilantes
Que lampejam utopias,
Fazem vaguear pensamentos
Por céus feitos estradas,
Dançar ilusões por areias
De desertas praias,
Onde desejos se fizeram paixões,
Em espumas de prazer,
Nos devaneios da inconsciência
De corpos escaldantes,
No rolar das águas, em orgasmos
De frémitos gemidos,
Em suores de excitação lasciva.
José Carlos Moutinho

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vulcão dos sentidos



A minha alma anima-se no reflexo cristalino
Do Sol da vida, espelhado nas águas
Das minhas memórias!
Traz-me lembranças daquele amor,
Que um dia me sufocou de tanto doer,
De paixão e emoções exacerbadas,
No sentir de prazeres desatinados,
Levados em voos sem rumo,
Sobre as areias quentes de um fogo,
Feito vulcão nas entranhas do nosso ser!
Na ausência do ar, estrangulado no beijo,
De anseios rebuscados sob o manto do luar;
Pensamentos esmorecidos na sensação,
Carinhosa do teu forte amplexo
E na carícia da tua pele sedosa,
Perturbadora dos meus sentidos;
O murmúrio dos teus lábios,
Quando beijavam os meus ouvidos,
Fazendo-me desfalecer
Num torpor de extasiante volúpia!

Acabam-se-me as lembranças
Que se levam na suavidade
Do crepúsculo que me desperta.


José Carlos Moutinho

domingo, 22 de janeiro de 2012

Desabafos D’Alma



Deixo-me levar nestes pensamentos,
De folhas soltas, esvoaçadas no vento
Da tua imagem!

São borboletas de emoções,
Saltitando em galáxias de ilusões,
Que se confundem em frustrada paixão!

O sol que me envolve,
Em silenciosa doçura
Num abraço de calada ternura,
Imaginado em braços invisíveis,
Aconchega-me o meu perturbado sentir!

Invento-me na lonjura de um tempo,
Que voltará profícuo de ti,
Ainda que dunas de desalentos,
Feitas muralhas,
Neste oásis do meu querer,
Tentem impedir-me de te respirar!

És o lago onde mergulho
E afogo as minhas mágoas!

És o vento que me seca as lágrimas!

És o corpo do mar em que me deito,
Nas ondas onde te sonho,
Pela carícia da espuma que me beija.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aquieto os pensamentos



Vagueiam-me os pensamentos, pelos minutos
Deste tempo, que foge ao meu controle,
No desalinho de vivências desatinadas
E que a memória teima em não esquecer!

Tentam as suaves brisas, soprar bonanças,
Sossegando tempestades, de emoções perturbadas,
Arrastadas por vendavais de sofridas dores!

E na acalmia desta brisa que me abraça,
Entro numa espiral de um sentir relaxante;
Invento paixões escondidas nos astros,
Ilumino a alma com o cintilar das estrelas,
Deixo entrar em mim, os sons impercetíveis
Das aves, que me voam, protetoras!

Ecoa no meu peito o grito de liberdade,
Que abre as amarras das minhas vontades, por realizar
E dos meus sonhos jamais concretizados!

Deixo-me envolver nesta utopia,
Que me prende ao desejo quimérico;
Aquieto os pensamentos,
Sossego a memória,
Esmoreço o corpo,
Saio de mim...
Voo livre, enfim!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Esperança...de nada



E tantos eram, que desequilibrados,
Caminhavam descalços, por estradas esburacadas,
Frias de morte, que lhes trespassava a alma,
Na dor despida de agasalho!
Porém, nos seus corações,
Jamais esmorecia a esperança,
Palavra de alma sentida,
Tão raramente conseguida!
Nos rios que transbordavam
E alagavam os seus campos ressequidos,
Pelas intempéries da miséria,
Na esperança da fertilização,
Em futuras plantações;
Esperança desiludida,
Nos caudais impetuosos,
Que tudo arrasavam!
E da esperança,
Do produto brotado da terra,
Resta-lhes somente lama e desespero,
Do desconforto,
Em corpos desnutridos!
E seguem, de almas feridas,
Corações sofridos,
Pés descalços,
Estômagos vazios,
Caminhando em busca da esperança,
Filosófica e mítica palavra,
De Esperança...
De nada.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A ti, mulher...


Quando te vejo, pula-me o coração,
Na louca vontade de te abraçar,
Será desatino ou doce paixão,
Ou talvez seja o meu modo de te amar.

Quisera ter-te em meus braços,
Sentir o calor do teu corpo,
Aconchegar-me nos teus abraços
E deixar-me assim, totalmente absorto.

Beijar os teus lábios vermelhos,
Doce sensação que muito anseio,
Quero seguir os teus conselhos,
Que me deixam em total devaneio.

Vem, entrega-te, deixa-me te amar
Funde o teu corpo no meu,
Deixemos esta paixão nos levar,
Na infinita volúpia pelo Céu.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Chamada do vento




Lá fora, sibila aflitivo o vento,
Como se chamasse por alguém,
Era um som triste
E simultaneamente lânguido;
De Alma perdida no vazio,
Em busca do amor que partira!
Arrepia-me,
Provoca-me forte ansiedade
E inconscientemente, deixo-me levar
Pelo vento de angústia desconhecida;
Os meus pensamentos amorfos,
Vagueiam-me pelo corpo desfalecido,
Numa letargia que me domina;   
Sinto-me levitar...
O meu corpo permanece estático,
Vejo-me, sorrindo-me...
Inefável situação que me seduz!
Cintilam raios luminosos,
O azul do céu é fantástico, inigualável,
Talvez seja o paraíso eterno
E vislumbro, bela, lá no horizonte,
Entre duas estrelas,
Uma mulher fascinante...
Será ela, que me chama pelo vento?

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A paz do poeta



As palavras soltam-se,
Deslizando na ponta da pena,
Definindo emoções e sentimentos,
Podem tornar-se acutilantes ou doces!
As palavras transcrevem a alma do poeta
Que deixa espelhar os seus momentos;
As palavras podem ser agrestes e terríveis
Na inquietude do poeta;
Adquirem toda a beleza do ânimo
Se este está feliz!
É nesta conjugação de estados de alma,
Que amor e paixão assumem lugar de destaque!

A paz está com o poeta,
Se as palavras sorriem…
E ele voa nas asas da ilusão;
Quando os seus sonhos acariciam as palavras
Que beijam o papel,
Num frémito de prazer
E o fazem esquecer a escuridão
Das noites de angústia,
Para ser iluminado pela aurora das emoções!

Aí sim, o poeta está em paz,
Porque a sua alma sensível está bem!


José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Quero-te



Quero sentir o teu beijo,
Que me pedes suave, devagarinho,
Ter o gosto da tua boca na minha;
Sentir a tremura do teu peito,
Que se aperta no meu!
Relaxo ao toque da tua mão, que me acaricia,
Enquanto nossas línguas se digladiam
Num mistério extasiado de prazer;
Quero ter-te apertada em mim,
Emoção tantas vezes sentida
E sempre loucamente desejada!
Quero entrar em ti,
Seres corpo do meu corpo,
Quero-te como minha rainha
E eu o teu escravo deliciado com a volúpia,
Que me proporcionas docemente!
Quero escutar os teus gemidos roucos de desejo,
Adormecer no teu sonho
E acordar na doce emoção da paixão.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Preconceito e petulância



Que mundo este onde preconceito
Ofusca a tradicional verdade,
Fazendo da falsidade preceito,
Mentindo com tanta autoridade.

Serão arautos da sabedoria,
Em dementes cabeças vazias,
São petulantes com a ousadia
De mudarem o real em utopias.

E nas suas consciências ocas,
Pensam-se catedráticos da razão,
Quando as atitudes são poucas

Pavoneiam-se alardeando saber,
Que na verdade é pura ilusão
E vontade excessiva de ser!


José Carlos Moutinho

domingo, 8 de janeiro de 2012

Memória nostálgica (De Luanda/Angola)



Vai-se o tempo esvaído nos minutos que correm,
Vem a saudade, cada vez mais intensa
Nos segundos que nos restam;
À memória, surge forte a lembrança
Do bulício alegre da “mutamba”
No vai vem dos “machimbombos”;

Recuo em mim, sinto-me nos “musseques”
Impregnados de fortes odores,
Olvidados nas farras de rebita,
Prolongadas pelas longas noites tropicais
E nas místicas batucadas de outras noites;
Quisera ouvir novamente,
O gemido pungente do “kissange”!

Ah...Como relembro a gritaria das “quitandeiras”
Enroladas em panos coloridos, feitos vestidos,
Apregoando os “cacussos”
As “lavadeiras”, de trouxas de roupa à cabeça
Gingando, descalças pelas ruas;

Saudoso degustar dos chocos grelhados do “Bitoque”
As “sandes” quentes de presunto do “Baleizão”;

“picadas” a perderem-se de vista,
Adormecidas na terra vermelha,
Onde as chuvas faziam exalar
Cheiro único de terra molhada;
Aos meus olhos aparece como uma real visão,
As imensas matas de luxuriante vegetação,
Os cafezais com o seu fruto vermelho;
Extensões eternas de verde do sisal,
Perdidas na lonjura;

Ai, saudoso fascínio olhar o mar
E admirar o sol a esconder-se
Em lânguida mansidão,
Espalhando as suas cores quentes deslumbrantes,
Multiplicadas nas ondas brilhantes do Atlântico;
As praias de belas areias da Ilha de Luanda
Que nos acolhiam
E nos mergulhavam nas suas belas e tépidas águas;

Esta tela multicolor de memórias
Ficou na saudade de um viver que se foi,
Acordado na lembrança de hoje.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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