segunda-feira, 30 de julho de 2012
A ti, quimera
No remanso da minha solidão,
quando a minha mente voa em quimeras,
a tua imagem surge-me no esplendor
do teu encanto que me fascina,
pelo teu sorriso que me beija
e pela carícia das tuas macias mãos, que me afagam!
Encontrar-te, foi como descobrir uma nova estrela,
cintilando no firmamento da felicidade!
Ver-te caminhar, no teu gingar,
de delicada feminilidade,
deixa-me em total abstração do que me cerca!
Suavemente, deslizo a minha mão,
pelo teu loiro e curto cabelo,
que torna o teu rosto jovial
e faz sentir-me adolescente!
Entro carinhosamente
na luz dos teus olhos castanhos
e apertando-te nos meus braços,
pelo calor exalado dos nossos corpos em fricção
entregamo-nos ao vibrar,
do nosso sentir,
alheados da razão.
José Carlos Moutinho
sábado, 28 de julho de 2012
No murmúrio dos búzios
Num azul de fascinante sentir,
o mar vem languidamente beijar
as areias douradas da praia,
onde multifacetados búzios,
murmuram palavras do meu amor,
que me chegam na caricia da brisa,
falando-me da sua saudade!
E eu no meu caminhar,
por este atalho de grãos de areia,
deixo-me enlevar no desejo de a abraçar,
numa emoção que me turva o pensamento
e me inebria o coração!
Revivo aqueles tempos de paixão,
em que nós dois, como um só,
nos entregávamos à partilha do nosso sentir
e nos levávamos em devaneios,
por céus brilhantes de fantasia,
num esvoaçar de sonhos realizados,
que nos faziam tão felizes!
Passaram-se os tempos,
as horas amoleceram as lembranças
e as vivências forçaram a mutação da vida!
Agora, amor, só nos resta esta brisa,
que me traz a doçura das tuas palavras,
murmuradas por búzios,
pela paixão que a memória não quer apagar.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Instantes perdidos
Sento-me nas escadas das
minhas recordações,
penso...
Deixo-me levar por caminhos de
enlevo,
às carícias das tuas mãos,
que me deixavam em êxtase,
em tempos, que o tempo levou,
mas que aqui, na escadas das
lembranças,
a imagem em forma de saudade
não apagou!
Sabes, garota...
Sinto falta do teu murmurar
palavras singelas,
que se enriqueciam no baú do
meu coração
e que a minha alma
guardiã do seu sentido
profundo,
as acolhia com o carinho
que elas me transmitiam!
Ah...Instantes que se perderam,
na ausência da entrega dos
corpos
onde os sentimentos se
libertassem!
Esta vida nas suas voltas,
alheias à nossa vontade,
contraria os nossos desejos
e nos levam a saudades,
onde a melancolia nos invade,
a nostalgia nos domina
e o retrocesso só é
possível,
nas miragens da mente
entorpecida.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Inquietude
Sou o mar turbulento do
desassossego,
Ondas agitadas da minha
inquietude,
Escura profundeza da minha
solidão!
Esta inquietude que me
arranha o corpo,
E provoca emoções díspares.
Sou solitário no meio da
multidão!
São confusos os meus sentimentos,
sem sentido!
Sou a ânsia da minha
ansiedade,
Sou um inconformado,
insatisfeito,
Sou o ser que sou...
E não quero ser!
Sou a luz do sol negro,
Que ofusca minhas vontades
De estar e não estar!
Onde será que quero estar?
Sou o torpor a que me
entrego,
Querendo libertar minhas
ideias;
Ideias escritas nas páginas
De um livro, da minha mente.
Quero ter a liberdade que
desconheço!
Quero sair desta agitação,
Que me invade a alma
E me dilacera o coração!
Quero ser a ave, que voa sem
destino!
Quero gritar...e ser
ouvido...
Pelo menos, por mim próprio!
José Carlos Moutinho
domingo, 22 de julho de 2012
Papoilas vermelhas
Canto ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados,
em papoilas vermelhas de paixão,
abraçados em trigais de amores dourados,
sobre leitos de saudosas lembranças!
O sol deste estio de sentimentos,
acaricia o meu rosto na doce brisa,
entoada pelos chilreios que perfumam a alma
e faz o meu coração sonhar fantasias!
No horizonte, a tarde vai repousando
no remanso da lonjura...
A serenidade que o ocaso me oferece,
evade-me de mim...
Leva-me em sentires etéreos,
por vias lácteas por inventar!
E cantei ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados
em papoilas vermelhas de paixão!
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Sintonia com o mar
Quando me navego no azul dos teus olhos,
feito mar das minhas doces marés,
esqueço tempestades, ignoro vagas intempestivas
de emoções perdidas no sopro do vento
e deixo-me levar no teu melódico marulhar!
Sinto o teu respirar
como brisa que afaga o dorso do mar
e os teus abraços, são a energia
que o meu corpo recebe,
pelo sol refletido na tua pele,
que invade o meu ser, como ondas
de beijos escaldantes
e que as gaivotas, no seu esvoaçar,
refrescam os nossos ímpetos,
com o bater das suas asas!
O murmúrio da tua doce voz,
na suavidade da espuma das ondas,
que se espreguiça na areia,
deixa-me fascinado na alvura
do teu rosto, que se cola ao meu,
numa entrega absoluta de dois corpos
em sintonia com as mentes,
perdidos em total alheamento do mundo.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Coração sonhador
Ah...
Coração meu, tantas vezes
desabrido,
Outras, tão doce e sonhador,
Levas-me em devaneios,
Por caminhos de quimeras...
E fazes de mim,
Um guardador de sonhos,
Inventados e jamais sonhados,
Transmutados em memórias
utópicas,
Na minha mente pendente de ti,
Coração desassossegado!
Acalma-te desse teu vaguear
sem rumo,
Não permitas que a minha
alma,
Seja abalada pelas tuas
aventuras!
Ah...
Coração inquietado,
Neste meu sentir desolado,
Vamos unir-nos,
Voando nas asas da felicidade
E esquecer os momentos de
melancolia,
Que o tempo nos obrigou a
viver
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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