Sou o mar turbulento do
desassossego,
Ondas agitadas da minha
inquietude,
Escura profundeza da minha
solidão!
Esta inquietude que me
arranha o corpo,
E provoca emoções díspares.
Sou solitário no meio da
multidão!
São confusos os meus sentimentos,
sem sentido!
Sou a ânsia da minha
ansiedade,
Sou um inconformado,
insatisfeito,
Sou o ser que sou...
E não quero ser!
Sou a luz do sol negro,
Que ofusca minhas vontades
De estar e não estar!
Onde será que quero estar?
Sou o torpor a que me
entrego,
Querendo libertar minhas
ideias;
Ideias escritas nas páginas
De um livro, da minha mente.
Quero ter a liberdade que
desconheço!
Quero sair desta agitação,
Que me invade a alma
E me dilacera o coração!
Quero ser a ave, que voa sem
destino!
Quero gritar...e ser
ouvido...
Pelo menos, por mim próprio!
José Carlos Moutinho
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