quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Luar de Agosto




Ah...Se eu fosse poeta,
e pudesse recriar o mundo,
faria da vida, o luar de Agosto!
Deixaria que a lua cheia
penetrasse luminosa nos corações,
de tanta gente que sofre
e que o calor deste Agosto,
fosse o abraço e o afago para os infelizes,
o alimento que mitigasse a fome!

Sob o manto deste fascinante luar de Agosto,
faria do chão duro e infértil,
o leito da fartura e da felicidade!

Ah...Se eu realmente fosse poeta
e tivesse o dom divino,
de fazer soltar o sorriso
em bocas fechadas,
pela dor da solidariedade ausente,
seria uma pessoa feliz,
acabaria com todos os males do mundo,
na bênção deste luar majestoso de Agosto!

Mas não sou poeta,
nem tampouco tenho o dom divino,
sou somente um ser, com sorte
de poder olhar este luar de Agosto,
com a tranquilidade do meu sossego,
e, de estômago aconchegado.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Alma ferida




Sinto a alma ferida
por ventos, que vindos de longe me acutilam,
são invisíveis no seu magoar,
abalam-me o sentir
e eu sem coragem, 
deixo-me enredar por esta teia de dor!
Entorpeço-me nos pensamentos combalidos,
a visão tolda-se-me,
escurecem-se os meus anseios!
Vagueio por caminhos imaginados,
perdido no sinuoso do meu querer,
procuro encontrar a janela da liberdade,
que me solte este penar desatinado
e sair, ainda que em atropelos,
por esse mundo de esperanças vãs,
cair no abraço de um sol que me aqueça
e derreta o frio
que congelou as minhas emoções!

Quero sair desta apatia
que me amarra...
E ir em busca de ilusões,
ainda que sejam utópicas
e voar em sensações novas
no dorso de nuvens quiméricas!

Quero sonhar,
sair desta realidade,
que me cativa no meu sofrer
e me sufoca no meu viver!

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Teu corpo em brasa




Quero soltar-me deste teu fogo que me sufoca
e me deixa em delirante estado de espírito,
mas que no meu mais profundo íntimo
não desejo...
Sinto-me afogueado por um sentir
que me atira, em lava de prazer,
pelos declives do teu corpo em brasa!

Apelo à brisa que nos acaricia,
o ar que me permita respirar,
na ânsia do teu querer,
que nos arrefeça as emoções,
tornadas inconscientes
por este fogo desatinado,
de dois corpos em êxtase!

Acalmados pelo cansaço do devaneio,
Descansamos no suor que nos alaga,
dos poros dilatados,
na volúpia da razão sossegada.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mutação humana




A cada dia, mais as desilusões são patentes,
nas mutações dos comportamentos,
que como pântanos de águas turvas,
nos engolem pela ausência de boas intenções
e nos levam a pensar se o errado é o certo,
ou vice versa...
numa parafernália de emoções díspares!

Sinto que estamos todos perturbados,
por alguma insanidade repentina,
que nos tolhe a razão
e nos lança por caminhos torpes,
onde o respeito é palavra vã,
a vaidade e a mentira são imperativas!

Que mundo é este, onde a amizade
vai perecendo em campos de batalha,
de uma guerra estúpida e incoerente,
de irracionalidade humana...
Onde os nobres valores se perdem
e se exaltam maquiavélicos defeitos,
pela ausência de pureza dos sentimentos,
que outrora eram parte integrante
do viver de todos nós!

Assusta-me imaginar o futuro da espécie humana,
nesta louca caminhada de vazios,
onde se fazem presentes,
desatinadas e frias emoções!

José Carlos Moutinho

Rio da minha vida




Sinto no murmurar das águas
deste rio da minha vida,
onde navegávamos na mansidão do luar
e rejubilávamos na alegria da juventude,
as melodias da felicidade,
acariciadas pela brisa daquele tempo,
de palmeiras verdes de esperança,
onde as brumas da incerteza não existiam!

E agora, contemplando o caudal deste rio
ressequido por este tempo que se faz presente
sufoco o choro de lágrimas da nostalgia,
que me aperta o peito, na dor feita saudade!
E aqui estou, sentado, nas areias que margeiam
este rio cansado, pelas mágoas do seu percurso,
esperando nova brisa que me sopre forças,
para continuar a navegar neste leito seco
e chegar ao remanso da minha tranquilidade!

Anseio por novos rios, num tempo
que se faça fértil e de águas calmas,
navegue por entre campos floridos,
ao som melodioso dos chilreios
de aves encantadas,
de cores garridas da paixão,
ao encontro de um novo viver.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Apatia




Nesta apatia que invade o meu ser,
levo-me por caminhos e fragas da minha alma,
ao recôndito das minhas recordações
de outros estados de espirito,
onde eram vividas intensamente,
as emoções nascidas das ilusões,
tornadas realidade
pelas paixões soltas, como o vento,
voadas por céus de resplandecente sol,
onde só a felicidade tinha lugar,
pelo encanto da juventude!
Anseios que se tornavam latentes,
pelo ardor da sensualidade!

Ah...
Como gostaria de acordar
na alvorada daqueles tempos,
sair deste torpor delirante,
ter a agilidade que me fazia correr,
mesmo sem destino,
pelas estradas que a vida me oferecia!

Só me resta aceitar o passar das horas,
lutar para não me deixar soçobrar,
nas águas que banham o meu futuro.

José Carlos Moutinho



http://soundcloud.com/jos-carlos-moutinho/apatia

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mudar de vida




Ah...Mas quantas vezes me revolto com a vida,
Como se fosse ela a culpada de tanta desilusão,
Quando na verdade os problemas e dor sentida,
São somente mágoas que me sufocam o coração.

Penso para mim e digo em voz alta, que vou mudar,
Que esta maneira de viver não tem razão de ser,
Vou procurar outro caminho sob o manto do luar
E tenho a certeza que vou melhorar o meu viver.

Vou, pois, amigos, tenazmente mudar de vida,
Nem que para isso tenha de escalar montanhas,
Descer por precipícios, como se fossem avenida,
Mas vou MUDAR DE VIDA, conseguirei esta façanha.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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