terça-feira, 7 de agosto de 2012
Apatia
Nesta apatia que invade o meu ser,
levo-me por caminhos e fragas da minha alma,
ao recôndito das minhas recordações
de outros estados de espirito,
onde eram vividas intensamente,
as emoções nascidas das ilusões,
tornadas realidade
pelas paixões soltas, como o vento,
voadas por céus de resplandecente sol,
onde só a felicidade tinha lugar,
pelo encanto da juventude!
Anseios que se tornavam latentes,
pelo ardor da sensualidade!
Ah...
Como gostaria de acordar
na alvorada daqueles tempos,
sair deste torpor delirante,
ter a agilidade que me fazia correr,
mesmo sem destino,
pelas estradas que a vida me oferecia!
Só me resta aceitar o passar das horas,
lutar para não me deixar soçobrar,
nas águas que banham o meu futuro.
José Carlos Moutinho
http://soundcloud.com/jos-carlos-moutinho/apatia
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Mudar de vida
Ah...Mas quantas vezes me
revolto com a vida,
Como se fosse ela a culpada
de tanta desilusão,
Quando na verdade os
problemas e dor sentida,
São somente mágoas que me
sufocam o coração.
Penso para mim e digo em voz
alta, que vou mudar,
Que esta maneira de viver
não tem razão de ser,
Vou procurar outro caminho
sob o manto do luar
E tenho a certeza que vou
melhorar o meu viver.
Vou, pois, amigos,
tenazmente mudar de vida,
Nem que para isso tenha de
escalar montanhas,
Descer por precipícios, como
se fossem avenida,
Mas vou MUDAR DE VIDA,
conseguirei esta façanha.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 31 de julho de 2012
Aquela mulher
Aqui neste canto da minha
solidão,
onde os meus pensamentos me
absorvem
no silêncio dos meus
sentidos,
deixo-me invadir pela
memória daquela mulher,
Cujas palavras me
enfeitiçavam,
no seu doce murmurar
e pela carícia das suas
mãos, no seu afagar!
A cada instante do meu
recordar,
surge-me mais perto, na ânsia
do meu querer
e vejo-a no seu elegante
caminhar,
em delicado oscilar,
como folha soprada pela
brisa!
Os seus cabelos longos e negros
agitados pelo meu respirar,
no abraço que fundia os
nossos corpos!
Ah....
Como recordo aquela mulher
querida,
de pele morena, aveludada
pelo sol tropical,
...O seu rosto de finos
traços,
onde brilhavam os seus
negros olhos
como estrelas que me iluminavam
o caminho da minha paixão,
a sua boca...
Ai...a sua boca,
...Eu mergulhava a minha!
E nesta minha solidão,
com este silêncio de
recordar,
deixo-me voar na saudade,
pelas asas da memória,
porque o passado não retorna!
Onde estará hoje, essa
mulher?
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 30 de julho de 2012
A ti, quimera
No remanso da minha solidão,
quando a minha mente voa em quimeras,
a tua imagem surge-me no esplendor
do teu encanto que me fascina,
pelo teu sorriso que me beija
e pela carícia das tuas macias mãos, que me afagam!
Encontrar-te, foi como descobrir uma nova estrela,
cintilando no firmamento da felicidade!
Ver-te caminhar, no teu gingar,
de delicada feminilidade,
deixa-me em total abstração do que me cerca!
Suavemente, deslizo a minha mão,
pelo teu loiro e curto cabelo,
que torna o teu rosto jovial
e faz sentir-me adolescente!
Entro carinhosamente
na luz dos teus olhos castanhos
e apertando-te nos meus braços,
pelo calor exalado dos nossos corpos em fricção
entregamo-nos ao vibrar,
do nosso sentir,
alheados da razão.
José Carlos Moutinho
sábado, 28 de julho de 2012
No murmúrio dos búzios
Num azul de fascinante sentir,
o mar vem languidamente beijar
as areias douradas da praia,
onde multifacetados búzios,
murmuram palavras do meu amor,
que me chegam na caricia da brisa,
falando-me da sua saudade!
E eu no meu caminhar,
por este atalho de grãos de areia,
deixo-me enlevar no desejo de a abraçar,
numa emoção que me turva o pensamento
e me inebria o coração!
Revivo aqueles tempos de paixão,
em que nós dois, como um só,
nos entregávamos à partilha do nosso sentir
e nos levávamos em devaneios,
por céus brilhantes de fantasia,
num esvoaçar de sonhos realizados,
que nos faziam tão felizes!
Passaram-se os tempos,
as horas amoleceram as lembranças
e as vivências forçaram a mutação da vida!
Agora, amor, só nos resta esta brisa,
que me traz a doçura das tuas palavras,
murmuradas por búzios,
pela paixão que a memória não quer apagar.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Instantes perdidos
Sento-me nas escadas das
minhas recordações,
penso...
Deixo-me levar por caminhos de
enlevo,
às carícias das tuas mãos,
que me deixavam em êxtase,
em tempos, que o tempo levou,
mas que aqui, na escadas das
lembranças,
a imagem em forma de saudade
não apagou!
Sabes, garota...
Sinto falta do teu murmurar
palavras singelas,
que se enriqueciam no baú do
meu coração
e que a minha alma
guardiã do seu sentido
profundo,
as acolhia com o carinho
que elas me transmitiam!
Ah...Instantes que se perderam,
na ausência da entrega dos
corpos
onde os sentimentos se
libertassem!
Esta vida nas suas voltas,
alheias à nossa vontade,
contraria os nossos desejos
e nos levam a saudades,
onde a melancolia nos invade,
a nostalgia nos domina
e o retrocesso só é
possível,
nas miragens da mente
entorpecida.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Inquietude
Sou o mar turbulento do
desassossego,
Ondas agitadas da minha
inquietude,
Escura profundeza da minha
solidão!
Esta inquietude que me
arranha o corpo,
E provoca emoções díspares.
Sou solitário no meio da
multidão!
São confusos os meus sentimentos,
sem sentido!
Sou a ânsia da minha
ansiedade,
Sou um inconformado,
insatisfeito,
Sou o ser que sou...
E não quero ser!
Sou a luz do sol negro,
Que ofusca minhas vontades
De estar e não estar!
Onde será que quero estar?
Sou o torpor a que me
entrego,
Querendo libertar minhas
ideias;
Ideias escritas nas páginas
De um livro, da minha mente.
Quero ter a liberdade que
desconheço!
Quero sair desta agitação,
Que me invade a alma
E me dilacera o coração!
Quero ser a ave, que voa sem
destino!
Quero gritar...e ser
ouvido...
Pelo menos, por mim próprio!
José Carlos Moutinho
domingo, 22 de julho de 2012
Papoilas vermelhas
Canto ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados,
em papoilas vermelhas de paixão,
abraçados em trigais de amores dourados,
sobre leitos de saudosas lembranças!
O sol deste estio de sentimentos,
acaricia o meu rosto na doce brisa,
entoada pelos chilreios que perfumam a alma
e faz o meu coração sonhar fantasias!
No horizonte, a tarde vai repousando
no remanso da lonjura...
A serenidade que o ocaso me oferece,
evade-me de mim...
Leva-me em sentires etéreos,
por vias lácteas por inventar!
E cantei ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados
em papoilas vermelhas de paixão!
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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