segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Noite de lua cheia





É bela a noite de lua cheia...
Mas o luar não me traz o brilho,
dos olhos da minha amada,
que se perdeu no breu da saudade,
nem o cintilar das estrelas,
que me sussurram
palavras do seu exausto amor!

Este mistério que a noite encerra,
desencanta-me a alma no meu recordar
dos sonhos sonhados
e dos instantes vividos,
em outras noites de outros luares
de ávidos sentires!

Olho serenamente a beleza
daquele fascinante astro,
que me transmite uma paz relaxante!

Dispo-me das minhas tristezas
e levo-me em pensamentos alados,
por vales cósmicos de emoções novas,
em busca do brilho de outros olhos,
que me ilumine o coração
na alvorada do meu querer.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Naquela ilha



A ilha na sua exuberante paisagem,
estendia-se por campos de lindas flores,
em seu redor, o mar entoava melodias
que nos chegavam fascinantes!
O sol no seu esplendor,
iluminava tudo e todos;
A natureza estava “quase” perfeita,
em toda a sua beleza e feitiço...
Mas eis que apareceste tu,
para completar aquele belo cenário,
de deslumbramento terrestre!
As flores engalanaram-se
com as suas mais belas cores,
para te receberem,
pois tu eras a rainha, a flor principal,
naquele jardim, no meio do mar plantado!
O sol sorriu-te à tua passagem,
o mar aprimorou-se nos cânticos,
em tua homenagem...
Eu, simplesmente emudeci,
porque as palavras calaram-se na minha boca,
dando lugar ao batimento do meu coração,
que fascinado pelo teu encanto,
me deixou extasiado
e apaixonado.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Murmúrios das ondas





As ondas que se enrolam no mar,
trazem murmúrios da minh’amada,
que em belos poemas, ao luar,
me deixam a alma encantada.

No dorso do mar, o brilho do sol,
é sorriso que ela me envia,
nos seus olhos está o meu farol,
de luz, da minha alma poesia.

Meu amor, quanta felicidade...
que me faz voar pelo infinito,
ao encontro da eternidade!

É belo ser amado e amar,
livre de amargura e conflito
e nos braços do amor, aportar!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Alvorada da vida



 
Passavam pela minha rua, como mariposas saltitantes
com a alegria da juventude de cabelos ao vento,
seios eretos, escondidos em blusas de xadrez
saias plissadas, que ressaltavam belas e torneadas pernas...
E sorriam, falando animadas, em voz alta,
como se estivessem em festa!
E estavam...
Na festa da vida,
da mocidade que as abraçava
em total desprendimento,
sem preconceitos nem alienações,
o sangue que lhes navegava o corpo
tinha o vigor da pujança...

Esta a imagem, que se esconde
no baú das minhas memórias
e que ao longo dos anos,
sempre me acompanhou,
ainda que ventos e tempestades
das incongruências da vida,
me forçassem a perdê-las
nas brumas do esquecimento!

Ainda hoje,
quando as tardes se vão encurtando
no calendário da minha vida,
recordo com saudade,
a imagem daquelas garotas,
que faziam o meu coração sonhar,
na inocência da minha puberdade.

José Carlos Moutinho

domingo, 9 de setembro de 2012

Vem, meu amor...





Não sei porque me entristece a alma,
se ao contemplar o mar brilhante
pelo sol que acaricia o seu dorso,
me acalma a mente...
Talvez seja a saudade destes momentos
de tua ausência,
que me deixam assim!
Bem sei, que logo virás, meu amor,
mas que posso eu fazer,
se não controlo esta falta de ti;
Os minutos parecem-me horas...
As horas...ai, são longos dias;
Sei bem que serei compensado,
Quando nos teus braços,
Eu me sentir aconchegado
Pela paixão que nos envolve
E me fará esquecer
aqueles momentos nebulosos,
na miragem do mar,
que na acalmia, partilhava nostalgia!

Vem meu amor...
Esta espera seca-me o sentir
quero mergulhar-me nos teus beijos
e saciar-me desta sede de ti.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Incêndios





O fogo crepita, imagem terrível de paradoxal beleza,
Corre gente aos gritos, sem destino, alucinadas!
Sopradas pelo vento, as chamas tornam-se fortaleza,
Viaturas tanques dos bombeiros, acorrem apressadas.

O verde da vegetação torna-se negro como a morte!
Onde antes existia o encanto das flores silvestres,
Agora são troncos e ramos calcinados de cheiro forte,
É a devastação total, daquelas imagens campestres.

Rolam pedras enegrecidas, pelas escarpas serranas,
Desapoiadas da vegetação e árvores que as sustentavam,
É o destruir do trabalho de anos, daquelas mãos humanas,
Cujas vidas já difíceis pelos tempos, tanto labutaram.

Casas, suor de uma vida de trabalho, queimadas,
Culturas dizimadas pela passagem apocalíptica,
Animais e culturas, vidas e emoções dizimadas,
Almas em desespero, ante situação tão critica.

Finalmente apagou-se aquele fogo, terrível e devastador!
Agora, olhar aquela paisagem é ter a dor no coração,
É ser-se impotente, perante a ação de algum agitador,
Causador de tanto sofrimento, por tão assassina ação.

E assim deixo aqui, expressa à minha maneira,
O que me vai na alma, em relação a esta calamidade!
Todo aquele que incendeia devia cair na sua fogueira
E ter assim consumada a sua a pena, por tanta maldade.

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a