terça-feira, 4 de setembro de 2012

Incêndios





O fogo crepita, imagem terrível de paradoxal beleza,
Corre gente aos gritos, sem destino, alucinadas!
Sopradas pelo vento, as chamas tornam-se fortaleza,
Viaturas tanques dos bombeiros, acorrem apressadas.

O verde da vegetação torna-se negro como a morte!
Onde antes existia o encanto das flores silvestres,
Agora são troncos e ramos calcinados de cheiro forte,
É a devastação total, daquelas imagens campestres.

Rolam pedras enegrecidas, pelas escarpas serranas,
Desapoiadas da vegetação e árvores que as sustentavam,
É o destruir do trabalho de anos, daquelas mãos humanas,
Cujas vidas já difíceis pelos tempos, tanto labutaram.

Casas, suor de uma vida de trabalho, queimadas,
Culturas dizimadas pela passagem apocalíptica,
Animais e culturas, vidas e emoções dizimadas,
Almas em desespero, ante situação tão critica.

Finalmente apagou-se aquele fogo, terrível e devastador!
Agora, olhar aquela paisagem é ter a dor no coração,
É ser-se impotente, perante a ação de algum agitador,
Causador de tanto sofrimento, por tão assassina ação.

E assim deixo aqui, expressa à minha maneira,
O que me vai na alma, em relação a esta calamidade!
Todo aquele que incendeia devia cair na sua fogueira
E ter assim consumada a sua a pena, por tanta maldade.

José Carlos Moutinho


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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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