terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desencantos





Do alto da minha janela, deixo o meu olhar cansado,
vaguear pelos campos secos, de amarguras cultivadas,
onde antes existia o verde da esperança,
resta o restolho da tristeza plantada!
Desvio os meus olhos desta imagem desapiedada,
abraço com o meu olhar, o rio, plácido no deslizar de suas águas,
onde os desalentos se refletem no dorso das desilusões,
outrora caudais de glórias que inundavam almas bravias
de gentes altivas de valores consagrados!

Os tempos mudam...
As águas correm indiferentes,
o sofrimento é pertinaz!
As emoções são outras, intempestivas,
a razão é coisa estranha,
deturpada pela vaidade e presunção!

Semicerro os meus olhos extenuados
pelo cinzento do infinito, de nuvens negras,
brumas que ofuscam um tempo que não volta
e nos atrofiam este viver desassossegado!

Definitivamente cerro os olhos,
deixo de olhar
não desejo ver mais nada...
Quero apagar a imagem deste mundo
e deste tempo de agora...
E penso-me na ilusão de um outro viver,
de tons encantados, onde o sol seja o sorriso
e o luar a felicidade,
onde não exista a escuridão torpe
deste desatino que nos é fadado!

José Carlos Moutinho

domingo, 14 de outubro de 2012

O meu chão





Por este chão que eu piso,
que me suporta as mágoas e alegrias
desta vida feita de sangue, suor e amor,
de cheiros de belas flores
da esperança de novas vidas
eu caminho, grato, sentindo o seu pulsar!

Tento inventar palavras para este chão,
que me acolhe nos momentos de desilusão,
me abraça na minha tristeza,
me sorri na minha alegria e felicidade
e só encontro uma, simples,
porém, bem significativa do seu valor
És MAGNIFICO, chão,
pelo que ofereces a este mundo,
que te olha e pisa sem consideração
e tu graciosamente retribuis,
o pão da vida, o vinho da comemoração,
os perfumes das flores que encantam
as árvores que nos refrescam,
com a magnitude das suas sombras!

És o chão, onde cansado me deito,
serás no juízo final, o meu leito
onde farei de ti, o meu companheiro,
na eternidade do meu sono derradeiro!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Serei eu poeta?





Sem querer ser piegas mas sincero,
quando tanta poesia leio por aí,
confesso, se ser poeta eu quero,
insisto e vou ficando por aqui.

Tento fazer belos e doces versos,
que me deixem feliz no seu criar,
são alguns instantes dispersos,
se a minha alma decide cantar.

Não desistirei e vou em frente,
mesmo com resultado negativo,
mostrarei que eu sou persistente!

Se em poesia não for convincente,
tentarei na prosa ser mais ativo,
mas nunca serei um desistente!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quando eu for nada





Quando eu, de mim, for nada,
levo-me viajante, em nuvem alva
por esse Infinito anil da alvorada,
na serenidade da paz da minha alma!

Dirão, na certeza do que sempre acontece,
era uma pessoa que tinha a sua ironia,
defeitos, muitos outros que transparece,
porém, lá no fundo, tinha alguma simpatia!

Nada mais me importará,
serei vento que dominará os céus
no esplendor celestial;
Serei condor que me levará nas suas asas,
por lugares nunca antes visitados!
Serei a nuvem que abraçará o mundo!

Quero ser a paz etérea,
purificar-me das maleitas terrenas,
esquecer as maldades mesquinhas!
Quebrarei as amarras das amizades balofas,
irei agora olhar este mundo louco,
com mais tolerância e benevolência,
infelizes não sabem o que fazem!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aquela mulher, o meu amor





Sento-me nas escadas do meu pensamento
e deixo-me levar pelos caminhos do além,
recordo momentos bons que ficaram cá dentro
do meu peito, na saudade deixada por alguém!

São lembranças que invadem a minha alma,
gostaria de a ter em meus braços novamente,
tudo faz parte do passado, que não acalma
a minha dor, neste tortuoso sofrimento!

Quisera que o tempo parasse totalmente
e me devolvesse aquela mulher amada...
Serão ilusões que me passam pela mente!

Oh...Deus dos amores faz esquecer esta dor,
que me deixa a alma assim tão castigada,
traz de volta aquela mulher, o meu grand’amor!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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