sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Desassossego



Deixo-me embalar nos braços das minhas ilusões,
invento quimeras em arco-íris, nunca desvendados,
respiro brisas que me alentam em novas sensações,
anseio por ardorosos amores e beijos apaixonados!

Navego-me em pensamentos por galáxias coloridas,
sossego o meu agitado coração
no luar que me acalma a ansiedade
do amor esmorecido pelas noites silenciosas!

Agito-me neste espaço que me condiciona
e me sufoca, pela ausência de um abraço,
Um simples amplexo, cujo calor da paixão
me despertasse desta letargia que me invade,
que desabrochasse novas alvoradas de amor!

Que as pedras das calçadas sorrissem
em inocentes utopias,
e das negras nuvens chovessem pétalas
de corações, exaltados pela alegria,
de verdadeiras paixões e felicidade!

Se as ilusões quiméricas,
que nos agitam os sonhos,
voassem até ao âmago da nossa alma,
como pombas brancas
e das alvas penas, se fizessem ninhos,
onde se aconchegasse eternamente o amor,
então eu acordaria definitivamente...
Para a vida.

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Queria



Queria fazer das minhas palavras, libélulas,
Que na suavidade do seu voo,
Levassem até à minha amada
O sentir da minha alma,
E o murmúrio das suas asas,
Fossem carícias, que se fizessem pétalas
De metáforas coloridas!

Queria transformar as flores,
Em poemas de amor exaltado,
Que no sopro da brisa
Chegassem delicados,
Em sons enfeitiçados aos ouvidos
Da musa do meu viver!

Queria transformar tempestades de desatinos,
Em doces bonanças de paixão e amor,
Do manto do luar, faria um véu
Que a fizesse noiva do meu coração
E a mulher da minha vida...

Queria que as palavras negras,
Se florissem com as cores do arco-íris
Que fossem tela de fascínios,
Pintadas com cerdas de felicidade,
Obtidas da colorida paleta da tolerância!

Queria que a maresia
Que me perfuma a alma
E faz do meu coração canoa,
Me navegasse por mares de sorrisos
Em ondas de total paixão,
Embalado por amor, único e eterno.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Paixão em desvario



Os dias sempre iguais,
Desfaleciam tristes nos ocasos da vida,
Numa monotonia de desalento da alma!
O sol tinha a opacidade da sua tristeza,
O luar, mortiço, esmorecia o seu sentir,
Navegava em suplício por águas turvas,
Submergindo nas profundas dores do seu viver!
Mas...Um dia...
Tudo mudou, quando ela surgiu,
Numa simbiose de esplendor e simplicidade
E a sua alma antes desalentada, alegrou-se,
O sorriso dela era como o sol no seu apogeu,
Dos seus belos olhos esverdeados, fez-se luar
O coração dele, antes esmorecido, vibrava de emoção
Emergiu das profundezas do desencanto,
Toda a sua amorfa essência, resplandecia!
Ela sorriu-lhe, ele sorriu-lhe
Por encanto, ou capricho do destino,
Na celeridade do tempo, nascia uma paixão intensa
Lava incandescente do vulcão do amor!

A cada dia mais forte e delirante 
Era essa louca e deliciosa paixão,
Que os levava por céus de volúpia,
Em constantes voos de prazer
Nas asas de excitante êxtase!
Sôfregos de desejo,
Entregavam-se em amplexos de desvario,
Beijos delirantes longos,
De onde brotava doce néctar
No impetuoso conflito de línguas!
Seios hirtos, ansiosos, excitados,
Cediam à pressão do peito do amante,
Que avassalador apertava a sua amada...
...E a cópula consomou-se, em delirante prazer,
Onde os sentidos se perderam nas emoções
De uma sublime e louca paixão.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Serei eu poeta?



Sem querer ser piegas mas sincero,
quando tanta poesia leio por aí,
confesso, se ser poeta eu quero,
mas insisto, vou ficando por aqui.

Tento fazer belos e doces versos,
que me deixem feliz no seu inventar,
instantes que vou deixando dispersos,
quando minh’alma se decide a cantar.

Não desistirei, irei sempre em frente,
mesmo com resultado negativo,
mostrarei ao mundo que sou persistente!

Se na poesia eu não for convincente,
tentarei na prosa ser mais ativo,
mas jamais serei alguém desistente!

José Carlos Moutinho.

sábado, 14 de setembro de 2013

Secou a fonte



Secou a fonte!
Aquela fonte de onde brotavam palavras
Que se faziam doces, em voz de poesia,
Que exaltavam o amor,
Cantavam melodias de paixão
E murmuravam suspiros de felicidade!

Secou a fonte!
E do leito, por onde corriam as palavras cristalinas,
Restaram pedras esmeriladas,
Luzidias, pelo doce deslizar da poesia!

Tento agarrá-las
Na vã esperança de que acordem
Da letargia ressequida a que se entregaram,
Gostaria de ter o poder de voltar a regá-las
Com o sentir da minha inspiração,
Que brotava docemente daquela fonte, minha musa,
Mas o tempo injusto ignorou a minha emoção
Quando implorei que voltasse a libertar
Serenamente, as minhas palavras em águas finas,
Que corressem e acariciassem aquelas pedras
Agora silenciosas e gastas pela ausência
Da amada, que tal Cinderela
Ou talvez enfeitiçada,
Deixou-me somente a tristeza da saudade.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Corpos amantes



Aquele quarto de paredes caladas,
Sombreadas pelos raios lunares
Infiltrados através da janela entreaberta
Testemunhavam as carícias,
Os abraços, os beijos
E os murmúrios lânguidos de prazer
Que se soltavam das bocas daqueles dois corpos,
Em reboliço de absoluto enlevo,
Sobre os lençóis alvos da cama,
Campo de lasciva batalha,
Alheios a tudo para além deles próprios,
Rolavam numa volúpia incontida,
Entre gemidos, sorrisos e olhares de ternura,
Sensações que afloravam os poros,
Desatinavam os pensamentos
Perdidos na loucura de doces emoções,
As bocas colavam-se num beijo suculento e interminável
Néctares sugados por línguas sedentas,
Os corpos vibravam numa excitação delirante,
Seios entumecidos,
Braços que se agitavam em abraços ardentes
Afagavam-se mutuamente,
As mãos dele deslizavam como seda
Pelo colo delicado da sua fêmea,
A mulher que se entregava de corpo e alma
Numa paixão plena de amor,
Ela beijava-o numa ânsia incandescente,
Descia a sua língua pelo corpo fogoso do seu macho
Em massagem de indescritível deleite,
O calor do desejo transformava-se em vulcão,
Agitavam-se descontrolados e insaciáveis
Aqueles corpos amantes,
Ela gemia meigamente...
Os órgãos excitados acoplaram-se,
Movimentos arrítmicos, suores partilhados,
Voz feminina que murmurava docemente
Ai, amor, ai amor...
Ele deixava-se navegar naquela onda
E juntos na paixão que os dominava
E pelo amor profundo que partilhavam,
Em total êxtase, atingiram o clímax,
Perfumados pela maresia orgástica,
Cansados, mas plenamente saciados, física e mental
Abençoados pela luz do farol de suas vidas.

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sonhos das estrelas





Cantam as estrelas felizes, ao luar,
poemas dos encantos belos da vida,
de saudades das noites de embalar,
em especial aquela noite vivida.

No firmamento a festa é celestial,
sussurram alegres todos cometas,
a festa entrou num ritmo de festival,
aqui na terra dançam borboletas.

Canta de felicidade o globo,
que se transmuta em partilha com amor,
onde se tem orgulho em ser-se probo

Será que tudo não passa de ilusão
continua a frieza do desamor,
vivendo no egoísmo sem coração...

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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