quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Corpos amantes



Aquele quarto de paredes caladas,
Sombreadas pelos raios lunares
Infiltrados através da janela entreaberta
Testemunhavam as carícias,
Os abraços, os beijos
E os murmúrios lânguidos de prazer
Que se soltavam das bocas daqueles dois corpos,
Em reboliço de absoluto enlevo,
Sobre os lençóis alvos da cama,
Campo de lasciva batalha,
Alheios a tudo para além deles próprios,
Rolavam numa volúpia incontida,
Entre gemidos, sorrisos e olhares de ternura,
Sensações que afloravam os poros,
Desatinavam os pensamentos
Perdidos na loucura de doces emoções,
As bocas colavam-se num beijo suculento e interminável
Néctares sugados por línguas sedentas,
Os corpos vibravam numa excitação delirante,
Seios entumecidos,
Braços que se agitavam em abraços ardentes
Afagavam-se mutuamente,
As mãos dele deslizavam como seda
Pelo colo delicado da sua fêmea,
A mulher que se entregava de corpo e alma
Numa paixão plena de amor,
Ela beijava-o numa ânsia incandescente,
Descia a sua língua pelo corpo fogoso do seu macho
Em massagem de indescritível deleite,
O calor do desejo transformava-se em vulcão,
Agitavam-se descontrolados e insaciáveis
Aqueles corpos amantes,
Ela gemia meigamente...
Os órgãos excitados acoplaram-se,
Movimentos arrítmicos, suores partilhados,
Voz feminina que murmurava docemente
Ai, amor, ai amor...
Ele deixava-se navegar naquela onda
E juntos na paixão que os dominava
E pelo amor profundo que partilhavam,
Em total êxtase, atingiram o clímax,
Perfumados pela maresia orgástica,
Cansados, mas plenamente saciados, física e mental
Abençoados pela luz do farol de suas vidas.

 José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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