sábado, 14 de setembro de 2013

Secou a fonte



Secou a fonte!
Aquela fonte de onde brotavam palavras
Que se faziam doces, em voz de poesia,
Que exaltavam o amor,
Cantavam melodias de paixão
E murmuravam suspiros de felicidade!

Secou a fonte!
E do leito, por onde corriam as palavras cristalinas,
Restaram pedras esmeriladas,
Luzidias, pelo doce deslizar da poesia!

Tento agarrá-las
Na vã esperança de que acordem
Da letargia ressequida a que se entregaram,
Gostaria de ter o poder de voltar a regá-las
Com o sentir da minha inspiração,
Que brotava docemente daquela fonte, minha musa,
Mas o tempo injusto ignorou a minha emoção
Quando implorei que voltasse a libertar
Serenamente, as minhas palavras em águas finas,
Que corressem e acariciassem aquelas pedras
Agora silenciosas e gastas pela ausência
Da amada, que tal Cinderela
Ou talvez enfeitiçada,
Deixou-me somente a tristeza da saudade.

José Carlos Moutinho.

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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