terça-feira, 20 de maio de 2014

Serei Louco?





Deixem-me pensar que sou eterno,
não me julguem louco,
ou muito menos transtornado!

Tenho em mim  todas as vontades
do querer imaginativo,
posso ser o que quiser,
e não querer ser
o que querem que eu seja!

Quero libertar-me das amarras
que socialmente me prendem;
Quero ser livre, como o colibri
que beija as flores e colhe o néctar,
também quero beijar as mulheres,
colher paixão e alegria,
sem me preocupar
com sussurros daninhos!

Quero gritar aos ventos
que eu sou eu,
não tenho que ser condicionado
por pergaminhos ou conceitos!

Digo-vos,
sem admitir contestações,
que sou a essência
da liberdade e do amor
que me fazem viver
amar e ser amado!

Sou a nuvem que flutua altiva,
que afaga o azul dos céus,
na carícia invisivel;
Posso ser o sol
da minha própria luz;
Sou, sem que me contrariem
o luar do meu romantismo!

Deixem-me ser o que eu quiser,
e não me julguem louco,
porque loucos,
são os que querem
a vulgaridade de suas existências.

José Carlos Moutinho

sábado, 17 de maio de 2014

Vem daí



Vem…vem daí, dá-me a tua mão,
Vem suavemente com a carícia do vento,
Juntos vamos cantando a nossa canção
De amor, gravada no meu pensamento!

Encosta-te a mim, vamos caminhar
De mãos dadas, pelas areias douradas
Desta praia, que beija docemente o mar
E quando nossas pernas ficarem cansadas,
Descansaremos sob o manto azul do luar,
Contemplaremos as estrelas iluminadas!

Escutemos o som melódico do marulhar
Rasgando o silêncio dos pensamentos,
Aspiremos o perfume que vem do mar,
Fragrâncias de maresia,ondas de alentos!                

Deixemos nossos corações cantar
No bater compassado do nosso sentir,
Que nossos instantes sejam de eterno amar
Pelas Primaveras floridas do nosso porvir.

José Carlos Moutinho

A força das mãos



Nas mãos sulcadas pelo tempo,
nascem searas de brisas
iluminadas pelas tardes de sol,
que acalentam os sorrisos da alma!

Mãos que abraçam sentimentos,
afagam rostos com a carícia do luar
e beijam bocas sôfregas do néctar
perfumado pelo amanhecer da alvorada!

Mãos que sufocam os dias
na força silenciosa do improvável
marcadas com as amarras da dor
pelo tempo implacável e furibundo!

Mãos de veludo, vestidas de nuvens
esvoaçadas nas asas das mariposas,
mãos agrestes rugosas na ira
das invernias, que fustigam desatinos
e inquietam as noites do porvir!

Mãos que desenham invenções
nas margens das utopias,
que controlam a pena, no traço
que dá cor ao papel branco,
em imagem parida da criatividade
filha admirada em obra realizada!

…Mãos que me permitem
na serenidade do meu pensamento,
escrever-me em poesia
na acalmia do meu espaço,
com o tempo…
que as minhas mãos não controlam.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Saudade Teimosa





A minha alma está nostalgica!



A saudade veste-se de vermelho,

do chão daquela terra,

é iluminada pelos raios do sol único

mesmo que suada pelo cacimbo,

mas aquecida pelo ar dos trópicos!



Ai...Esta saudade…

Que teima em não desistir

e traz à minha memória,

tantas praias de alegria

e florestas de felicidade

picadas viajadas nas melodias

tocadas pelos batuques

e nos choros lânguidos do kissange!



Saudade, que me apertas o coração,

acalma-me esta ânsia de querer voltar

a pisar o vermelho do solo

e a sentir os cheiros de Angola!



Tudo mudou, tudo se transformou

talvez um dia, quiçá em outro tempo,

te possa visitar, minha terra de coração,

e voltar a deambular pelos musseques

de palhotas cobertas de colmo

forradas a barro,

ver os seios das mulheres

livres, como aves

embelezados pelo brilho da pele negra!



Ai, esta saudade de África

que se entranhou em mim,

respira pelos poros

da minha nostalgia

e entardece-me a alma

em melancolia.



José Carlos Moutinho

8/5/14

domingo, 27 de abril de 2014

Jardins proibidos





Pelas caminhadas da vida
Entre flores, silvas e folhas secas,
Aspiro o asfixiante ar poluido,
Não da atmosfera,
Mas sim das ideias
E sentimentos sem emoção;
Este ar que se solta dos meandros da falsidade
E prolifera nestes jardins proibidos
Do nosso quotidiano!

Querendo ser otimista,
Fugindo da agrura da mentira
Que incendeia o cravo vermelho
Ausentando a liberdade,
Faço-me caminhante
Por entre policromáticas e belas flores
E deambulo sorridente
Pelas alamedas coloridas,
Destes outros jardins proibidos,
Onde somente são permitidas entradas
A sentires com sensibilidade
À paixão e ao amor
E fazem dos abraços, amizades
E dos beijos, exaltações apaixonadas!

E…nestes jardins proibidos
Deixo-me levar pelos devaneios
Acariciados pelos pensamentos
Que me invadem a alma
E fazem o meu coração feliz.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Liberdade de Abril





Enrosco-me desiludo
nas pétalas moribundas
dos cravos de abril,
com o peito comprimido pela desesperança!

A noite da liberdade,
foi devassada por ausência de patriotismo
de gente, que na vida,
não conheceu as amarguras
e dores dos poros
de onde brotou o suor
do rosto e do corpo dorido
na árdua luta pela subsistência!

Fazem-se ouvidos moucos
Ao Grandola, Vila morena,
Esquecem-se daquela madrugada
Onde nasceram sorrisos
nos jardins da esperança!

São esquecidos os direitos do povo,
dos mais básicos e incontroláveis
labor, pão e lar;
Arrastam o povo pelo chão duro da fome,
Afogam-nos na lama,
De indigna miséria,
expulsam-nos da nossa pátria,
fazem-nos emigrantes à força,
afundam as empresas,
mandam milhares para o desemprego
em nome do hipotético desenvolvimento!

Triste povo que se submete a tudo,
De boca fechada às palavras e ao pão;
Este pobre povo que dizem ser sereno,
Tão sereno que morre docemente,
À mingua e ao relento!

Viva a Liberdade!
Viva Portugal!
Viva o 25 Abril agora e sempre!
Viva este povo sofredor de brandos costumes,
Que tem de acordar
pela sua sobrevivência!
Abaixo a tirania e a incompetência.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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