terça-feira, 16 de setembro de 2014

Vento da serra





Porque me assobias ó vento da serra
Se não me trazes boas novas d’alem,
Se dissesses que não há mais guerra,
Seria o teu soprar, recebido por bem.

Uiva vento, uiva e afasta todos os males,
Para que este mundo se torne melhor,
Que no teu eterno voar jamais te cales,
Pois a alegria com paz tem outra cor,
Por favor vento, peço-te que me fales
De beleza e encanto e também de amor.

Sussurra-me no teu ventar refrescante,
Já que não consegues acabar os conflitos,
Fala-me da tristeza daquela tarde distante
Quando ela partiu calada por falsos ditos,
Fala-me do sentir e do seu sorriso inebriante,
Faz da tua força, brisa que acaricie sem atritos.

Porque não me respondes agora ó vento
Que da serra desces arrogante e assustador,
És turbilhão que torna tudo em tormento
Sem te compadeceres sequer, com danos e dor
E inssistes em soprar alheio  ao sofrimento
De quem neste mundo só pensa em ter amor.

Vem calmo e dócil ó vento, que de longe vens,
Chega de agressões e amuos, acalma-te agora,
Fala-me ao ouvido se na verdade, noticias tens
Daquela linda mulher que um dia se foi embora.

José Carlos Moutinho

domingo, 14 de setembro de 2014

Livro do tempo





Nas entrelinhas escritas pelas folhas secas
que caiam no chão do meu desejo,
senti o respirar ofegante
do outono cansado pela espera,
descolava-se a tinta das palavras
castigadas pelo estio ausente,
encharcadas pelas águas
de um tempo transtornado;
Fecho os olhos,
recuso continuar a ler o verão alterado,
e fecho o livro do tempo
que o tempo escreveu errado.

José Carlos Moutinho

sábado, 13 de setembro de 2014

Reflexão





Das profundezas da terra
brota a força que transforma o mundo,
das alturas do firmamento
sopram os ventos da vida…

Dos chãos da nossa existência
fazemos estradas para o imaginário,
o sol alegra-nos nos dias cinzentos
e aquece-nos no frio da solidão,
o luar aconchega-nos a alma
no leito da sua luz
afagando-nos com seu manto,
as estrelas cintilam na escuridão
guiando-nos nos naufrágios das desilusões…

No horizonte das nossas miragens
encontraremos a serenidade,
que com os sorrisos dos raios translúcidos
dos nossos anseios,
acariciam-nos em doce e inventada utopia
pelas margens floridas das ilusões.

José Carlos Moutinho


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Tardes sombrias





Penso-me, nas tardes sombrias de mim
E o cinzento dos meus anseios
Fala-me de memórias perdidas no tempo,
Faço da minha melancolia, força tenaz
Que me leva a não sucumbir
Nas incertezas do meu viver!

Folhas secas do silêncio
Esvoaçam-me em sons coloridos,
com a serenidade que me abraça
e aquieta meu desassossego!

Abro as janelas da minha alma,
Deixo voar livremente os sorrisos
Que se ocultavam no canto da nostalgia,
E eles soltam-se como mariposas
Floridas, ondulantes pelos céus!

Alvorecem-me miríades de arco-iris
Num deslumbrante luzir de auroras,
Iluminando meu coração cansado,
Despertando-me da letargia
a que meu corpo se entregara…

Sorrio à cor da natureza
Que me é oferecida
Com a caricia da vida.

José Carlos Moutinho

sábado, 6 de setembro de 2014

Tempo que corre





Bem sei que o tempo corre
E sei que jamais volta,
Mas a esperança não morre
Tudo aceito sem revolta.

Voam as horas e os dias
Com sorrisos ou arrelias,
Gira o relógio sem parar,
Esmorecem os meses
Cansam-se os anos por vezes.
Na vida sempre a arriscar.

Olhai os campos floridos,
Alvoradas dos sentidos,
Que sorte temos todos nós,
A vida é um doce sorriso
Do luar vem o aviso,
Que nos canta em terna voz.

Não sei o que traz o futuro
vivo agora um tempo duro,
Mas sei que quero viver
A cantar com alegria,
Cada minuto do meu dia,
Enquanto forças eu tiver.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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