sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Oníricos devaneios





Abraço os meus pensamentos com enlevo,
Todavia, alguns frios e tristes,
Escusam-se ao meu abraço,
Ausentam-se dos meus anseios,
Sorrio-lhes na tentativa vã de se modificarem,
Porém, eles simplesmente me ignoram!

Não desisto da minha coragem
Em enfrentar a contrariedade,
Aperto mais ao meu peito
Os pensamentos que me sorriem,
E sinto o meu coração murmurar-me
Palavras de estimulo,
Numa delicada compensação
pelos que se calavam
indiferentes ao meu desejo de paz,
Com ternura, os pensamentos alegres
Aconchegam-se na minha alma!

Liberto-me desta espécie de letargia
Que invadiu a minha essência…
Pela janela aberta,
Penetram os raios de um sol esplendoroso
Despertando-me para a realidade da vida
Que está para além dos devaneios oníricos!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Tu me disseste fadista





Ai se eu fosse poeta
faria a mais bela canção,
com flor em cada letra
do jardim do meu coração
p’ra minha amada secreta.


Fadista, eu não sei escrever,
outro deves encontrar,
tenho pena podes crer
mesmo assim eu vou tentar
pode até acontecer.


Um dia eu me aventurei
nem me saí muito mal,
era um fado em que falei
de amor, coisa natural
e com coragem cantei.


Bem sei que foi uma só vez
tu me disseste, fadista
com alguma rispidez
que eu não era letrista
parar era o melhor, talvez.


Claro que fiquei triste,
procurei outro do fado
que visse o que não viste,
me deixasse animado
me dissesse não desiste.


José Carlos Moutinho
“Reserv.dir.de autor”

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Vem morena





Quando na rua passas toda catita
Sinto pular o meu pobre coração
Que apaixonado por ti, tanto grita
De alegria e profunda emoção.

Porque me ignoras tu, mulher
Ainda que eu diga palavras bonitas,
Fria e altiva, não me olhas sequer
Porque será que tanto me evitas.

Não sei porque te fazes tão cara
Talvez até gostes de mim, mulher,
Eu não sou uma espécie rara
Por favor não me faças sofrer.

Vem a mim, vem linda morena
Porei o mundo e o céu a teus pés,
O meu amor não é coisa pequena,
Não sou marinheiro de muitas marés.

Se algum dia te arrependeres
pode ser que seja tarde demais,
Servirá de lição para aprenderes
Se eu disser que não te quero mais.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Silêncio do meu silêncio





No silêncio que me invade os sentidos
escuto o bater ritmado do meu coração
e o murmurar sereno da minha alma!

Lá fora, sopra melodiosa, uma brisa
que atrevida, entra pela janela aberta
do espaço aonde me encontro,
Consigo ouvir os sussurros
das folhas matizadas do Outono,
perfumadas pelas maresias
do mar escondido pelas falésias
da minha quietude…
Apuro os meus sentidos
e ouço nitidamente risos de ninfas,
correndo graciosas,
pelas areias douradas da praia,
cantando odes ao amor,
com vozes aveludados pelos deuses!

Silencio-me no silêncio
que silenciosamente
me acompanha,
sinto que não estou só,
pasmo ao ver minha mão
agitar-se num frenesim arrebatado,
tecendo  estas palavras
sobre o papel branco e inerte,
que em pétalas de poesia
agora, eu vos ofereço.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Tardes frias





Nas tardes em que o frio é mais intenso

a melancolia penetra-me a alma,

leva-me p'lo caminho mais denso

onde nunca encontro minha calma.



Se as tardes se prolongam dolentes

fica meu coração entristecido,

só com o calor dos dias  mais quentes,

à exultação, eu me entrego rendido.



Ah…a Primavera vem chegando

alegre florida e perfumada,

com ela traz as aves cantando…



É o carrocel deste nosso tempo

com frio, calor, chuva e muito vento

companheiros da nossa jornada.



José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a