quinta-feira, 23 de julho de 2015

Encanto do Luar





É nas noites de luar
que meu coração acalma,
meu sentir deixa-se levar
p’lo sorriso da minh’alma
e das estrelas a cantar.

Sinto-me levitar
em estado de graça,
sou como um astro a voar
que a todos quer e abraça
em doce anseio de amar.

Sou sonhador sim senhor,
não vejo nisso, nenhum mal,
minha essência é amor
não há nada de anormal
em viver neste pendor.

Sou uma alma sorridente
de bem com o mundo,
sou alegria presente
com o afecto profundo
do meu sentir latente.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Saudade em desvario



Ai…esta saudade que me comprime o peito
e atrasa os ponteiros das horas
numa irritante provocação
que deixa a minha memória
em ardente ansiedade
envelhecendo o tempo do meu desejo…

Esta saudade que esvoaça num vai-vem
de pétalas de imagens coloridas
pelos arco-íris felizes de outrora
e que tão de repente se faz folha seca
pela estiagem que o tempo inventou…

Ai…esta saudade que ensolarada me sorri
e me faz docemente recuar no tempo,
que também me entristece dolorosamente
pela ausência dos instantes vividos…

…Esta eterna saudade em desvario
escondida na simbiose
matizada de alegrias e tristezas…
Cruel paradoxo do meu sentir
transformado em indizível
conflito de emoções.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sonhos desejados





No silêncio que me murmura utopias

Deixo-me envolver pelos braços da solidão

E na quietude do meu sentir

Levo-me em transe nas asas do pensamento

Por entre as altas copas das árvores,

Sorrindo às aves que me chilreiam

Num festim de sons e cores…



Respiro fragrâncias inventadas,

Viajo arrebatado sobre verdes vales,

Cruzo rios de águas mansas,

Descanso nas margens coloridas…



Retomo minha viagem, chego ao mar

Onde absorvo a maresia das minhas ilusões

E navego…

Talvez sem destino

Ou até onde o mar se faz céu,

Deixo-me inundar pelos reflexos do sol

E perco-me em delírio nos sonhos desejados…



Quero manter-me nesta doce irracionalidade

Até que a minha consciência racional

Me desperte desta fascinante letargia.



José Carlos Moutinho

sábado, 11 de julho de 2015

Vento que sopra



Escutei a voz do vento
Que soprava uma canção
De suspiro e lamento,
Como se fosse oração
Do amor em desalento.

No acaso, o vento acalmou
daquele agudo soprar,
suave o sol despontou
para o coração alegrar
a dor que o vento causou.

O sol sorriu encantador
Para o vento acanhado,
Mandou pétalas de flor
Para ele ficar calado
E o céu pintar outra cor.

Sol e vento agora são amigos,
O vento não sopra dor
Nem mais nenhuns perigos
E o sol trará só esplendor
P´ra evitarem castigos.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 10 de julho de 2015



Não sei quem és, nem de onde vens,
serás folha ou lamento,
diz o que de bom tu tens
serás sopro do vento
ou os segredos que contens.

Tuas mãos são rosas
perfumadas de afagos
de belas mariposas,
teus olhos são dois lagos
e teus seios doces prosas.

Deixaste-me por fim,
ver-te inteira e graciosa,
de lábios cor carmim
cara maliciosa
e corpo macio de cetim.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Que sejam felizes



Quando neste mundo eu não estiver,
se acaso em mim, desejarem pensar,
recordem-se do melhor do meu ser,
se meus defeitos puderem perdoar.

Aqui onde o mar se funde com o céu,
vivemos numa correria louca,
onde os egos querem mais do que é seu,
do muito, acham sempre coisa pouca.

Se de verdade são meus amigos
saibam que lá do alto eu vos contemplo
não quero deixar por cá inimigos…

Mas se os houver, que sejam felizes,
com franqueza digo que os lamento
pois não cresceu amor das suas raízes.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 7 de julho de 2015

Perfume de quimeras





Ah...como eu gostaria
de fazer das minhas palavras,
pétalas de quimeras, que voassem
pelos céus das ilusões,
iluminassem corações escurecidos
pelas mágoas da vida,
e pousassem nos lábios das  mulheres
com o perfume do meu desejo…

Mas as minhas palavras,
aquietam-se silenciosas,
aguardando a minha vontade
de as soltar e deslizarem
pelo papel branco e vazio
que se inquieta na minha mesa,
ansioso pelo beijo do poema
nascido do meu querer…

E que as pétalas coloridas
pelas quimeras, perfumem
a emoção da minha criatividade,
e me façam poeta pelos versos
que a minha alma inventa
e planta no jardim da poesia.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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