sexta-feira, 24 de julho de 2015
Sorrir na tristeza
Se meu coração se entristece
mas o meu rosto sorri
não sei de que mal ele padece
por que eu sou assim e jamais o escondi…
Tantas vezes, eu ao meu coração peço
que se anime e me sorria
terá ele a razão que desconheço
ou será que tem alguma mania…
Desisti de lhe chamar a atenção,
agora obrigo-o a ser sorridente
mesmo que não tenha emoção
é seu dever estar sempre contente.
Juntos somos harmonia de felicidade,
sorrimos os dois ao mesmo tempo
peço a ele (coração) que diga a verdade
por que se tristeza vier, eu a afugento.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Encanto do Luar
É nas noites de luar
que meu coração acalma,
meu sentir deixa-se levar
p’lo sorriso da minh’alma
e das estrelas a cantar.
Sinto-me levitar
em estado de graça,
sou como um astro a voar
que a todos quer e abraça
em doce anseio de amar.
Sou sonhador sim senhor,
não vejo nisso, nenhum mal,
minha essência é amor
não há nada de anormal
em viver neste pendor.
Sou uma alma sorridente
de bem com o mundo,
sou alegria presente
com o afecto profundo
do meu sentir latente.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Saudade em desvario
Ai…esta saudade que me comprime o peito
e atrasa os ponteiros das horas
numa irritante provocação
que deixa a minha memória
em ardente ansiedade
envelhecendo o tempo do meu desejo…
Esta saudade que esvoaça num vai-vem
de pétalas de imagens coloridas
pelos arco-íris felizes de outrora
e que tão de repente se faz folha seca
pela estiagem que o tempo inventou…
Ai…esta saudade que ensolarada me sorri
e me faz docemente recuar no tempo,
que também me entristece dolorosamente
pela ausência dos instantes vividos…
…Esta eterna saudade em desvario
escondida na simbiose
matizada de alegrias e tristezas…
Cruel paradoxo do meu sentir
transformado em indizível
conflito de emoções.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Sonhos desejados
No silêncio que me murmura
utopias
Deixo-me envolver pelos
braços da solidão
E na quietude do meu sentir
Levo-me em transe nas asas
do pensamento
Por entre as altas copas das
árvores,
Sorrindo às aves que me
chilreiam
Num festim de sons e cores…
Respiro fragrâncias
inventadas,
Viajo arrebatado sobre
verdes vales,
Cruzo rios de águas mansas,
Descanso nas margens
coloridas…
Retomo minha viagem, chego
ao mar
Onde absorvo a maresia das
minhas ilusões
E navego…
Talvez sem destino
Ou até onde o mar se faz céu,
Deixo-me inundar pelos
reflexos do sol
E perco-me em delírio nos sonhos
desejados…
Quero manter-me nesta doce
irracionalidade
Até que a minha consciência
racional
Me desperte desta fascinante
letargia.
José Carlos Moutinho
sábado, 11 de julho de 2015
Vento que sopra
Escutei a voz do vento
Que soprava uma canção
De suspiro e lamento,
Como se fosse oração
Do amor em desalento.
No acaso, o vento acalmou
daquele agudo soprar,
suave o sol despontou
para o coração alegrar
a dor que o vento causou.
O sol sorriu encantador
Para o vento acanhado,
Mandou pétalas de flor
Para ele ficar calado
E o céu pintar outra cor.
Sol e vento agora são amigos,
O vento não sopra dor
Nem mais nenhuns perigos
E o sol trará só esplendor
P´ra evitarem castigos.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Não sei quem és, nem de onde vens,
serás folha ou lamento,
diz o que de bom tu tens
serás sopro do vento
ou os segredos que contens.
Tuas mãos são rosas
perfumadas de afagos
de belas mariposas,
teus olhos são dois lagos
e teus seios doces prosas.
Deixaste-me por fim,
ver-te inteira e graciosa,
de lábios cor carmim
cara maliciosa
e corpo macio de cetim.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Que sejam felizes
Quando neste mundo eu não estiver,
se acaso em mim, desejarem pensar,
recordem-se do melhor do meu ser,
se meus defeitos puderem perdoar.
Aqui onde o mar se funde com o céu,
vivemos numa correria louca,
onde os egos querem mais do que é seu,
do muito, acham sempre coisa pouca.
Se de verdade são meus amigos
saibam que lá do alto eu vos contemplo
não quero deixar por cá inimigos…
Mas se os houver, que sejam felizes,
com franqueza digo que os lamento
pois não cresceu amor das suas raízes.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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