sexta-feira, 22 de abril de 2016

Quem o merecer





Voam serenas as folhas secas
criadas p'lo tempo que as matizou,
sopradas de distantes charnecas
que a doce mãe natureza inventou

Nascem sonhos ao toque da brisa
que p’las margens cantam melodias,
versos pintados de poesia
desnudam traições e hipocrisias  

E por que a vida é luta desigual
há que sorrir e nunca desistir,
ser feliz é um direito sem igual

Harmonia é a base de um bom viver,
a verdade no coração é sentir
amor que se dá a quem o merecer

José Carlos Moutinho

terça-feira, 19 de abril de 2016

Sou assim



Não sei se é meu destino
ou se a vida me conduz,
sou como um menino
a quem o luar seduz
e faço disso o meu hino.

Canto a vida em poesia
no meu jeito natural,
a escrita é minh’alegria
mesmo quando me sai mal
mantenho esta euforia.

Se sou assim nada de mais,
muitos o serão e calam,
a vida não é um rio de ais…
só criticam e falam
os que se pensam os tais.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 12 de abril de 2016

Poeta será




Escrevo incansavelmente
de maneira aleatória
versos engalanados
do que eu penso ser poesia,
Ou talvez sejam singelas palavras
perdidas no papel
que se estende na minha frente,
aquietado pela minha imaginação
e pela carícia da minha mão
ao deslizar sobre ele…
E escrevo como se uma brisa
suavemente me aliciasse a prosseguir
na criatividade que a minha mente dita
e me murmura na quietude do meu sentir…

Escrevo por que em mim é nato
este desejo de cantar, sorrir ou chorar
com as palavras que se soltam do meu querer
e se plantam no jardim do meu poema…

Não! Não serei poeta,
Serei talvez, um privilegiado
que brinca com as palavras
e as adorna com simples lirismos,
ou as pinta com coloridas metáforas…

Poeta é aquele que voa muito mais alto
sem se deslocar do chão da sua imaginação!

Poeta…é ser poeta, simplesmente!

Poeta será…
Quando deste mundo estranho ele se ausentar,
Então, pela memória a sua poesia será cantada,
Aquela mesma que antes era criticada e/ou ignorada.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 7 de abril de 2016

ECOANDO POESIA > ESPAÇO POÉTICO DA NECA MACHADO: A POESIA DE JOSÉ CARLOS MOUTINHO

ECOANDO POESIA > ESPAÇO POÉTICO DA NECA MACHADO: A POESIA DE JOSÉ CARLOS MOUTINHO: José Carlos Moutinho 15 h  ·  As rugas das minhas mãos Olho as minhas mãos rugosas Pelo tempo, que entre os meus de...



O meu abraço de agradecimento pela gentileza da divulgação da minha poesia.

terça-feira, 29 de março de 2016

Quando eu...






Quando eu deixar de sonhar
com os murmúrios do mar,
…E o meu peito cansado
deixar de beber o perfume da maresia,
Quando eu não mais sentir a caricia
do brilho cintilante do sol,
…E deixar de criar a minha poesia
com o romantismo do luar,
Quando eu perder a emoção
ao ver nascer a alvorada matizada,
…E deixar de admirar e pisar
as pedras gastas das calçadas,
Quando eu não mais me sensibilizar
com os aromas da natureza,
…E os abraços não me encontrarem,
Quando os sorrisos ficarem sem resposta,
…E as minhas palavras se calarem…
Talvez eu tenha deixado de ser matéria
e num lampejo metafisico
esteja em outro caminho…

E se forem dar-me um abraço
à ultima carruagem
onde farei a minha derradeira viagem,
Não se despeçam do meu corpo inerte, chorando
desejo sim, ouvi-los alegres, cantando,
Não se preocupem com flores
que eu até adoro…
Mas as flores murcham,
e secas, sem cor, são tão tristes!

O que eu somente vos peço,
em especial aos que são verdadeiros amigos,
é que unicamente me leiam…
Sim! Que digam poemas meus,
Que os sintam,
Para que eles se elevem
juntamente com a minha alma,
e leiam-me, se possivel, amigos
com o trinar de uma guitarra como fundo,
Mas, por favor…sem hipocrisia,nem cinismo
falsidades que eu vi e senti,
tantas e tantas vezes por aí!
Ah…também dispenso os piedosos elogios
que me queiram prestar agora,
se eu era merecedor deles,
deveriam ter-me dado em vida!

Sabem…
Quanto a flores…depois de murchas
são ignoradas e esquecidas,
O que não acontecerá quando me lerem
por que esse momento ficará marcado
para sempre nas vossas mentes,
se honestamente o fizeram com sentimento
E eu, creio sinceramente
que assim, a minha etérea viagem
será mais serena…
Pois penso ir ao encontro
do saber despretensioso e simples
dos verdadeiros poetas que por lá tertulam,
Esquecerei as presunçosas elites bacocas
que aqui neste espaço terreno
se vestiam de seres diferentes,
enchiam a boca de vaidade,
alimentavam-se de arrogância,
engalanavam-se de crispação
e riam com superioridade a si próprios
numa lamentável demência da consciência!

Se fizerem o que eu vos pedi,
companheiros da despedida,
eu, espiritualmente lá do alto, vos bendigo,
com a humilde franqueza
que aqui neste chão
da minha efémera existência,
foi o meu caminhar pela vida.

José Carlos Moutinho

sábado, 26 de março de 2016

Se eu fosse rei



Ainda que por pouco tempo, eu fosse rei,
mandaria plantar flores no chão da hipocrisia,
obrigaria os desprotegidos, por decreto lei
a terem uma vida digna com muita alegria,
Ai, se eu fosse rei, mesmo que por um dia,
daria foral a todos os infelizes abandonados
para se vestirem de amor e despirem agonia
e que na vida fossem pela sorte, bafejados,
Garanto a todos, meus amigos, se fosse rei,
ordenaria um pagem a divulgar uma certa lei
que decretasse ao povo viver em felicidade
e puniria quem se pensasse dono da verdade,
Aos altruístas e solidários prestaria homenagem,
ensinaria caminhos rectos aos perdidos da vida,
forçaria os arrogantes a prestarem vassalagem
até se converterem em gente enaltecida,
Se eu fosse rei, ainda que por uma só hora
como soberano, poderia até ser autoritário,
juro-vos que  mandaria tanta gente embora
deste país, onde quem manda é tão arbitrário,
Mas se um minuto fosse o meu tempo de rei,
daria ordens ao vento que levasse as tristezas
trouxesse alegrias e abraços a toda a grei,
ao sol pediria alimento para todas as mesas.

Mas como não sou rei, mas sim um sonhador,
faço dos meus desejos, vontade desatinada,
por que entra em mim tão profundamente a dor
de gente que no mundo tem a vida destroçada.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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