sábado, 7 de abril de 2018

Tempo inocente



O tempo de juventude inocente
passou tão rápido como o meu rio
de água calma levada p’la corrente
que eu contemplava em dia de desvario…

Ficou a saudade que o tempo guardou
numa caixinha dentro do meu peito,
quando volto ao rio que me segredou
suspiros de amor, sinto o mesmo efeito!

Pode ser surreal este sentir
no pensamento de quem o quiser,
a mim só fica o que mais me aprouver…

Recordações que não quero omitir,
instantes felizes do meu passado
que pela minha viagem, fui agraciado.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Será poema ou coisa nenhuma

Despi as palavras
quis vê-las nuas perante os leitores,
e, se alguém houver que se escandalize com sua nudez,
que as vista,
para que eventualmente percam o pudor
se alguma vez o tiveram,
o que sinceramente não creio,
pois as palavras na sua singeleza
são puras e ingénuas...

A haver maldade e falso pudor
encontrar-se-ão somente na mente
de quem as assim as vê,
e que, talvez, sei lá, ache que com a sua repulsa
purifique o próprio pensamento deformado!

E as palavras à minha revelia,
foram vestidas, umas, ridicularizadas outras,
o verbo deixou de existir,
feneceu o sentido do poema.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Sem respostas


Trago no meu peito
um mundo de perguntas
que em nenhum tempo
consegui obter respostas,
são dúvidas, mágoas e queixumes
que as tardes de Inverno inventaram
e que as Primaveras calaram
escondendo-as nas pétalas das flores
que secaram nos dias matizados do Outono!

E as mágoas, queixumes e dúvidas
permanecem no meu peito
apesar de se sentirem afogueadas
pelo calor que não lhes permitia responder-me!

Quedo-me num dilema que me faz perdido
sem saber se as respostas virão
ou se são somente ideias minhas em desatino
sem direito a respostas
porque simplesmente não existem!

Não sei de nada,
já nem sei que na verdade senti algo
ou se o meu peito se descontrolou,
quiçá, por alguma brisa passageira
vinda nas asas do sonho
que a mim chegou nos braços de um desejo
na imagem de uma bela mulher

José Carlos Moutinho

Eu vou contigo

sábado, 31 de março de 2018

Caminhos árduos




Eram árduos os caminhos
que teimosamente, aqueles pés
pisavam, por entre pedras e espinhos
percorrendo dificuldades e sucessos de lés a lés

Porém, sua resiliência incentivava-os à caminhada
esperando que as pedras florissem
em acalmia pela longa estrada
e com amor a cobrissem

E a estrada floriu e o poema nasceu,
animou-se a ilusão voltaram os sonhos
as pedras sorriram felizes
e o horizonte matizado despontou
entre o verde do mar e o azul do céu

José Carlos Moutinho


Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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