sábado, 9 de novembro de 2019

sem futuro

...
Em dias de nostalgia
calo meus sonhos na areia do tempo
e recuo aos anseios improváveis da juventude,
vestindo-me com trajes de poeta sonhador,
desconhecido e sem futuro

José Carlos Moutinho
9/11/19

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Poesia sem tiques



Gosto da poesia sem tiques
do mesmo jeito que eu sou,
embora não pertença aos chiques
sinto que a poesia me abraçou
há muito, sem quaisquer palpites
certa tarde que o vento levou
num tempo ainda sem artrites
mas que em mim se aconchegou

José Carlos Moutinho
7/11/19

Tanto, tanto...

Tanto mar e tantas marés por dominar
tantos sonhos por realizar
tanto tempo futilmente desperdiçado
em tão pouco tempo para se viver
tanto sol, tanta luz...sem capacidade 
para iluminar tantas mentes
que se escondem na escuridão
tanta água cristalina corre em rios 
de margens poluídas

José Carlos Moutinho
7/12/19

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Vagueio do meu olhar

Os meus olhos vagueavam
pela lonjura
e perdiam nas margens,
o que o meu sentir tentava impedir
pelos suspiros no meu peito,

o agitar dos ramos das acácias
trazia-me a frescura das memórias
que eu havia deixado espalhadas
pelos caminhos escondidos entre florestas
rodeados de quiméricas miragens,

ainda sentia os cheiros fortes
oriundos dos mais recônditos espaços,
que eu desconhecia,
dada a minha pequenez
perante tamanha grandeza,
mas que me enchia a alma de anseios,

e agora o meu olhar
retornara àquele lugar,
que a minha mente
tentava aconchegar no baú
das coisas felizes,
para que a dor da saudade
não lhe atormentasse a alma,

ignorando, porém, a minha agitação
o meu olhar percorria, emocionado,
quase em êxtase, todos aqueles lugares,
observando, carinhosamente,
os caules das árvores do passado,
colhendo os perfumes das seivas do tempo,
sob o azulado céu da felicidade,
a cada lembrança
que o meu olhar me transmitia,
o meu corpo estremecia
numa simbiose de alegria e tristeza,
e eu, impotente, mas solidário,
deixava-o vislumbrar
o que ele desejasse,
permitindo-me saciar
a ilusão daqueles momentos…

que me permitiam
recuar nas asas do tempo
à geografia das minhas emoções.

José Carlos Moutinho
(Reservados direitos de autor)

A força de Amar - Romance


segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Vagueio do meu olhar

Aquele meu Sol

Segurei nas minhas mãos
o sol que me acalentava,
queria guardá-lo para o soltar
nos dias cinzentos,
ou até, para amenizar o escurecer
das tardes cansadas,


agarrei-o com carinho, sem o apertar
com receio de que desmaiasse,
levei-o comigo para o cantinho dos sonhos,
onde pensava colocá-lo numa redoma de cristal,


chegado ao cantinho das quimeras,
delicadamente, depositei-o no vaso transparente,
porém, involuntariamente,
ao recuar, tropecei na cadeira das ilusões,
escorreguei, com a redoma ao alto,
tentando evitar que se quebrasse
se batesse no chão,


esforço infrutífero,
pois, a redoma saltou-se-me das mãos,
e no pavimento frio da esperança,
fez-se em mil pedaços,
por onde o sol se esgueirou,
nunca mais vi aquele sol,
que eu tanto acarinhara
e que desejava tê-lo sempre ao meu lado


José Carlos Moutinho
4/11/19

domingo, 3 de novembro de 2019

Divagando

Sei lá porquê, escrevo estes versos
risonhos, matizados de sonhos outonais...
será, quiçá, para contrariar pensamentos adversos
ou, quem sabe, se haverá outras coisas mais...
mas sei que os escrevi a pensar em nada
com a minha mente em absoluta serenidade,
por ela, suavemente, descem memórias pela escada
de um tempo onde a amizade era realidade...
sei lá, então, porque em silêncio as escrevi, 
talvez, penso eu, por se domingo e estar em paz
e por não estar ausente de mim, pois estou aqui
embora não saiba responder, confesso, sou incapaz


José Carlos Moutinho
3/11/19

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Já não sei - dito por Ana de Albergaria

Deixem

Deixem imaginar-me poeta 
e voar pelos céus da utopia, 
pois acredito que não afecta 
a pureza estrutural da poesia 
Deixem que me pense mar 
revolto ou sereno de marés, 
ainda que eu ouse pensar 
ser, quiçá, apanágio de Josés

Deixem, pois, fazer-me sonhador, 
transformar palavras em quimeras 
porque o faço somente por amor 
neste meu tempo de esperas

José Carlos Moutinho 
1/11/19

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Folhas molhadas




nas folhas caídas e molhadas 
de um Outono que começou chuvoso, 
vi poesia aninhada no chão frio 
pintada com o matizado do tempo 
que me olhava 
com o sorriso das gotas da chuva 
que serenamente caía do Além

José Carlos Moutinho 
31/10/19


O Coreto no Outono



Do alpendre do tempo
onde me abrigava
eu escutava os murmúrios 
melodiosos da brisa, 
esgueirando-se por entre as folhas matizadas 
que caíam desamparadas 
dos ramos das árvores
naquele dia outonal

José Carlos Moutinho
31/10/19

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Saudade estranha mp4

Saudável loucura


...
Apetece-me agarrar as asas do vento
e voar em desatino por aí,
fugir ao insano burburinho urbano
e mergulhar na maresia do passado,
só porque me apetece,
e se o vento permitisse
levar-me nessa saudável loucura

José Carlos Moutinho
25/10/19

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Palavras, pétalas perfumadas



As palavras, pétalas perfumadas
adormecidas sobre o papel branco
ansiavam que mentes inspiradas
fizessem delas um poema franco

Eis que, mãos trémulas iniciaram
este simples soneto de ilusões,
versos começados que não acabavam,
pois, eram tremendas, as confusões

Todavia, sem pensar em desistir
lá foi surgindo inquieto o poema,
que aqui, vos é apresentado a sorrir…

Pode não ter muita graça, acredito,
mas pensando que não causa problema,
devemos considerá-lo inaudito!

José Carlos Moutinho
24/10/19

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A Força de Amar

Não procurem nas livrarias, porque não encontram, não sou famoso, nem tenho padrinhos para isso, portanto se estiverem interessados, peçam-me que o enviarei com todo o gosto. Tenho a certeza de que gostarão!
A FORÇA DE AMAR

Amor e paixão

Certo dia, alguém me contou
que a paixão se tinha zangado,
porque o amor estava cansado
e com a paixão se desencantou

Tentei, pois, descobrir a verdade
desta situação triste e frequente,
soube que paixão é fogo que arde,
o amor a ser vivido eternamente

Que paixão é momento irracional,
oferecido pela mente em exaltação
aos corpos, em loucura emocional,
onde se transformam em vulcão

já o amor, dizia-me esse alguém,
é paixão serenada pelo real sentir
do sentimento, de onde advém
felicidade, que se deseja porvir

José Carlos Moutinho
23/10/19

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Olho-te e estranho (Áudio)




Olho-te e não te conheço,
mudas tão rapidamente
que me confundes,

há algum tempo, sorrias-me,
e repara, não passou tanto tempo,
agora, olho-te e tu desvias o olhar,
pareces envergonhado,
comprometido, talvez pela tua maldade
em correres vertiginosamente,
porque bem sabes, que me prejudicas,

mas não precisas ficar assim,
de cara amarrada,
eu vou-te entendendo,
creio que a tua missão é imperativa,
mas que não o fazes por antipatia,
para comigo,

acredito, que seja por obrigação,
obedeces às ordens cronológicas
que te impõem, ó tempo,

peço-te, porém, que sejas mais tolerante,
menos inflexível
e tornes o meu tempo mais lento,
para que eu possa ter tempo
para estar contigo,

Escutaste, ó tempo?

José Carlos Moutinho
21/10/19


Angola, minha saudade

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Penso eu...




que Poeta não é o que se insinua,
inflando o peito e gritando aos ventos:
sou poeta,
nem o que enche o texto
de belas palavras, por vezes, sem sentido,
numa panóplia de coisa nenhuma,
mas sim…o criador de milagres,
sem ser um deus do Olimpo,
ao conseguir que,
o poema se entranhe
na alma de quem o lê,
e o faça sentir-se feliz,
imaginando que aquele texto
poético lhe é dedicado...

deverá, talvez, ser simples,
pois se a vida é tão simples,
porquê complicá-la com versos
feitos de palavras incompreensíveis
ao comum dos mortais?

Obviamente que o poeta
pode e deve, se assim o entender,
ir mais além, navegando em mares
agitados pela turbulência das ondas,
e construir a canoa utópica
da sua excelsa imaginação,
talvez, porém, usando remos de papiro

José Carlos Moutinho
15/10/19


Tempo cronográfico


O tempo soprou os dias
e as folhas das ilusões,
soprou os meses
e as flores das paixões,
soprou os anos
as marés de frescura
e a alegria da juventude!

O tempo trouxe ventos e brisas
rugas, experiências e sabedorias
desentendimentos e incompreensões!

Trouxe o tempo, alterações
não só ao tempo climático,
como à personalidade humana
que se modificou literalmente!

O tempo, dizem, é senhor da verdade,
onde, talvez, todos tenhamos tempo,
para descobrirmos que a realidade
em que vivemos, é diferente,
da que, aparentemente,
parece ser.

José Carlos Moutinho
14/10/19


domingo, 13 de outubro de 2019

Poesia, esse mistério

Poesia, esse mistério




Poesia...
será um simples agrupar de palavras
de encantamento,
ou um místico sentir
que alguns endeusam?

Francamente, confesso-me, por vezes, confuso
porque, para mim, simples escrevinhador,
sinto a poesia como coisa tão natural
como sorver o ar que me permite viver!

Talvez, porque eu não acredite em deuses,
e, por essa razão, a poesia, para mim,
é prazer retirado do conteúdo
onde se insere o sentimento
e a arte de metamorfosear
as palavras em utopias!

A poesia é o sentir da alma,
o grito que se desprende da emoção,
a tremura das palavras caladas
que se colam no papel, por timidez,
é…tão somente, o momento inspirado
da felicidade, tristeza ou solidão!

Sei lá, porque há quem tanto exalte
e faça de algo tão simples
o suprassumo da escrita,
porque eu, sinceramente, não sei!

Lá saberão, certamente, os sublimados!

José Carlos Moutinho
13/10/19

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Singelo soneto


Neste meu singelo soneto, invento
escrever um sentir, sempre presente,
que se fez saudade, de um certo tempo
em que jamais a alegria estava ausente,

As praias, encontros de namorados
areias de paixões exacerbadas
futuro, pensamentos expirados
presente, eram as pessoas amadas,

Há… soneto pintado de quimeras
deixa-me sonhar esta nostalgia…
neste tempo cansado, sem esperas,

O que passou não retornará, eu sei,
afogo esta saudade, em poesia…
relembrando a terra que tanto amei

José Carlos Moutinho
10/10/19



Singelo soneto (Áudio)






Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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