sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Penso

 

Olho serenamente para o passado
e perco-me nos labirintos do tempo,
relembro os atalhos escondidos na memória
alguns que, sequer, deviam ter existido
outros, porém, tão belos e tão presentes
que fazem sorrir minh’alma,

e penso...
imaginando que o pensar seja retorno
numa inexistência do improvável.
Mas, também, porque o pensamento
tem total liberdade
que nem a mais livre gaivota tem!
 
Gosto, francamente, de mergulhar no tempo
sem ressentimentos, nem mágoas
tampouco busco o sofrimento
que a ausência perdida na distância
de toda uma vida
possa trazer através da lembrança,
 
penso, simplesmente porque posso
e quero
e anseio reviver instantes
que são meus,
quiçá, sentidos por outras pessoas
que, comigo, viveram esses momentos,
 
então, o passado vem a mim,
serenamente
com alegria e saudade
e, desânimo
por não poder ser revivido.
 
José Carlos Moutinho
 
 11/10/2020

  

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Ela era do pior (brincar a poetar)

 

Não te disse naquela tarde
tanto que eu tinha para dizer
porque mostraste tanto alarde
que achei por bem me abster
 
Mas se mudares algum dia
essa tua maneira displicente
talvez eu te diga o que queria
apesar de já não ser urgente

Pensava eu que eras diferente
de todas as outras que conheci
mas tua doçura era só aparente
lamento o tempo que eu perdi

José Carlos Moutinho 
 28/10/2020

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Porque


Porque chove folhas
se o sol está radioso
porque sinto eu frio
se em mim há um vulcão
porque se calam os versos
se eu estou a dar-lhes voz?

Porque, porque, porque
se fazem tantas perguntas
se as respostas estão presentes,
só precisamos de as seleccionar
com parcimónia e discernimento

José Carlos Moutinho
16/10/2020

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

#Escrevo porque gosto

 

Escrevo porque realmente gosto
quem me lê faz o meu sucesso
e porque fico tão bem-disposto
levo-me a conquistar o universo

Com consciência das limitações
escrevo prosas, invento versos
coloco neles todas as emoções
evitando os caminhos adversos
 
Planto poemas aleatoriamente
pequenos, grandes ou sonetos
e muitas quadras, ultimamente
com alegria, amor ou inquietos
 
Com imenso prazer eu confesso
partilho poemas com toda gente 
mesmo para quem não conheço
faço-o com alma, simplesmente
 
José Carlos Moutinho
14/10/2020
 
 

 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Poema lúdico

Brinco com as palavras
como uma criança brinca na praia
manipulo-as como se fossem areia
jogo-as a meu bel-prazer
na brancura simples da espuma
que as vem refrescar
 
então, quando as palavras serenam
perante a minha vontade lúdica
deixo-as a ouvir o contínuo som das ondas
enquanto as perfumo de maresia
e as pinto com a luz do Sol
imaginando-me novamente menino
  
 José Carlos Moutinho

SOBRALINHO, minha aldeia

603 SOBRALINHO (V. F. Xira) 4k de José Carlos Moutinho-Coletânea António...

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Recordações

 
Tempo de ruas lamacentas
e do cacimbo que irritava
nas tardes pardacentas
a roupa na pele grudava

se chovia torrencialmente
o mundo parecia ir acabar
mas, porém, tão de repente
o sol se atrevia a despontar

saudades do calor tropical
mosquito que a tifa matava
foi um tempo tão especial
Angola que eu tanto amava
 
a História um dia contará
o que de errado aconteceu
mas no meu coração ficará
este amor que não morreu
 
José Carlos Moutinho 
 12/10/2020

sábado, 10 de outubro de 2020

Utopia e sonho

Quando o sol se pendura lá no alto
soltando a mais bela luz cintilante
sinto felicidade, sem sobressalto
grato e feliz de alma gratificante

Sou ilusão em sonho de utopia
brisa de um sentir que é só meu
faço das palavras minha ousadia
aguardo o que nunca aconteceu
 
José Carlos Moutinho
10/10/2020

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

MAR DE SAUDADE 2ª edição

 Acabou de chegar, hoje dia 8 de Outubro de 2020 a 2ª edição do livro de poesia 

                                                                MAR DE SAUDADE



quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Quem sabe, um dia

 


Que sei eu de poesia

se não aprendi nos bancos da escola,
que sei eu de metáforas, rimas e métricas
estrofes e sonetos se ninguém me ensinou,
que sei eu de melodia poética
se de música sou um leigo?
 
O que efectivamente eu sei,
e disso posso garantir com a minha palavra
que sequer é de poesia, mas de verdade,
é que, francamente, escrevo porque gosto
sem me preocupar com pergaminhos,
faço-o pela vontade de uma força que desconheço,
escrevo porque há em mim
uma mola que catapulta as minhas palavras
para o papel obrigando-me a convertê-las em algo
que muitos dizem ser poesia,
a mim, porém, parecem pétalas de flores
que tenha retirado de algum jardim
escondido dentro da minha alma!
 
Que sei eu, pois, de poesia
se nunca me pensei poeta,
talvez, com boa vontade e ousadia
me sinta simples escrevinhador,
que tem a felicidade
de encontrar em quem me lê
a apreciação
que me dá uma glória nunca imaginada…
e que me leva a pensar,
com toda a humildade,
que, quem sabe, um dia virei a ser poeta…
 
talvez, quando eu deste mundo
tiver partido para minha eterna viagem…
 
José Carlos Moutinho
1/10/2020  
a publicar
Proibido o plágio
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85  
 dos direitos de autor

domingo, 20 de setembro de 2020

Não sou filósofo/pensador

Tantas vezes eu tenho dito
não sou filósofo nem pensador
o que, diariamente, deixo escrito
é o meu sentir de mero prosador

Por vezes parecem negativos
os pensamentos que me advêm
não passam de comprovativos
que na vida eles existem também

Para haver energia, devem saber
há dois polos negativo e positivo
é minha intenção ao escrever
que exibi-los faz todo o sentido
 
José Carlos Moutinho
 
 20/9/2020

sábado, 19 de setembro de 2020

Quadras soltas ao vento

 Há dias sinto-me imbondeiro
outros há, sou simples folha
por vezes acho-me marinheiro
sem maré que me acolha

neste divagar pensamentos
sinto-me o que o momento diz
há risos, cantares e lamentos
e coisas boas que sempre quis

José Carlos Moutinho
 
 19/9/2020

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Não te vás, Verão

 Que te fiz eu ó esmorecido Verão
para tão rapidamente partires
não entendes a nossa emoção
pensa bem, fica para nos ouvires

Ai, Verão, Verão, já vejo o Outono,
a espreitar atrás daquela palmeira
sei do ditado, pois o seu a seu dono
o teu tempo já não quer brincadeira

Se pensasses bem, mais um mês
não te custaria assim tanto, convém
seria boa maneira de seres cortês
agradava a todos e a mim também

José Carlos Moutinho
17/9/2020

A FORÇA DAS MÃOS

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ABRAÇO O MAR

Andarilho

Um dia, talvez, quem sabe 
farei dos sonhos realidade
troco palavras por utopias
pensando serem poesias

Invento versos inquietos
alguns pintados de nada
outros, porém, são repletos
de rima, em forma cantada

Assim sigo este meu trilho
simples e sem preconceito
das palavras sou andarilho
vou escrevendo a meu jeito

José Carlos Moutinho
13/9/2020

 

domingo, 13 de setembro de 2020

Bonanças

Sou cálida brisa de saudades

calmas, no baú de lembranças

separo mentiras das verdades

voo pelos céus das bonanças

meu tempo, fugaz, voa em mim

pela infinitude dos meus anseios

sou sonhador em eterno festim

vivo a sinceridade sem rodeios

tento ignorar ventos contrários

abrigo-me em dunas de serenas

metáforas e de saberes literários

porque amizades são pequenas

José Carlos Moutinho

13/9/2020

MAR DE SAUDADE (poesia)

sábado, 12 de setembro de 2020

Suspiro candente

Dentro do meu cansado peito
há um suspiro tão candente
que jamais encontro um jeito
de o evitar estar tão presente

É um suspiro doce de saudade
daqueles que permanecem
cativos, na nossa intimidade
pela vida e que nunca fenecem

São instantes belos do passado
De alegria da juventude tropical
Mas era um tempo tão apressado
que recordá-lo agora será normal

José Carlos Moutinho

12/9/2020

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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