Entro na madrugada do meu tempo,
Encontro nuvens pesadas de inquietações,
Sopram ventos de desalentos,
Tempestades violentas de infortúnios,
Tortuosas ruelas de misérias,
Seres abandonados, sem teto,
Um mundo de desgraçados,
Engolidos pela fome.
São cenários de dura realidade,
Caixas do lixo, mesas dos infelizes,
Viadutos e arcadas, leitos dos esfarrapados,
Gente que calada, sofre no seu silêncio,
Cabisbaixos, envergonhados,
Como se a sua desgraça fosse a vergonha deles….
Quando a sociedade é a culpada
Descalços num frio enregelador,
Deambulam por entre os carros,
Como se fossem as suas ruas,
Tristeza que dói, mas não comove
Quem passa e desvia o olhar,
Gente que vegeta num mundo desvairado
E consumista!
J.C.Moutinho
Boa tarde Zé, seja bem vindo ao meu canto de palavras, sempre que quiser.
ResponderEliminarHá versatibilidade na sua poesia, são exemplo disso, os dois últimos poemas. Um, de palavras acesas na sensualidade, o outro, um grito silencioso de denúncia e de acusação aos olhares e atitudes negligentes de quem vê e não quer ver a miséria e humilhação que o poema espalha.
Boas escritas!