Levo-me na luz das estrelas,
Que iluminam o meu caminho;
Atravesso rios transparentes,
Antes que as aluviões os escureçam;
Abrigo-me sob árvores de copas verdes,
Porque a destruição é uma paranóia;
Deslumbro-me na miragem,
Espelhada neste mar azul feiticeiro,
Antes que petroleiros da ganância a apaguem,
Sufocando as suas ricas e profundas águas;
Absorverei o encanto dos vales multicolores,
Quiçá, a devastação esteja iminente;
Docemente voarão os meus olhos,
Sobre estas montanhas de fascinante beleza,
Antes que se esfumem…
Pelas mãos de mentes desatinadas,
Que lhe ateiam o fogo da irracionalidade;
Abraçarei os meus amigos,
Porventura, a amizade um dia se esgote;
Ah…este nosso mundo louco!
Na natureza nada se cria, nada se perde,
Tudo se transforma…
Em destruição!
Pobre Lavoisier, como estava errado
Até o amor está modificado
Com prazo de validade encurtado.
José Carlos Moutinho
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