Este outono do meu presente,
onde mergulho nos cheiros de
folhas secas,
aspiro fragrâncias deste
tempo
que se vai fazendo passado,
pelos ramos quebrados das
mágoas da vida!
Caminho por alcatifas de
matizadas folhas,
que o verão foi ressequindo
na ansiedade do futuro,
levo-me por entre sombras de
árvores carcomidas,
em busca de emoções novas!
Admiro fascinado os leitos de
folhagem
que se fazem chão,
salpicados por suaves verdes
dos rebentos que se pensam
perenes!
Nos ramos equilibram-se
gotas de chuva,
que me molham o rosto,
como carícia de lágrima
deslizante!
Absorvo todo este cenário
com deleitada serenidade,
guardando na minha memória
tudo o que os meus olhos
retêm,
antes que o inverno chegue
com os seus frios instantes,
de cinzentos dias de
desânimo...
Penso na poesia que a
primavera
me trará, no deslumbramento
das suas cores renascidas.
José Carlos Moutinho
Muito belo este poema,amigo.Tem tudo o que um poema deve ter:sensibilidade,harmonia e escrita de qualidade poetica.
ResponderEliminarRosa Fonseca