Deambulo pelas ruas caladas,
no silêncio dos meus
pensamentos,
alheio a tudo que me rodeia,
somente concentrado em cada
pedaço de chão,
onde penso ver uma história
escondida,
marcada por pés que o
pisaram
e penso como esta vida é
interessante
em pequenos pormenores que
ignoramos!
Quantos dramas ali tiveram
lugar,
naqueles espaços de chãos
calados,
em ruas silenciosas por
dores sentidas,
onde também imensas alegrias
foram partilhadas,
em exaltadas paixões
ou em simples noticias de
boas novas!
Quedo-me na imaginação que
me toma,
tentando adivinhar os
mistérios ocultos,
que eventualmente pairem no
ar,
átomos do universo das
histórias vividas!
Desperto-me da letargia que
invadiu o meu sentir,
pelo bulício, que agora
agride, as ruas antes caladas!
A tristeza e a brutalidade
dos dramas,
misturam-se com as alegrias
dos felizes,
numa panóplia de imensas
cores,
em simbiose com as sofridas
dores,
percorrem estes chãos
calados,
por ruas tumultuadas, antes
silenciosas!
José Carlos Moutinho
Um belíssimo poema, parabens
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