domingo, 21 de julho de 2013

Filme da vida




Olho o infinito que se estende para lá de mim,
será o prolongamento da minha vida,
ou jamais atingirei o horizonte
que aos meus olhos se apresenta iluminado?

Penso-me, umas vezes, calado,
porque as palavras não encontram eco em mim,
vezes outras, como revolta, grito
assustado, pelo fenecer que se aproxima!

Retrocedo o filme da minha vida,
sorrio na contemplação das cenas afectivas,
choro nos dramas que escurecem a imagem,
e na velocidade do meu pensamento,
sinto-me nada,
no conteúdo do colorido apagado
pelos momentos perdidos
por cenas escusadas
em detrimento de outras,
solidárias e altruístas!

Observo a errada produção deste filme,
onde predominam cores negras,
em exagerados e inúteis instantes,
quando tantas cores se ofereciam
para colorir esta película da vida!

Talvez o realizador pensasse
que poderia prolongar “Ad eternum”,
o que afinal é tão célere...
Não passamos de meros actores
neste cinema da vida.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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