sábado, 20 de julho de 2013

Introspectiva



Sinto no meu difícil respirar
ar seco, talvez de angústia,
ou ansiedade que não sei explicar,
só sei que me deixa a voz sem acústica.

Sinto no peito uma pressão dorida,
será deste tempo estival, sem sol
ou de alguma amargura sofrida
que me navega neste mar sem farol.

Queima-me a pele, pela paixão calada
de um amor esmorecido, em luar de agosto,
nas palavras sem vida de canção acabada,
que sulcaram no meu coração, profundo desgosto.

Olho em volta de mim e nada vejo,
o colorido da vida, para mim, escureceu,
com muita dor, sinto a falta de um beijo,
acho que não existo, meu corpo morreu.

Minha mente teima em querer pensar,
no tempo em que o amor era palavra sentida,
minha alma cansada, deixou de chorar,
com tanta dor, sente-se totalmente perdida.

No meu coração dilacerado, as lágrimas secaram,
é agora, rio seco de afiadas pedras em seu leito,
correm nele, amarguras que da nascente brotaram
e enchem de dor e sofrimento meu dorido peito.

Quero esquecer esta tormenta e esperar a bonança,
tudo na vida tem principio, meio e fim, creio eu,
espero encontrar neste meu tempo, a esperança,
que a felicidade surja do luar e ilumine este breu.

 José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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